Thursday, March 22, 2007
Comércio urbano - uma "realidade futura"
A Câmara Municipal de Cascais e a Associação Empresarial do Concelho de Cascais (AECC), apresentaram no dia 14 de Março, a Agência para a promoção da Vila de Cascais (PROCASCAIS), num colóquio com o tema "Comércio Urbano: Apresentação de Uma Realidade Futura". (Fonte: Jornal da Região, 20 a 26 Mar)
Levantaram-se os argumentos do costume (e já muito estafados) para justificar a situação no centro da Vila de Cascais: pouca atractibilidade do "comércio de rua", a desertificação do centro e os "turistas a passearem com sacos das lojas dos chineses(!!!). Repetiu-se então, que isto se deve a: 1) o "apelo espectacular do Cascais Shopping"; 2) faltas de estacionamento, conforto, iluminação e espaços verdes nas ruas; 3) horários do comércio.
O "exemplo" da Baixa-Chiado (em Lisboa. Que levou cerca de 20 anos a mostar sinais de revitalização - desde o incêndio de 1988) veio "evidenciar" a importância das "Lojas Âncora" neste processo de animação do comércio (mas em Cascais já lá estão!!!... ou não?).
O vogal da AECC, sublinha que "a resolução dos problemas do dia-a-dia" só poderá ser efectuada com a participação dos comerciantes" ...Que participação? Como participar? E atrair outro tipo de comércio e produtos que não o desencanto e a banalidade dos produtos que são oferecidos lá? Um turista compra produtos de Lojas Âncora - espanholas - se os pode comprar em Espanha todos os dias com I.V.A. inferior? E o custo da aquisição de espaço comercial - a falta de apoio da banca e o negócio obsceno dos trespasses - custos que se têm de reflectir nos dos produtos?...o novo comércio irá instalar-se nos primeiros andares (de habitação) adquiridos com empréstimo individual para habitação?
Levantaram-se os argumentos do costume (e já muito estafados) para justificar a situação no centro da Vila de Cascais: pouca atractibilidade do "comércio de rua", a desertificação do centro e os "turistas a passearem com sacos das lojas dos chineses(!!!). Repetiu-se então, que isto se deve a: 1) o "apelo espectacular do Cascais Shopping"; 2) faltas de estacionamento, conforto, iluminação e espaços verdes nas ruas; 3) horários do comércio.
O "exemplo" da Baixa-Chiado (em Lisboa. Que levou cerca de 20 anos a mostar sinais de revitalização - desde o incêndio de 1988) veio "evidenciar" a importância das "Lojas Âncora" neste processo de animação do comércio (mas em Cascais já lá estão!!!... ou não?).
O vogal da AECC, sublinha que "a resolução dos problemas do dia-a-dia" só poderá ser efectuada com a participação dos comerciantes" ...Que participação? Como participar? E atrair outro tipo de comércio e produtos que não o desencanto e a banalidade dos produtos que são oferecidos lá? Um turista compra produtos de Lojas Âncora - espanholas - se os pode comprar em Espanha todos os dias com I.V.A. inferior? E o custo da aquisição de espaço comercial - a falta de apoio da banca e o negócio obsceno dos trespasses - custos que se têm de reflectir nos dos produtos?...o novo comércio irá instalar-se nos primeiros andares (de habitação) adquiridos com empréstimo individual para habitação?
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8 comments:
Concordo perfeitamente: a bola está do lado dos comerciantes. A Rua Direita e as ruas em volta da Praça Camões são uma nulidade, estão obsoletas, os empregados, em 80& dos casos são antipáticos, não há sombras, as esplanadas ocupam cada vez mais passeio ... e aquelas Arcadas do Parque, no Estoril, mais o fantasma do Cruzeiro e lojas em volta do Jardim dos Passarinhos, tudo isso tem que mudar... e rapidamente.
A Conde Valbom, por exemplo, é das poucas zonas com movimento, mas sem esplanadas. Tem a Bertrand e a Galileu, tem a Zara, a Boss, etc., o incontornável Santini, duas alergarias históricas, cá acima o McDonald's. Mas é preciso mais. Ao fim destes anos todos continuo sem perceber, por ex., como é possível à Sacolinha continuar naqule beco, num vão de escada (literalmente), com tanta casa em risco de demolição na Valbom...
Se por um lado o comerciante cascalense sofre dos males do português, em geral, por outro devia aproveitar o facto único de ser ponto de passagem obrigatório para turistas, que se quer de qualidade.
Já não chega a Escola de Hotelaria, é preciso que alguém se mexa e explique, tintim por tintim, aos comerciantes do centro de Cascais o que de bom se faz lá fora.
Já sugeri em tempos a criação de bolsas de estudo/viagem CMC/Junta Turismo/DG Turismo ao estrangeiro, a vilas francesas e italianas semelhantes a Cascais ... onde o comércio é uma força económica, tem bom gosto e combate eficazmente os inevitáveis centros comerciais da periferia ... de preferência sempre nas vias em volta e não no centro, como CONSENTIMOS esse inenarrável Titanix ou ... o Jumbo.
Aliás, pegando no Jumbo, seria melhor que a CMC envidasse esforços com o governo, não para acabar de vez com o que resta da Marginal (com o novo Estoril-Sol ... que é preciso combater - pq ainda é possível - o seu aspecto de «alien agressivo») e pugnar pelo abaixamento do Jumbo e da linha férrea até São João, com libertação da zona à superfície, não para se fazer mamarrachos mas para jardins e equipamentos de lazer. E como já vai longo, fico-me por aqui, até breve;-)
Subscrevo e acrescento ao Titanix (Jumbo) o verdadeiro mamarracho Obralix (Cascais Villa).
...uma obra a sério, seria essa mesma de que fala o Paulo Ferrero: redesenhar "como um todo" essa porta de Cascais - de grande qualidade urbana potencial - enterrando a estação, e reformulando o edificado que a envolve directamente (até ao parque Palmela) acolhendo comércio, serviços e habitação.
...mas obras a sério (!!)... não podemos continuar a aceitar uma colecção de coisas avulsas.
...o Santini (um produto de qualidade... Sou fãzíssimo e viciado) tem obrigação de transformar a sua "casa". Há uma diferença significativa, injusta e injustificável, entre a sua história, os seus maravilhosos e inigualáveis gelados, o infinitamente simpático atendimento e ... a sua casa!! (A este nível podia dar exemplo ao restante comércio... ou não?).
Quando lá vou, quedo-me frente às fotografias "coladas" aos vidros (!!!?), com pena de não ter nascido muito antes, para ir comprar gelados na antiga geladaria do Tamariz (não porque ache que devemos voltar ao antigamente, mas... essas imagens parecem "falar" de tempos mais dignos: Sem alumínios, espelhos e iluminação fluorescente, que hoje, fazem parecer o interior do Santini igual a qualquer snack-bar).
Hoje vou ter de escrever e tentar convencer meus amigos bloguistas da importância de tão «estafada» decoração.
Já foram ao Santini de S. João de Estoril?
Adoro a minha loja era assim que ela era no tempo do meu avô...(com espelhos, inox e vidros, só a luz era outra )e não imagina a quantidade de pessoas que gosta da decoração.Não se esqueça do que disseram num artigo «posto» a uns tempos, neste mesmo blog, sobre a Pastelaria Garret?
Por que ao contrário de outras coisas faz-lhes também lembrar outros tempos.Como disse uma vez um cliente ... «gosto da vossa loja é como uma fotografia a cores para mostrarmos aos nossos netos»...Mas sentimos também uma necessidade de tentar inovar a imagem mantendo os laços do passado.Na nova loja de S. João de Estoril ouve essa preocupação.Não a vou descrever aqui... mas convido-vos a uma visita próximo fim de semana.
Não devem saber mas a loja de Cascais é arrendada... Tentamos várias vezes mudar e adquirir um estabelecimento que estivesse dentro dos parametros dos gelados.
Impossivel nesta vila...Mas por outro lado, tinha muita pena de deixar um marco tão importante para nós....Permitam a brincadeira esta «desaudade» toda vindo de pessoas que tanto criticaram a demolição do
Estoril-Sol, « saudosistas» desta terra decidam-se; desculpem a brincadeira, não levem a mal.
Mas sabem... mesmo para empresas querendo abrir outras unidades com outro tipo de lojas melhor situadas
não conseguem essa mesma mudança sem entrar na falência.Ou acham por exemplo que a Sacolinha não gostava de sair do «beco» onde se encontra...?E mesmo assim um beco importante em Cascais...
Porque é que ainda não saiu ? Adivinhem
Quanto ao vogal da AECC, que por acaso tambem sou eu...
Continuo a disser se queremos alterar a situação temos de agir quanto antes...e ai não há milagres têm de ser os própios empresários.Como? Mudando horários, montras apelativas, mudar conceitos de vendas...Quando se fala de lojas ancora fala-se por exemplo (além das que existem actualmente em Cascais) de uma Fnac...porque não? Uma Quebramar...etc...
Quem esteve na AECC ouviu-me tambem disser o seguinte...que a Câmara tem tambem obrigação de manter as infrastruturas das ruas( wc´s, espaços verdes, segurança, iluminação...etc).
Mas claro isto foi para quem lá esteve...de 200 ( mais ou menos) empresarios da área involvida estiveram 30 se tanto...
E já agora concordo com o Pedro precisamos de obras a sério...Mas tambem precisamos de um projecto a longo prazo com um objectivo claro e sério para Cascais. Transformar Cascais num local de férias ansiado de férias e passeio mas também num melhor de se viver...
Caro Eduardo (um fã cumprimenta-o com estima), a minha "provocação" sobre a geladaria Santini da Conde Valbom, mantenho-a porque acredito (e acabei de confirmar a minha crença com a sua participação acima) que reside ali uma experiência que, partilhada, pode dar pistas muito importantes à reflexão de muito "boa gente" .
Não sou - mesmo - saudosista. Acho que o progresso é um património que presta homenagem à inteligência da Humanidade.
O tempo que foi, já foi. E acho que o "hoje" não pode, e não deve, ser igual ao "ontem". Mas o "hoje" é assim, por causa do que "ontem" foi. E se fôr assim, estaremos a falar de tradições "vivas" e não de cidades-museus que mostram "coisas" artificialmente petrificadas.
Há - claro! - uma identidade própria e válida, que a conjugação dos alumínios, vidros e espelhos exprimem na geladaria Santini da Conde Valbom. E, para mais, essa conjugação é associável ao prédio (anos 70, creio) onde está a geladaria. ... o essêncial continuam a ser outras coisas... Seja como fôr, na identidade (nessa identidade) só se pode mexer com inteligência e respeito, e nunca com o tipo de transformações "propostas" por "especialistas" em VENDER confortáveis "pacotes" de mobiliário, equipamento e iluminação para restauração (normalmente subprodutos industriais, descartáveis e assépticos). Quanto ao "caso" Garrett... (sem comentários).
...não quero ir mais além. Mantenho - como disse - a minha "provocação" quanto à palavra que o "Santini" tem para dizer, e alimento o desejo de que Cascais venha a ser um sítio digno, transformado e moderno (isso mesmo: moderno), mas reconhecendo a sua identidade própria, que lhe basta para ser um sítio encantador. Uma identidade que lhe vem da miscigenação entre o mar, a modéstia (sábia) de um aglomerado piscatório, e a estância de veraneio aristocrática.
«Quando lá vou, quedo-me frente às fotografias "coladas" aos vidros»
-livra, espero que a baba não caia nos gelados!
Numa análise mais fria (será do último tema ;) suspeito que tudo passa pela menor atractividade, relativa, do centro relativamente aos novos pólos periféricos, que são medonhos mas respondem eficazmente às questões básicas da acessibilidade e do estacionamento!
é caso para parafrasear o Clinton, com o seu lema:
é o...estacionamento, estúpido!
caro Pedro antes demais quero pedir desculpa pela brincadeira do «saudozista».
Acredite que ainda não consegui conceber (na minha cabeça) outra imagem da loja de Cascais...mas acredite que preferia uma loja como o Tamariz á de Cascais.
A seguir penso que o futuro de Cascais passa pelos propios cascalenses desenvolverem uma ideia do que pretendiam para Cascais.Mas infelizmente penso que a maioria não se preocupa minimamente com o tema.
Veja-se a adesão ao nosso blog...
Penso que temos de fundar um grupo e tentar incutir nas escolas ( por exemplo) o gosto por Cascais...entre outras coisas.
Que tal um grupo com pessoas de vários quadrantes que se junte e discuta os vários problemas da nossa terra...
O que acham?
PS-deixei cair a minha máscara espero que ninguem repare.
...não sei se o problema é o estacionamento. Se se falar na gestão do estacionamento, talvez concorde mas, falta de estacionamento não sei se existe nas áreas de "serviço" à baixa de Cascais. Há centenas de lugares entre o Jumbo e o mercado (incluindo os do Cascais Villa).
No lado oposto há o estacionamento da marina... não chega? Se calhar não!
Mas, cá para mim, suspeito que a gestão desses estacionamentos não considera o favorecimento do comécio de rua.
Depois, sendo Cascais um aglomerado eminentemente turístico... Um turista está disposto a "passear" a pé pela rua. Sem automóvel. Aqui é que não me parece - tirando a restauração e algumas pontuais excepções - que o comércio de rua se tenha transformado devidamente (digna e profissionalmente) para este alvo.
Finalmente, o paradigma dos aglomerados urbanos, e circulação nestes, baseado no automóvel irá (ou deverá) alterar-se...
(continuação) Ainda, sendo Cascais um aglomerado eminentemente turístico... os turistas - e talvez mesmo muitos habitantes - estariam dispostos e com vontade de "passear" a pé pela rua. Sem automóvel. Aqui é que não me parece que, para além dos comerciantes, a cidade (C.M.C. proprietários e projectistas) tenham concretizado transformações na paisagem urbana, conforto de circulação pedonal e atractibilidade, que rentabilizem alguns pólos interessantes...
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