Friday, February 19, 2010

Director clínico garante que Hospital de Cascais será o mais exigente do país


In Público (19/2/2010)
Por Carlos Filipe

«Obra feita em Alcabideche também vai servir utentes de oito freguesias do concelho de Sintra, mas exclusivamente nas áreas de maternidade e pediatria

Utentes querem melhores condições e mais atenção
Implantado em dez hectares

A partir de terça-feira está prometida vida nova para as necessidades de saúde no concelho de Cascais com a abertura do novo hospital, em Alcabideche. Trata-se do primeiro a adoptar um modelo de gestão a estrear, integrado no Sistema Nacional de Saúde, mas fruto das novas parcerias público-privadas. Um dia depois da sua abertura, encerram definitivamente as portas do velho hospital, disfuncional e desadequado às exigências de uma população crescente e emparedado no complicado tecido urbano da vila de Cascais. A urgência do novo hospital começa a receber doentes no dia 28.

O novo hospital cobre um universo aproximado de 300 mil utentes. "Qualidade, humanização, conforto [os quartos terão entre uma e duas camas] e segurança serão a pedra de toque", disse ontem o presidente do conselho de administração da empresa Hospitais Privados de Portugal (HPP), José Miguel Boquinhas, na apresentação da unidade, anunciando também o "momento mágico que vivemos". "Este hospital será o mais moderno e tecnologicamente apetrechado, queremos que funcione sem papel e que tenha uma excelente acreditação de qualidade."

O médico José Varandas Fernandes, director clínico da nova unidade, deu ênfase à responsabilização clínica dos 160 médicos e 300 enfermeiros que ali vão trabalhar: "Os parâmetros de qualidade serão muito exigentes, e estou mesmo seguro de que este será o hospital mais exigente do país."

O processo de construção desta unidade chega assim ao fim, depois de vários problemas no seu percurso. O primeiro tropeção foi a recusa do visto do Tribunal de Contas ao contrato de gestão entre o Estado e a HPP, que pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos. Os juízes manifestaram reservas ao processo concorrencial e ao resultado financeiro do contrato e concluíram que houve "alteração do perfil assistencial (...) a doentes infectados com VIH/Sida, e à eliminação da produção em hospital de dia médico em oncologia (...)", e manifestaram reservas sobre "a decisão de alterar a arquitectura do sistema de monitorização do desempenho". Como consequência, a nova unidade, que terá o nome de Dr. José de Almeida, derrapou dois anos na sua finalização.

A retirada da especialidade de oncologia foi uma das questões mais polémicas, e chegou em 2008 à Assembleia da República, graças a uma petição com quase 19 mil assinaturas. Mas o certo é que o novo hospital de Cascais vai assegurar aquele serviço (tratamento, cirurgia e internamento), em parceira com o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - que integra os hospitais de Santa Cruz, São Francisco Xavier e Egas Moniz - e recorrendo para tal aos médicos destas unidades, que prestarão serviço em Cascais.

Quanto aos doentes infectados com VIH/Sida, o presidente do conselho de administração da HPP garantiu que o protocolo com a Administração Regional de Saúde estabelece que a assistência ficará ao cuidado dos médicos de Cascais.

O Estado vai pagar 400 milhões de euros por um contrato de dez anos com a HPP e que será renovável até ao limite de 30 anos.»

...

F-I-N-A-L-M-E-N-T-E!

2 comments:

Anonymous said...

LOBO VILLA
Já se esperava que os negociantes privados da saúde(HPP) quisessem bom negócio,i.e. muitos tratamentos arrastados mas nada de doentes terminais (!).
Não querem sidosos nem cancerosos.
Dão muita emoção e trabalho.
Que morram nos hospitais públicos, o povo que pague.
"Nós somos os melhores do país",diz o Director deste novo hospital privado.
Deste HPP. Que curiosamente pertence á CGD. Cujo maior accinoista é o Estado , ou seja ,os contribuintes. Ou seja nós!
Não se augura nada de bom para a saúde, mais um negócio.
Entretanto o antigo Hospital,que foi reclamado pela população para ser uma unidade de cuidados últimos-paliativos...etc e tal ???
Nada se diz.
Irá para "hotel" como a CMC desejaria ?

JDinis said...

Provavelmente o antigo hospital era melhor não, quer dizer a não sei quanto anos que se pede um hospital novo quando o fazem é logo para criticar, a politíca têm disto, eu até sou da opinião que o antigo hospital venha abaixo, sim porque todos estes anos que teve de vida como hospital devia ser desactivado e reconstruir de novo como clinicas, exames etc.. até por questões de segurança para a saúde etc..