Com a aquisição dos imóveis, classificados de interesse municipal, já negociados com a Estamo (imobiliária do Estado), tal como a forma de pagamento, em prestações mensais ao longo de seis anos, a autarquia pretende requalificar os espaços, mas mantendo-lhes utilidade ou fruição públicas. No caso da unidade de saúde, especializada nas áreas de Ortopedia e Traumatologia, mas desactivada desde que entrou em funcionamento o novo hospital de Cascais, existe o desejo de ali instalar a extensão de saúde de Carcavelos, que actualmente funciona em situação precária. Mas parte do espaço pode receber também funções de conhecimento e investigação na área da saúde pública.
O valor de venda do imóvel foi fixado em 3,55 milhões de euros, e compreende uma vasta área, dividida entre as freguesias de Carcavelos e da Parede, com prédios urbanos e rústicos, o maior dos quais com 25 mil m2 e o mais pequeno com 18.500 m2, mas também uma parcela de terreno, dita do ex-Forte da Junqueira.
"Fruição pública"
"É um bom preço, com uma boa taxa de juro, e comprámos três em um. Isto é, para além dos edifícios do antigo hospital, adquirimos também o pinhal do Junqueiro, que já tinha e continuará a ter fruição pública", disse ao PÚBLICO Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais. A manutenção das valências de saúde das instalações estará ainda condicionada à negociação com a Administração Regional de Saúde, ainda que seja essa a intenção do município.
Quanto ao quartel da bateria da Parede, desafectado do domínio público militar no ano passado - outra das propostas aprovadas por unanimidade, na semana passada, pelo executivo municipal -, Carlos Carreiras sustenta que se trata de um espaço com uma vista privilegiada, mas que se encontra muito degradado. A área total, superior a 9300 m2, insere-se em ambiente urbano residencial, mas está repartida pela zona da bateria, composta por três peças de artilharia, e pelo aquartelamento que as servia. "Estamos a desenvolver com a Defesa um projecto para um jardim público que aproveite as vistas, sendo que os canhões ficarão onde estão. Já na parte do quartel deverá ser reinstalada a esquadra da PSP da Parede, e onde também pensamos criar postos de trabalho com desenvolvimento de um pólo de indústrias criativas da região", explicou o autarca de Cascais.
Esta aquisição, no valor de 2,6 milhões de euros, tal como a do antigo hospital ortopédico, requer ainda o escrutínio da assembleia municipal, que as apreciará dia 23. A minuta do contrato-promessa de compra e venda será depois enviada ao Tribunal de Contas, para fiscalização prévia.
6 comments:
Autarquia quer aproveitar hospital ortopédico Dr. José de Almeida, em Carcavelos para uma extensão de saúde. Pública ou privada?
JFragoso
Pública!
OK!
Seria importante aproveitar também parte do espaço, para a construção de uma unidade hoteleira e de algo semelhante á de "casa da Guia" em Cascais.
Toda desde o forte de s Julião até ao antigo Hospital tem um potencial turística enorme.
Conheço o espaço, nomeadamente o que se reporta à instalação das torres e conjunto de subterrâneos.
Estamos a falar de uma zona (no subsolo) construída com enormes paredes de betão reforçado, preparadas para o impacto direto de obuses.
Alguém acredita que um terreno que vale muitos milhões de euros com obras de elevado custo, nomeadamente para a "limpeza" do reduto militar, vai ser utilizado como um jardim?! Só se for um jardim de 3 m2! O resto será negócio imobiliário.
Passados 3 Anos, nada foi feito e está na ordem de trabalhos da próxima reunião da assembleia municipal a revogação dos contratos compra e venda celebrados.
Post a Comment