Thursday, January 19, 2012

Câmara de Cascais compra hospital de Carcavelos e quartel da Parede

Por Carlos Filipe, in Público de 18-01-2012

O hospital ortopédico Dr. José de Almeida, em Carcavelos, e a antiga 2.ª Bateria da Parede, unidade militar que faz parte do Regimento de Artilharia de Costa, bem assim como o quartel que a servia, todas estas infra-estruturas já desactivadas, vão ser comprados ao Estado pelo município de Cascais, por um valor que ronda os 6,15 milhões de euros.

Autarquia quer aproveitar instalações para uma extensão de saúde (Foto de Dário Cruz)

Com a aquisição dos imóveis, classificados de interesse municipal, já negociados com a Estamo (imobiliária do Estado), tal como a forma de pagamento, em prestações mensais ao longo de seis anos, a autarquia pretende requalificar os espaços, mas mantendo-lhes utilidade ou fruição públicas. No caso da unidade de saúde, especializada nas áreas de Ortopedia e Traumatologia, mas desactivada desde que entrou em funcionamento o novo hospital de Cascais, existe o desejo de ali instalar a extensão de saúde de Carcavelos, que actualmente funciona em situação precária. Mas parte do espaço pode receber também funções de conhecimento e investigação na área da saúde pública.

O valor de venda do imóvel foi fixado em 3,55 milhões de euros, e compreende uma vasta área, dividida entre as freguesias de Carcavelos e da Parede, com prédios urbanos e rústicos, o maior dos quais com 25 mil m2 e o mais pequeno com 18.500 m2, mas também uma parcela de terreno, dita do ex-Forte da Junqueira.

"Fruição pública"

"É um bom preço, com uma boa taxa de juro, e comprámos três em um. Isto é, para além dos edifícios do antigo hospital, adquirimos também o pinhal do Junqueiro, que já tinha e continuará a ter fruição pública", disse ao PÚBLICO Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais. A manutenção das valências de saúde das instalações estará ainda condicionada à negociação com a Administração Regional de Saúde, ainda que seja essa a intenção do município.

Quanto ao quartel da bateria da Parede, desafectado do domínio público militar no ano passado - outra das propostas aprovadas por unanimidade, na semana passada, pelo executivo municipal -, Carlos Carreiras sustenta que se trata de um espaço com uma vista privilegiada, mas que se encontra muito degradado. A área total, superior a 9300 m2, insere-se em ambiente urbano residencial, mas está repartida pela zona da bateria, composta por três peças de artilharia, e pelo aquartelamento que as servia. "Estamos a desenvolver com a Defesa um projecto para um jardim público que aproveite as vistas, sendo que os canhões ficarão onde estão. Já na parte do quartel deverá ser reinstalada a esquadra da PSP da Parede, e onde também pensamos criar postos de trabalho com desenvolvimento de um pólo de indústrias criativas da região", explicou o autarca de Cascais.

Esta aquisição, no valor de 2,6 milhões de euros, tal como a do antigo hospital ortopédico, requer ainda o escrutínio da assembleia municipal, que as apreciará dia 23. A minuta do contrato-promessa de compra e venda será depois enviada ao Tribunal de Contas, para fiscalização prévia.


6 comments:

Anonymous said...

Autarquia quer aproveitar hospital ortopédico Dr. José de Almeida, em Carcavelos para uma extensão de saúde. Pública ou privada?

JFragoso

Anonymous said...

Pública!

Anonymous said...

OK!

Anonymous said...

Seria importante aproveitar também parte do espaço, para a construção de uma unidade hoteleira e de algo semelhante á de "casa da Guia" em Cascais.
Toda desde o forte de s Julião até ao antigo Hospital tem um potencial turística enorme.

Anonymous said...

Conheço o espaço, nomeadamente o que se reporta à instalação das torres e conjunto de subterrâneos.
Estamos a falar de uma zona (no subsolo) construída com enormes paredes de betão reforçado, preparadas para o impacto direto de obuses.
Alguém acredita que um terreno que vale muitos milhões de euros com obras de elevado custo, nomeadamente para a "limpeza" do reduto militar, vai ser utilizado como um jardim?! Só se for um jardim de 3 m2! O resto será negócio imobiliário.

Anonymous said...

Passados 3 Anos, nada foi feito e está na ordem de trabalhos da próxima reunião da assembleia municipal a revogação dos contratos compra e venda celebrados.