Tuesday, October 06, 2009
Cascais sem projecto
Um artigo publicado na "I", a 16 de Setembro deste ano, dá conta da incapacidade do executivo do presidente António Capucho de aprovar uma revisão ao Plano Director Municipal de Cascais até ao final do seu mandato, tal como era esperado. Os pontos fundamentais que levaram ao chumbo desta proposta pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo(CCDR-LVT), do Ministério do Ambiente (MA), prendem-se com a mobilidade e ordenamento do território, onde as proposta camarária terá ficado "aquém do que seria desejável".
De acordo com o parecer da CCDR-LVT, as opções em matéria de ordenamento de território "não contribuem suficientemente para limitar o consumo difuso do espaço para fins urbanos, nem para a contenção das expansões urbanas", sofrendo também criticas ao nivel da rede de transportes publicos: "A caracterização da oferta é insuficiente: não são apresentados dados sobre a procura, não é feita a avaliação dos níveis de serviço e não são apresentados nem um diagnóstico das necessidades nem dos potenciais impactos das propostas".
Mobilidade precisa-se
Segundo o mesmo parecer, a proposta da câmara falha ainda em apresentar objectivos especificos no dominio da mobilidade: "regista-se uma aparente divergência entre as opções do projecto de PDM e as linhas preconizadas no Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa, que propõe a implementação de medidas visando a integração e a melhoria da oferta do sistema de transporte público e a diminuição do tráfego automóvel". O relatório da comissão chama ainda atenção para o facto da autarquia dever dar mais importância às vias exclusivas para ciclistas e peões. Curiosamente, estas são apresentadas pela CMC como "infra-estruturas destinadas ao lazer fora das zonas urbanas" e "a CMC não atribui a importância que a mobilidade não motorizada merece".
Pondo de parte eventuais interesses politico partidários, ligados ao facto de o MA estar sobre tutela de um governo PS e a candidata do mesmo partido à CMC, Leonor Coutinho, ter como estandarte um percurso profissional e académico ligado ao Urbanismo, tendo estado na origem do passe social em Lisboa e sido quadro superior do Atelier Parisien d'Urbanisme (entre 1970 e 1974), a agencia que elabora as orientações da política urbana da capital francesa, é manifesta a falta de visão do actual executivo camarário em relação à mobilidade e a um projecto de fundo para o conselho e seus cidadãos.
A alteração do PDM avançada pela autarquia recorda que Cascais é um concelho de atracção. Mas encontro esta expressão extremamente redutora, enquanto a autarquia olhar para o municipio como saudoso destino de férias da familia real e esquecer os quase 200 000 habitantes e o título de quinta vila mais populosa do país, com toda a complexidade e potencial humano que ai reside.
Não é preciso ir muito longe para conhecer uma realidade diferente. Basta dar um salto até Oeiras, um municipio onde se concentra cerca de 30% da capacidade científica do país, que tem dos mais altos niveis de qualificação média da Europa e sim, onde os cidadãos também vão a banhos nas diversas praias do concelho.
De acordo com o parecer da CCDR-LVT, as opções em matéria de ordenamento de território "não contribuem suficientemente para limitar o consumo difuso do espaço para fins urbanos, nem para a contenção das expansões urbanas", sofrendo também criticas ao nivel da rede de transportes publicos: "A caracterização da oferta é insuficiente: não são apresentados dados sobre a procura, não é feita a avaliação dos níveis de serviço e não são apresentados nem um diagnóstico das necessidades nem dos potenciais impactos das propostas".
Mobilidade precisa-se
Segundo o mesmo parecer, a proposta da câmara falha ainda em apresentar objectivos especificos no dominio da mobilidade: "regista-se uma aparente divergência entre as opções do projecto de PDM e as linhas preconizadas no Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa, que propõe a implementação de medidas visando a integração e a melhoria da oferta do sistema de transporte público e a diminuição do tráfego automóvel". O relatório da comissão chama ainda atenção para o facto da autarquia dever dar mais importância às vias exclusivas para ciclistas e peões. Curiosamente, estas são apresentadas pela CMC como "infra-estruturas destinadas ao lazer fora das zonas urbanas" e "a CMC não atribui a importância que a mobilidade não motorizada merece".
Pondo de parte eventuais interesses politico partidários, ligados ao facto de o MA estar sobre tutela de um governo PS e a candidata do mesmo partido à CMC, Leonor Coutinho, ter como estandarte um percurso profissional e académico ligado ao Urbanismo, tendo estado na origem do passe social em Lisboa e sido quadro superior do Atelier Parisien d'Urbanisme (entre 1970 e 1974), a agencia que elabora as orientações da política urbana da capital francesa, é manifesta a falta de visão do actual executivo camarário em relação à mobilidade e a um projecto de fundo para o conselho e seus cidadãos.
A alteração do PDM avançada pela autarquia recorda que Cascais é um concelho de atracção. Mas encontro esta expressão extremamente redutora, enquanto a autarquia olhar para o municipio como saudoso destino de férias da familia real e esquecer os quase 200 000 habitantes e o título de quinta vila mais populosa do país, com toda a complexidade e potencial humano que ai reside.
Não é preciso ir muito longe para conhecer uma realidade diferente. Basta dar um salto até Oeiras, um municipio onde se concentra cerca de 30% da capacidade científica do país, que tem dos mais altos niveis de qualificação média da Europa e sim, onde os cidadãos também vão a banhos nas diversas praias do concelho.
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5 comments:
LOBO VILLA,6-10-09
As referências á candidata do PS e ao autarca-corrupto de Oeiras sâo espúrias,o que importa salientar para Cascais é que NÃO TEM PLANO algum,satisfatório ou não. O PDM não é um PLANO , é um mero "zonamento" e o relatório da CCRLVT acerta em cheio quanto á "não contenção urbana",que era uma "bandeira" de Capucho ,diferenciadora de Judas...
Diferença não há nenhuma !
Cascais continua entregue aos patos-bravos do betão , é a clara conclusão deste relatório.
Plenamente de acordo com o post do Lobo Villa.
É uma tristeza assistir ao lento definhar do concelho e à perda de protagonismo em praticamente todas as areas onde antes nos afirmamos de forma positiva e criativa.
Mas não sejamos tão radicais: Judas e Capucho,de Cascais, seguem exactamente o mesmo modelo dos Isaltinos,Valentins,Fátinhas ou Avelinos.Só que uns foram "apanhados"(salvo seja) e os outros ainda não.
Judas escapuliu-se,graças a Capucho,que o protegeu,bem como a A. Santo, porque um dia se irá escapulir também, graças a estes.
E assim por diante,os caciques protegem-se uns aos outros ,hoje,para não serem acusados amanhã.
Diz-se á cabeça,"Cascais sem projecto" ; deveria dizer-se "Cascais sem Plano,sem PDM,sem nada... !" .
Pois Capucho não tem,como os anteriores não tinham, qq Plano para Cascais,o PDM que nem Plano é, continua e continuará em "revisão" eternamente,até que o Concelho fique sem terrenos para construir,como já aconteceu em Lisboa,e que os patos-bravos depois queiram o bota-abaixo,agora chamado de "requalificação urbana",que é demolir para voltar-a-construir, nesta interminável "lógica urbanística" , tão só especulativa. Em Cascais as torres soviéticas do Estoril-Sol inauguraram esta "requalificação" especulativa do bota-abaixo e a Cidadela-Pestana abre ainda outro NOVO CICLO especulativo, que é a venda(por 70 anos...) do Património Nacional aos privados, sem ouvir os munícipes , ou se quiserem, sob "concurso público",á medida do único "concorrente"...
Tudo isto é público e notório !
Porém voltanto ao título "Cascais sem projecto", que é Cascais SEM PLANO, é o que temos e no qual votaram,em maioria (!)...
Não se queixem. Depois!
Infelizmente ,aqui, ninguém se queixa de nada de importante , só de ninharias como de caixilhos de plástico,de ruas esburacadas e de carros em cima do passeio...tudo coisas de fácil remédio !
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