Friday, September 29, 2006

Que se passa com o Chalet Faial?


Já se foram os painéis pintados que decoravam o exterior das varandas, e muitas das portadas já voaram. O último andar é um pombal, e uma das chaminés ameaça ruir. Os interiores não devem ter ficado bem com a passagem a tribunal. No início de 2006, estava em vias de classificação. Que se passa com o Chalet Faial, IPPAR de Lisboa?

Já se foram os painéis pintados que decoravam o exterior das varandas, e muitas das portadas já voaram. O último andar é um pombal, e uma das chaminés ameaça ruir. Os interiores não devem ter ficado bem com a passagem a tribunal. O projecto de min-unidade hoteleira de charme é bem pensado, mas sabido o apetite destruidor de logradouros e construtor de anexos, é caso para desconfiar. Que se passa com o Chalet Faial, Sr.Presidente Capucho?

PF

Cascais decide dentro de 15 dias se concessiona Cidadela

In Público (29/9/2006)
Luís Filipe Sebastião

"Consórcio que não foi a concurso divulgou proposta inviável do ponto de vista económico

A Câmara de Cascais vai decidir, dentro de 15 dias, se concessiona a reabilitação e exploração da Cidadela ao único concorrente que se apresentou ao concurso público, o grupo Bernardino Gomes. Enquanto se espera pela decisão, um conjunto de investidores apresentou ontem publicamente a sua proposta para a antiga fortificação, que não foi a concurso por o mesmo ter considerado inviáveis as condições económico-financeiras impostas pelo município. O consórcio Cidadela XXI junta três bancos, um fundo imobiliário, o Hotel Albatroz e a Consiste, de João Cordeiro. O presidente da Associação Nacional de Farmácias foi, aliás, o principal rosto da apresentação pública desta proposta para a reabilitação e exploração do antigo recinto militar, actualmente na posse da autarquia. Para o conjunto de investidores, explicou o responsável pelo consórcio, tem sido "desanimadora a evolução de Cascais" ao longo dos tempos e a degradação no centro urbano pode ser travada com a oportunidade proporcionada pela Cidadela. A proposta assenta, em termos culturais, na criação de um Museu dos Descobrimentos. Além de uma "viagem no tempo", através do recuso a tecnologias modernas, o espaço museológico pretende explicar a epopeia marítima portuguesa de uma forma didáctica e viva. "O país tem obrigação de investir num museu dos Descobrimentos. Se havia dinheiro para as regatas [que no próximo ano vão decorrer em Cascais], não compreendo como é que não há dinheiro para um projecto deste tipo", comentou João Cordeiro, estimando em cerca de quatro milhões de euros o custo deste "museu virtual". Em termos arquitectónicos, o gabinete espanhol aSZ, propõe a "abertura" da Cidadela à envolvente, por via de meia dúzia de acessos. As novas entradas, a acrescentar à Porta de Armas, seriam abertas num plano inferior à muralha da fortificação, por se tratar de um monumento classificado de interesse público. O hotel, com cinco dezenas de quartos, foi concebido com vistas para a marina. Os restantes espaços para comércio, serviços e empresas articulam-se sob uma cobertura têxtil, composta por três grandes toldos, como se tratassem de grandes velas abertas, que poderiam funcionar como "suporte de informação e iluminação".

É preciso financiamento público
No entanto, a proposta acabou por não ser apresentada a concurso perante o cenário económico e financeiro decorrente das condicionantes do caderno de encargos. As várias componentes da proposta - museu, hotel e áreas comerciais - mostravam-se rentáveis isoladamente, mas a exploração revelou-se muito penalizada com os custos associados aos espaços comuns. No termo do período de 30 anos da concessão, com um investimento inicial na ordem dos 36 milhões de euros, apurou-se um prejuízo acumulado de mais de 57 milhões de euros. João Cordeiro garantiu que a divulgação da proposta não representa qualquer "pressão" perante o executivo e recusou eventuais "aproveitamentos políticos" da iniciativa. E anunciou que a proposta será entregue na câmara, para que possa ser exposta publicamente, e o consórcio está disponível para a viabilizar com o apoio da autarquia. Ou seja, caso a concessão não seja adjudicada ao único concorrente, o Cidadela XXI posiciona-se para negociar com a câmara a concretização da proposta. Isso só será viável com o financiamento público dos gastos com as zonas comuns da fortificação. O responsável do consórcio defendeu a constituição de uma Agência de Desenvolvimento Regional, não só para a gestão da Cidadela mas também de outros equipamentos.

O presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, explicou ao PÚBLICO que a autarquia não pode neste momento comentar a proposta, por ainda estar a decorrer a fase final de apreciação da candidatura do único concorrente, o grupo Bernardino Gomes. A decisão deverá ser tomada "no prazo de 15 dias".

O grupo Pestana comunicou à autarquia não concorrer por considerar insuficiente o prazo da concessão e que só estaria interessado em instalar uma pousada no Palácio da Cidadela, afecto à Presidência da República.

"Não sou pressionável", afirmou o autarca social-democrata acerca da divulgação do Cidadela XXI, acrescentando que a autarquia, caso não seja escolhido o único concorrente, poderá optar por outras formas de negociação com os diversos interessados ou abrir novo concurso com condições menos pesadas para os concorrentes.


Câmara mostra projectos para o centro histórico
A Câmara de Cascais apresentou ontem os projectos para recuperação de edifícios no centro histórico, apresentados por alunos finalistas do curso de Arquitectura da Universidade Lusíada. Segundo o presidente da autarquia, António Capucho, este tipo de iniciativa será alargado ao Monte Estoril e o autarca salientou que os planos de pormenor para as áreas urbanas dentro do Parque Natural de Sintra-Cascais também estão a ser elaborados em colaboração com uma instituição universitária. Entretanto, começam na próxima segunda-feira os trabalhos da primeira fase de construção do parque de estacionamento da Cidadela, para 560 lugares, que ocupará dois pisos abaixo da cota da estrada até ao Centro Cultural de Cascais. A obra ficará pronta em Junho de 2007, a tempo do Campeonato do Mundo de Vela. L.F.S
"

PF

Thursday, September 28, 2006

Começa dia 2 de Outubro, a 1ª fase de construção do parque de estacionamento subterrâneo no fosso da Cidadela!

Quem o anuncia é a CMC neste Comunicado - Parque de Estacionamento da Cidadela.

É de lembrar aos mais esquecidos que o projecto, que está parado há anos, vai esventrar toda a via entre a entrada da marina-rotunda do centro cultural, e terá capacidade para mais de 500 lugares. Prevê-se que esteja pronto em Julho de 2007.

Cascais adere de vez à moda do estacionamento subterrâneo, tão típica dos deslumbrados, depois de algumas tentativas preliminares pato-bravescas, defronte ao Baía e na rotunda da estação. Só se espera que não seja como em Lisboa e arredores: impermeabilização irreversível dos solos; parque às moscas; continuação do estacionamento caótico à superfície; custos de exploração muito superiores ao previsto, etc., etc.

PF

Monday, September 25, 2006

Marcelo Rebelo de Sousa dixit (Semanário Sol, 23/9/2006):

"(...) importante travar a torre-hotel, de quase 100m, em plena marina, contraditória com o que António Capucho disse do Estoril-Sol. Urbanisticamente é um aborto."

Como se chama aquele hotel do Monte Estoril?

Passou há dias na TV uma reportagem alucinante para um país que se quer europeu, surrealista para uma zona, Linha do Estoril, que se quer a melhor estância turística do país. A inspecção sanitária tinha encerrado por tempo indeteminado a cozinha de um hotel de 4****, sito no Monte do Estoril. Razões: baratas nos lava-loiças, chão alagado, mau isolamento dos fios eléctricos, canos estragados, roupas e sapatos dos empregados da cozinha convivendo alegremente com os alimentos, mobiliário terceiro-mundista, etc., etc.. A senhora inspectora brandia, e bem, um sem número de argumentos em defesa do fecho da cozinha, enumerando as leis, normas e regulamentos que estavam a ser infringidos, e o gravíssimo atentado que tal representava para os 200 hóspedes que o hotel tinha na altura (e quantos milhares não terão sido postos em perigo ao longo das últimas décadas?). Até aí, a reportagem era um duríssimo exemplo do cumprimento da lei, doa a quem doer. Mas o caricato acabou com a festa: o telespectador ficou a saber que aquela reportagem, tão sabiamente promovida, tinha sido de acordo especial com o proprietário do hotel, ou seja, a reportagem seria feita com a observância do total anonimato do hotel em causa. Suprema ignomínia! É certo que qualquer espectador atento, por exclusão de parte, depressa conclui qual seja o hotel, dada o escasso número de hotéis naquela zona do Monte, e, em particular, só existir um hotel que permite aquelas vistas para o Paredão, tal qual foram filmadas na reportagem. A ignominia está em que, mais do que sabermos quem são as empresas que devem ao fisco ou as escolas mais bem cotadas no «ranking» do ministério; interessava saber sim ao turista, às agências de viagem e outros operadores, ao espectador, ao consumidor, ao frequentador das suas instalações, ao povo; não só quais as hamburguerias que vendem minhoca por boi, ou quantos restaurantes chineses fecham mensalmente por razões de saúde pública, mas qual o hotel em questão. Mais, julgo que em país civilizado não seria só a cozinha daquele hotel a ser fechada, como todo o hotel, e o proprietário veria a licença de actividade ser-lhe retirada, e, em último caso, seria preso.

PF

Wednesday, September 20, 2006

Cascais desaparecida #2: Café Biquini

Madalenas empacotadas, pastilhas Pirata, máquinas de amendoins, bife com batatinha frita, o cão Leão das ferragens do lado e, sobretudo, os magníficos sonhos, de comer e chorar por mais. As bolinhas que caiam da árvore do Deck. E as caricas que se apanhavam e jogavam naqueles muros baixos que emolduram as esplanadas das Arcadas. Eram o Sr. Manel, o Sr. António, o Sr. João, o Sr. Lima, e outros que já foram. Eram as brincadeiras noctívagas pelos corredores do Hotel das Arcadas, pelas instalações da Junta de Turismo. Foi a carga policial aos hippies, em 72. Eram os cortejos carnavalescos jardim abaixo. Foram algumas inesquecívei explicações com o saudosíssimo Prof. Brito. Depois foi a queda, gradual, o ar de abandono, papéis pelo chão, até se passar para Pinto's 2.

Tuesday, September 19, 2006

Na última edição da Agenda Cultural

Na última edição da bela publicação que é a Agenda Cultural da CMC, há um artigo de Mário Assis Ferreira, do Casino Estoril, que li à primeira mas esfreguei a vista para ler melhor. A propósito do que é possível fazer num dia em Cascais, MAF tece os maiores elogios ao casino que Fausto de Figueiredo viu criar e dar nome ao Estoril.

Assim, MAF convida todos nós a irmos até ao Casino Estoril e admirarmos a sua "arquitectura intemporal", a "maior sala de máquinas de jogo da Europa", os seus "jardins simétricos". À margem, ainda tem espaço para publicitar o futuro "Estoril-Sol" e as novas perspectivas que o mesmo permitirá ao Parque Palmela.

Bom, eu sei que MAF está no seu papel, mas creio que está à vista de todos que os jardins do Casino já eram... já foi tempo em que tinham canteiros repletos de flores, já foi tempo em que nos seus lagos nadavam peixes de várias espécies, já foi tempo em que os carreiros eram feitos de gravilha e não de alcatrão, e aquelas magníficas lanternas princípio séc. XX iluminavam todo aquele magnífico cenário. Já foi, já foi...

PF

Thursday, September 14, 2006

Semana da Mobilidade começa em Cascais!


(Fonte: Site da CMC)


Cascais tem tido ao longo da última década algumas boas apostas por uma melhor mobilidade dos cascalenses e de quem a visita: bicicletas grátis, os autocarros BusCas (amigos do ambiente), requalificação do Paredão, condicionamento de trânsito nalgumas (poucas) zonas.

Falta fazer muito ... sobretudo a nível da rede de carreiras de autocarro (cujas filosofia e frota deixam muito a desejar), condicionamento de trânsito e aposta em metro ligeiro de superfície (unindo Cascais-Alcabideche-S.Domingos Rana-Carcavelos-Oeiras, por ex.).

Todo e qualquer lançamento de campanha costuma não ser mais do que isso mesmo, campanha; pelo que espero que desta vez seja um pouco diferente!

PF

Tuesday, September 12, 2006

A Casa Sommer vai ser reabilitada!


(foto: Atelier Paula Santos, responsável pelo projecto para o Arquivo Municipal/Casa Sommer)

E essa é uma excelente notícia, disso não haja qualquer dúvida. Tal qual a da sua compra pela CMC. Mas não consigo compreender como os nossos arquitectos insistem em ignorar o que um logradouro efectivamente é. Construindo-se no subsolo do logradouro entre a casa e as cocheiras, está-se a inviabilizar qualquer possibilidade de ali se desenvolverem árvores de bela copa, e está-se a impermeabilizar o solo (além de que, como uma amiga me alertou, deverá ser abatida uma magnífica palmeira) Não havia outra maneira?

PF

O mistério da placa de Sanjurjo

A coisa já não é nova. Pouco depois de 1974 alguém achou por bem destruir a placa evocativa do local em que caiu (acidente? crime?) o avião em que seguia o General Sanjurjo, figura proeminente da Guerra Civil espanhola, do lado dos nacionalistas. O avião caiu bem perto da Areia, e lá foi posta uma cruz sobre pedestal, mais respectiva placa evocativa. Como é sabido, por cá é costume não se saber lidar com o passado, pelo que a placa foi destruída ou roubada por essa altura, e assim ficou por muitos e bons anos.

Até há 3-4 anos, altura em que enviei e-mail ao Presidente Capucho, chamando-lhe a atenção para esse facto que jamais consegui compreender. Foi com satisfação que vi reposta a história do local, com nova placa, aqui há 2 anos, por alturas do início da empreitada na estrada da Areia. Pois bem, há poucos dias, a placa voltou a desaparecer. Após quase 80 anos sobre o evento, e após mais de 30 anos sobre o 25 de Abril, ainda há quem se recuse a aceitar a história.

PF

Friday, September 08, 2006

Notas & Comentários: Símbolos

Em toda a terra, havia somente uma língua e empregavam-se as mesmas palavras. E os homens disseram:

«Vamos construir uma cidade e uma torre cuja extremidade atinja os céus. Assim, tornar-nos-emos famosos para evitar que nos dispersemos por toda a face da terra».

E o Senhor disse:

«Eles constituem apenas um povo e falam uma única língua. Se principiaram desta maneira, coisa nenhuma os impedirá, de futuro, de realizarem todos os seus projectos» (Génesis, 11).

E o Senhor confundiu-lhes as línguas e a torre de Babel nunca chegou a ser construída.

Vem, se calhar, desses bem remotos tempos a vontade de construir torres.

Em Macau, antes de sairmos, deixámos alto monumento à divindade da Harmonia universal. Em Coimbra, na margem esquerda do Mondego, o arquitecto do novo fórum coimbrão, decidiu torre para fazer pirraça à Torre da Universidade, símbolo da cidade. O Porto tem a Torre dos Clérigos; Lisboa, depois da Expo, a Torre Vasco da Gama (que, do lado poente, há a Torre de Belém…); Londres, a do Big Ben; Paris, a Eiffel; Nova Iorque, o Empire State Building (as gémeas já caíram); Oeiras, um inocente «gêiser»...

Cascais tem o vetusto farol da Guia, ex-libris da nossa costa; o farol de Santa Marta, a ser reabilitado e donde se avista soberbo panorama. Tinha (ou tem?) o Hotel Estoril-Sol, que vai ser (?) implodido, por estragar a paisagem e porque, pelas suas dimensões, não oferece rendibilidade. Não tinha, porém, um «ícone» dedicado não à sua história de vila com 650 anos, não à Senhora dos Navegantes, mas… à hotelaria! Alto, esguio, de vidro, com muitos quartos (estes, sim, altamente rendíveis…), e que, assim, plantado na marina, a fazer pirraça a Santa Marta, não agride o ambiente... Pronto!

E o Senhor disse:

«Se principiaram desta maneira, coisa nenhuma os impedirá, de futuro, de realizarem todos os seus projectos» (Génesis, 11).

J. d’E.

(In "Jornal da Costa do Sol", dia 17 de Agosto, p. 7)

Petição contra a redução do trânsito para um só sentido na baía de Cascais

Damos aqui conta desta petição que circula na Net, e que nos foi enviada desde o Hotel Baía.

PF