Thursday, November 23, 2006

Cascais desaparecida #6: Professor Brito

Para quem não saiba, ele foi meu professor de Matemática durante 3 anos, do 10º ao 12º. Escusado será dizer que também o foi de centenas, milhares de alunos dos Salesianos do Estoril, ao longo de muitas décadas de aulas e explicações. Alunos que nunca o esquecerão. Com ele não se brincava nas aulas, mas brincava-se fora delas. Mestre na arte de ensinar sistemas de equações, inequações, teoremas, trignometria, limites, derivadas, grupóides, etc., sempre me custou a perceber como ele, podendo ter seguido outra carreira nas matemáticas, escolheu o ensino liceal. Os seus cadernos (de explicações) são dos raros cadernos escolares que ainda conservo em prateleira, escritos e corrigidos com a sua letra certa e segura, desenhada a rigor matemático naquela quadrícula única dos cadernos dos Salésias. Foi o melhor e mais carismático professor que alguma vez tive. Uma saudade! E alguém que já merecia uma placa toponímica no Estoril.

2 comments:

Anonymous said...

Ui, tb eu tive a oportunidade de ser aluno do prof. Brito, do prof. Sales Gomes, e já agora, juntando mais um nome a este grupo mítico, o ainda prof. Matos.
Para ter a colecção completa faltou-me ser leccionado pelo Pe. Miguel.

Só nós, felizardos sobreviventes, podemos agora confessar o pânico que era entrar para aquelas salas de aula sem os T.P.C.'s feitos, sem o caderno diário em dia, ou com vontade de falar com o colega do lado. Ahh pois é, grandes professores, sem dúvida, que ainda hoje nos fazem recordar momentos inesquecíveis naquelas salas onde, imponentes, estes senhores, nos olhavam do cimo dos altaneiros estrados.

Grandes tempos.

Vasco Martins said...

Fui aluno do Prof. Brito, um homem espartano que me deixou imensas saudades.
Foram o seu rigor, a sua firmeza, a sua exatidão que contribuíram para o homem que sou hoje.
Nos dias de hoje já ninguém sabe o que é respeitar um professor, por exemplo levantar-se quando o prof. entra na sala e sentar à sua ordem.
Com o prof. Brito não havia balelas, havia ordem, regras que tinham que ser cumpridas. Princípios que quando se é jovem, às vezes são difíceis de entender, mas quando se atinge uma determinada idade, faz-se luz, e atingimos a importância desses cânones.
Todos os cadernos tinham o número da aula e a data sublinhados com caneta azul e o título sublinhado a vermelho. O Sumário vinha no fim da Aula, por isso mesmo, pq era a síntese da aula (também sublinhado a Azul).
Os apontamentos eram obrigatoriamente escritos na sebenta e só depois passados a limpo para o caderno. Parece que o estou a ver a começar uma aula: 19º lição-------------19/02/1983---------INEQUAÇÕES.
Foi de facto o melhor e mais carismático professor que tive em toda a minha vida. O amor que ele tinha pela matemática não deixava ninguém indiferente.
Com ele aprendi muito mais do que matemática, aprendi o que obedecer, o que é ter crédito e todo um conjunto de valores que faz a diferença entre ser Homem e ser-se homem.
Foi um privilégio ter este Senhor como meu mestre.
De facto merecia uma grande homenagem.
Bem haja.