Wednesday, August 22, 2012

Fundação Paula Rego a salvo

In Solo Online (22/8/2012)

Por Margarida Davim

«Fundação Paula Rego vai continuar a funcionar, com o apoio da Câmara de Cascais, garante o autarca. Fichas de avaliação com erros baralham as fundações.

Para Carlos Carreiras, a continuidade da Fundação Paula Rego não está em causa e «é um caso encerrado». O presidente da Câmara de Cascais dá por resolvido o assunto depois de ter enviado uma carta ao secretário de Estado da Administração Pública, comunicando a intenção da autarquia em manter o apoio à fundação – mesmo sem o dinheiro do Estado, que anunciou na semana passada a intenção de extinguir as fundações com resultados negativos na avaliação feita pelas Finanças.

«As fundações, não só a Paula Rego, mas a D. Luís I e a São Francisco de Assis, estão a salvo em Cascais», garante o autarca, explicando que o «financiamento público é financiamento municipal» e que a Câmara está disposta a mantê-lo.

Carreiras espera apenas «uma resposta formal» do Governo, até 15 de Setembro, altura em que o Executivo deverá ditar o futuro das 130 fundações que podem ser alvo de um de quatro cenários: o corte de 30% do financiamento do Estado; o corte total dos apoios públicos; a perda do estatuto de utilidade pública; a extinção.

No caso da Fundação Paula Rego, os apoios públicos correspondem a 73,5% das suas receitas e ascenderam a quase 1,2 milhões de euros entre 2008 e 2010. Com notas fracas na avaliação feita pelas Finanças à sua eficácia, sustentabilidade e relevância (os três critérios principais aplicados a todas as fundações), a fundação com o nome da pintora não foi além dos 40,8 pontos (em 100) na nota final [...]»

Sunday, August 12, 2012

Casa das histórias - museu Paula Rego [vamos fechar isto?]

imagem retirada de: http://www.all-art.org/art_20th_century/rego2.html


Com o timing dos manhosos, lá fica a pairar (e a ser levada) no ar do Verão, a notícia (ameaça?) do encerramento da Fundação Paula Rego e da D. Luis I. Com reacções que mais não parecem do que um esbracejar solitário de António Capucho, e o rol de argumentos possíveis de Carreiras, a coisa quase parece uma tentativa do pai assassinar pela calada o filho. É assim como uma repetição rasca do episódio onde Deus manda Abraão sacrificar o filho, mas desta vez usando um revólver com silenciador, para ver se a coisa não vai parar às páginas da inconveniente História.

Que para o governante comum, a cultura já não passasse de penacho em chapéu que raras vezes lhe assenta bem, já toda a gente o sabia. Como é a cultura considerada pela nova clique que manda, "formada" à pressa em bolonhas de conveniência? Isso ainda não o sabemos totalmente, mas os sinais tresandam por aí.
Esperemos que o caso "casa das histórias da Paula Rego em Cascais" não acabe como um exemplo para ficarmos esclarecidos quanto à ignorância dos que "mandam". Esperemos que se assuma que cada cidade digna dessa condição, TEM de ter no mínimo, uma ou duas instituições dedicadas à cultura como a Casa das Histórias ou a Fundação D.Luís I, ou ainda a Casa-Museu Verdades Faria independentemente da forma da sua gestão... sendo perfeitamente lógico - para as sociedades civilizadas -  que é POR PRINCÍPIO, do dinheiro PÚBLICO que deve vir a base de financiamento.
A pergunta que deve ser discutida é: a gestão destas instituições deve ter o modelo da Fundação? É o único modelo de gestão? É eficaz em todos os casos?