Friday, February 06, 2009

Ainda sobre a farmácia.

O que os jornais da zona têm dito:

In Jornal de Cascais
27JAN2009

Por MILENE MATOS SILVA

Um novo edifício de linhas modernas, situado no centro histórico da vila piscatória, está a causar polémica. A discussão surgiu no Blog da Internet Cidadania Cascais, onde se podem ler várias queixas sobre volumetria da construção. A população di­vide-se quanto ao impacto da nova casa da Farmácia Cor­deiro.

“Não entendo é o que aquele edifício tem de comum com os edifícios envolventes. Traça modernista junto da traça antiga, propensa a que den­tro em breve aquela zona seja algo que nada tem a ver com a vila de Cascais”, avan­ça Fernando Boaventura no Blog Cidadania Cascais, levan­tando também a questão da alteração ao Plano Director Municipal (PDM) dado que o edifico está a uma cota supe­rior aos restantes da zona.
Ora de acordo com o vice-presidente e vereador do Ur­banismo na Câmara Municipal de Cascais (CMC), Carlos Carreiras, "o edifício cumpre to­dos os regulamentos vigen­tes", e acrescenta que a al­teração ao PDM "nem sequer está em questão", na zona.

Situado no centro da vila, que data do século XII, entre a rua direita de Cascais e o largo Cidade Vitória, trata-se de um edifício onde está a funcionar a Farmácia Cor­deiro. Ficou concluído há uma semana e insere-se numa das artérias de comércio tradicio­nal. Também Paulo Ferrero, outro interveniente, consi­dera a nova construção uma "Mono", acrescentando que "é inadmissível que tenham deixado construir neste es­paço".

Para José d'Encarnação, fundador da associação Cultu­ral de Cascais (uma institui­ção que procura a preservação do património arquitec­tónico), "a volumetria do edifício é excessiva e as li­nhas estão completamente desenquadradas, numa rua que tem características es­pecíficas no coração da vi­la". O membro da associação e arqueólogo diz ainda "não colocar em causa o projecto de arquitectura", no entan­to, refere que "a sua locali­zação é que é desadequa­da", porque "a rua direita tem um significado em todas os centros históricos".

A população está dividida sobre o projecto, para João Silva, este novo edifício "vem retirar ao centro de Cascais as suas características de vi­la histórica, trazendo conse­quências para o turismo". De acordo com este morador, "existem muitos locais em Cascais onde se pode apostar na arquitectura moderna".

Ainda segundo João Silva, "já chega de tanta constru­ção, com a agravante que ca­da novo edifico apresenta-se com uma arquitectura dife­rente fazendo do centro de Cascais uma manta de reta­lhos". Já para Francisca Curro Graça, também moradora, "a nova estrutura está gira, mo­derna e tem linhas simples, com cores discretas, que se enquadram bem na zona".

O vereador recusa-se co­mentar aquilo que considera ser "teorias de gosto e esté­tica". Carlos Carreiras ga­rante ainda que todas as deci­sões foram tomadas com base em "pareceres técnicos".

No mesmo jornal

Ponto de vista
Por: Rui Rama da Silva

O Mono da Rua Direita

Já é do conhecimento e apontado como tal: O Mono da Rua Direita de Cascais. O edifício já lá estava. Á data em que foi construído também destoou mas, perante o mau estado dos envolventes e a falta de intervenção planificada para o local, fomo-nos habituando a ele.

Cada um tem o seu gosto, o seu sentido estético. Mas nesta apreciação não me baseio no meu gosto pessoal, discutível como tantos outros, mas apenas na lógica do conjunto construído, na coerência de estilos envolventes, numa cultura arquitectónica local existente e dominante.

Tanto zelo posto no acompanhamento do projecto de adaptação da “Casa do Retratista”, que resultou amaneirado mas, apesar de tudo, combinável com a envolvente.

O problema da cota do edifício superior aos restantes não o deixa de ser mas, apesar de tudo, não será o maior.

O maior, está num conjunto de três alçados, porventura adequáveis a outro local com outras características, mas, no sítio e nas circunstâncias, tornado o dito mono, de quem já muita gente fala como o desenho errado para o local errado.

O responsável autárquico pelo licenciamento da dita obra, laconicamente, veio justificar que “o edifício cumpre todos os regulamentos vigentes

Com base no mesmo argumento, mas aduzido por outros no passado, vi o dito responsável nessa altura, e bem, criticar os responsáveis de então por igual ligeireza e cizentismo empregues para justificar o injustificável em situações de igual perfil e jaez.

Muitos estarão lembrados da polémica suscitada, ao tempo da presidência de Helena Roseta na Câmara de Cascais, com um estudo para o novo centro de Cascais. As maquetas apresentadas na exposição concorriam em futurismo, arrojo, inovação mas tinham também em comum, na generalidade, uma proposta de solução desproporcionada desenraizada e alheia á escala do local.
Essa iniciativa, apesar de, felizmente, não ter tido consequências nem resultados , de que hoje muito nos arrependeríamos, teve, pelo menos, o mérito de nos pôr a pensar e a reflectir melhor sobre o que desejaríamos de Cascais.

É desse exercício e da consciência crítica surgida então em muitos de nós que partiram nos anos seguintes outras posições criticas sobre outras tantas obras, umas evitadas mas outras nem tanto, e que têm descaracterizado o centro da Vila.
E esta é apenas mais uma, dirão os resignados.

4 comments:

António said...

Eu gosto, marca uma época, é um sinal da arquitetura dos nossos dias.

Anonymous said...

.AUTODROMO DO ESTORIL
(0 comentários);
. SESSÃO DE PARTICIPAÇÃO PUBLICA NO ÂMBITO DA ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE PORMENOR INTEGRADOS NO PNSC
(0 comentários;
DEFESA DO EDIFICIO DO DIARIO DE NOTICIAS
0 comentários;
.CASCAIS ISENTA HOTEL MIRAMAR DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL
(0 comentários);
CASCAIS DECIDE ATÉ FEVEREIRO SE PESTANA FICA COOM CIDADELA
(0 comentários);
CASCAIS RECEBE LOJA DO CIDADÃO
(0 comentários).

FARMÁCIA DE CASCAIS

24 comentários !!!!

Ou seja, nas questões essenciais do ordenamento do território da gestão urbanistica ou da defesa do património cultural, IDEIAS ZERO.
Já se o bate-papo for sobre estética, integração, farmácias, invejas,ressabiamentos, ajustes de contas, etc. o caso muda de figura e o povão, com os seus catedráticos à cabeça, enche o terreiro jornalistico com as suas doutas e mui preocupadas opiniões.

Uma vez mais discute-se o acessório e empurra-se o que é realmente importante para debaixo do tapete.

É pena. Mas é o costume.

João Morais

Anonymous said...

Come e cala!

Sobretudo não mexer com os interesses desta gente de "sucesso", o povo deve abaixar as orelhas.

Digo NÃO, exigo saber o que se passa atrás da cortina de fumo (licenciamento rápido para CASAS no Parque Natural SINTRA CASCAIS).

Para abrir um supermercado numa zona habitacional do nosso concelho são anos.

Não estou nada preocupado sobre o edíficio do DN da capital, lá os poderes públicos não vão em aventuras no espaço nobre.

Gaita é sempre tudo do 8 ao 80.

Anonymous said...

LOBO VILLA,24-2-09

João Morais :
Estou 100% de acordo consigo ; o povão gosta é da foleira discusssão,da merdice da "estética" (farmácias...)
(E a CMC também,e provoca-a)
Mas vamos lá, sobre o Autódromo e o Miramar ,por exemplo, não tem razão !
Há aqui um longo pipe-line discutivo sobre isto e muito mais.
O pior para mim é que mesmo que haja uma boa discussão,não resulta em nada , a menos que haja uma PETIÇÃO ou algo concreto similar.