Thursday, January 12, 2012
Agradecimento
Chegado por e-mail:
«Obrigado, são Fantásticos!
No meio da grave crise que o país se meteu, em que se sente o futuro embargado numa esperança que se esfuma a cada dia, aparecem-nos pérolas que nos mostram que devoção é algo superior a qualquer conjuntura. É de uma dessas pérolas que quero falar, e principalmente homenagear.
Venho pois agradecer a cada das pessoas que dá vida à Escola e Jardim de Infância do Outeiro de Polima, pelo envolvimento pessoal e enriquecimento desta comunidade, impressos nos mais simples e indiferenciados gestos, e nas doze horas que os acompanham diariamente.
O agradecimento aqui patente baseia-se muito na minha leitura de transcendência de fórmulas educativas. Se pretendemos seres humanos formados como tal, estes têm acima de tudo que se relacionar com um meio desta qualidade. Contudo este principio é tão lato e imensurável que poucos conseguem aplicar formalmente neste contexto, apesar de ser intemporalmente o primário e exclusivo objectivo da formação individual.
Obviamente nunca haverá fórmulas para o ensino, apenas o bom senso de cada interlocutor, e este sempre superior por genuíno. Tentar formatar um processo sem perceber que antes de tudo este é humano é muito grave, mas pretender aplica-lo a toda uma cadeia torna-se insano, mesmo não pensando nos recursos que isso acarreta.
Qual tem sido a razão de conhecimento aplicada no dia-a-dia meia dúzia de anos após a respectiva aprendizagem? Extraordinariamente menor que o expectável, e se nos questionarmos acerca das experiências marcantes, efectivamente assimiladas, vimos que não se fundam nos forçados processos tradicionais, mas antes em mensagens subliminares do meio e nas referidas relações genuínas.
Um dos âmbitos que me tocou muito desde que visitei a escola pela primeira vez foi a reutilização e recolha generalizada de desperdícios, de uma forma inesperadamente natural. Tanto que eu próprio havia deixado de triar os restos orgânicos, motivado pelo abandono do projecto urbano de recolha pela instituição municipal, e agora faço-o para valorização na escola... caricato, não?
Não me importaria que esta distinção não fosse efectiva ao nível urbano, se dela não resultasse um desperdício de recursos desmesurado. Dos dados da Agência Internacional de Energia pode-se calcular que comparativamente com alguns países, apenas recuperamos em média um sétimo da energia, per capita, representando anualmente os seis sétimos desperdiçados o equivalente a uma habitação de 3300Wh em carga total por mais de
1 000 000 000 de horas, isto não contando com os aspectos positivos dos empregos e dinâmica envolvidos em todo o processo.
Por muito que se tente fechar os olhos o nosso futuro passa indubitavelmente pela valorização de todos os recursos, e quanto mais céleres formos a atingi-lo melhor, sendo de louvar que as nossas crianças se relacionem tão naturalmente com este desígnio.
Enalteço também a variedade de experiências e actividades que regularmente são proporcionadas às crianças, apesar dos minguantes recursos, abrindo-lhes consecutivamente o horizonte e as perspectivas, factor essencial e sinérgico ao seu crescimento. Claro que espevitar mentes já naturalmente curiosas é um belo tiro no pé...
E termino focando o aspecto simbiótico à comunidade e às famílias, que por vezes se traduz apenas em minúcias, mas até estas de importância fundamental, não podendo deixar de as relevar de semelhante forma.
Assim sendo, e em nome da comunidade que me faço representante, principalmente das crianças, sob coadunante liturgia e necessariamente inflado da minha condição, passo a investi-los Guardiães-das-Chaves, o mais elevado e responsável cargo na nossa civilização.
13/12/2011
Ricardo Palma
ricardopalma@portugalmail.com»
«Obrigado, são Fantásticos!
No meio da grave crise que o país se meteu, em que se sente o futuro embargado numa esperança que se esfuma a cada dia, aparecem-nos pérolas que nos mostram que devoção é algo superior a qualquer conjuntura. É de uma dessas pérolas que quero falar, e principalmente homenagear.
Venho pois agradecer a cada das pessoas que dá vida à Escola e Jardim de Infância do Outeiro de Polima, pelo envolvimento pessoal e enriquecimento desta comunidade, impressos nos mais simples e indiferenciados gestos, e nas doze horas que os acompanham diariamente.
O agradecimento aqui patente baseia-se muito na minha leitura de transcendência de fórmulas educativas. Se pretendemos seres humanos formados como tal, estes têm acima de tudo que se relacionar com um meio desta qualidade. Contudo este principio é tão lato e imensurável que poucos conseguem aplicar formalmente neste contexto, apesar de ser intemporalmente o primário e exclusivo objectivo da formação individual.
Obviamente nunca haverá fórmulas para o ensino, apenas o bom senso de cada interlocutor, e este sempre superior por genuíno. Tentar formatar um processo sem perceber que antes de tudo este é humano é muito grave, mas pretender aplica-lo a toda uma cadeia torna-se insano, mesmo não pensando nos recursos que isso acarreta.
Qual tem sido a razão de conhecimento aplicada no dia-a-dia meia dúzia de anos após a respectiva aprendizagem? Extraordinariamente menor que o expectável, e se nos questionarmos acerca das experiências marcantes, efectivamente assimiladas, vimos que não se fundam nos forçados processos tradicionais, mas antes em mensagens subliminares do meio e nas referidas relações genuínas.
Um dos âmbitos que me tocou muito desde que visitei a escola pela primeira vez foi a reutilização e recolha generalizada de desperdícios, de uma forma inesperadamente natural. Tanto que eu próprio havia deixado de triar os restos orgânicos, motivado pelo abandono do projecto urbano de recolha pela instituição municipal, e agora faço-o para valorização na escola... caricato, não?
Não me importaria que esta distinção não fosse efectiva ao nível urbano, se dela não resultasse um desperdício de recursos desmesurado. Dos dados da Agência Internacional de Energia pode-se calcular que comparativamente com alguns países, apenas recuperamos em média um sétimo da energia, per capita, representando anualmente os seis sétimos desperdiçados o equivalente a uma habitação de 3300Wh em carga total por mais de
1 000 000 000 de horas, isto não contando com os aspectos positivos dos empregos e dinâmica envolvidos em todo o processo.
Por muito que se tente fechar os olhos o nosso futuro passa indubitavelmente pela valorização de todos os recursos, e quanto mais céleres formos a atingi-lo melhor, sendo de louvar que as nossas crianças se relacionem tão naturalmente com este desígnio.
Enalteço também a variedade de experiências e actividades que regularmente são proporcionadas às crianças, apesar dos minguantes recursos, abrindo-lhes consecutivamente o horizonte e as perspectivas, factor essencial e sinérgico ao seu crescimento. Claro que espevitar mentes já naturalmente curiosas é um belo tiro no pé...
E termino focando o aspecto simbiótico à comunidade e às famílias, que por vezes se traduz apenas em minúcias, mas até estas de importância fundamental, não podendo deixar de as relevar de semelhante forma.
Assim sendo, e em nome da comunidade que me faço representante, principalmente das crianças, sob coadunante liturgia e necessariamente inflado da minha condição, passo a investi-los Guardiães-das-Chaves, o mais elevado e responsável cargo na nossa civilização.
13/12/2011
Ricardo Palma
ricardopalma@portugalmail.com»
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment