Tuesday, April 26, 2016

A mediocridade da segurança pedonal no interior da Parede

Na Escola 31 de Janeiro (2 na Fig. 1) há cerca de 500 alunos, além de funcionários e professores.
Mais acima, existe o Centro de Saúde da Parede (1 na Fig. 1). Um pouco ao lado, os Bombeiros da Parede, com muitas actividades para a população. Deverão existir outros pontos de afluxo de pessoas na área, além dos habitantes daquelas zonas que têm também necessidade de se deslocar a pé.
O percurso a pé entre esta zona e o centro da Parede deveria ser funcional e seguro, por muitos motivos, mas também porque é no centro que está a estação da CP.
Deveria ser confortável e seguro para todos: não só para adultos, mas também para crianças, porque deve ser objetivo e é obrigação da Câmara criar condições para que as crianças possam circular sozinhas e seguras no espaço público.
Deveria ser um dos primeiros objectivos, ao se desenhar o espaço urbano, que uma criança de 10 ou 11 anos, pelo menos, possa percorrer esses espaços de forma autónoma e com segurança total. Esse deveria ser o teste para vias bem desenhadas e construídas. A Câmara estaria desse modo a dar um contributo eficaz para a sustentabilidade da comunidades, a promover a saúde das crianças ao estimular o exercício físico, a reduzir a imensa poluição atmosférica que se regista nas nossas ruas, e a ajudar as famílias pela autonomização crianças.
Fig. 1 – Zona em análise


Entre estes polos e o centro da Parede a deslocação a pé não é nem segura nem confortável. Apesar de apresentar vários percursos possíveis, não há um único aceitável para um adulto, quanto mais para uma criança, como mostrarei abaixo.
O trânsito é permitido em todas as ruas, largas ou estreitas, com ou sem passeios, com ou sem condições para peões. O automóvel é rei, tem acesso ilimitado a todas as ruas ou becos.
Não há nenhuma exclusividade para o peão, antes pelo contrário. O estacionamento tem sempre lugar, independentemente de existirem ou não passeios para os peões, ou existindo, se têm o mínimo de condições.
Os passeios são utilizados para tudo o que é necessário, em detrimento dos peões: caixotes do lixo, postes, sinais de trânsito. Os passeios são muitas vezes ridículos, levando as pessoas a circular pela estrada.


Mais aqui.

Tuesday, April 19, 2016

A desgraça do que supostamente seriam as obras de "reabilitação" do mercado de Cascais dá que pensar. Entre tendas, plásticos e o mau gosto generalizado, impera a lei do mais forte que a ninguém presta contas e muito menos respeita a lei. A descaracterização iniciou-se com um voto de amor ao velhinho mercado e umas banalidades sobre a necessidade de dinamizar aquele espaço. Hoje todos sabemos que tanto enlevo mais não era do que desejo de deitar o dente ao património publico e dele fazer gato- sapato em nome de uma ideia pífia. A predação continuará até não restar pedra sobre pedra ou aparecer outra moda que obrigue a armar a barraca noutro local. As fotos que aqui se juntam mostram o despudor e a falta de respeito pela obra de arquitectura, pelo seu autor e pelos valores patrimoniais. As janelas tapadas de qualquer maneira, as aberturas de vãos sem qualquer critério e os vidros partidos não são um pormenor. São a representação tosca de um poder deslumbrado com as luzes mas que olha para o essencial com a ligeireza de quem toma banho mas se esquece de lavar as mãos.

Monday, April 11, 2016

Pedido à CMC para comprar Chalet Faial


Exmo. Senhor Presidente
Dr. Carlos Carreiras


C.c AMC e media

No seguimento das conferências “Entre Arquitetos. Raul Lino e a Arquitetura Portuguesa na 1ª Metade do Século XX”, em boa hora organizadas pela Câmara Municipal de Cascais, onde, naturalmente, a “Arquitectura de Veraneio” assume particular relevância no concelho de Cascais, marcando ainda de forma indelével o presente o mesmo;

Considerando que o Chalet Faial, sito na Alameda Duquesa de Palmela, nº 175, em Cascais, é um dos mais emblemáticos e carismáticos exemplares dessa arquitectura e que por essa razão está classificado como Monumento de Interesse Público, desde 2012 (http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/9571472);

Considerando que o Chalet Faial se encontra neste momento à venda pela ESTAMO (ver http://www.estamo.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=93&Itemid=183);

Somos a instar Vossa Excelência e a Câmara Municipal de Cascais a negociarem com a ESTAMO a aquisição do Chalet Faial, antes que este se degrade de forma irreversível e se perca a oportunidade de o resgatar do abandono e da degradação.

Estamos certos que o Chalet Faial dará, por exemplo, uma magnífica casa-museu da “Arquitectura de Veraneio em Cascais”, um projecto que seria pioneiro no país!

Melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Maria João Pinto, António Branco Almeida, Júlio Amorim e Fátima Castanheira


Foto: blogue hoje conhecemos