Thursday, January 31, 2008

Autarca contra o "terrorismo urbano"

In Público (31/1/2008)

«A contestação ao Plano de Pormenor de Reestruturação e Urbanização do Hotel Miramar, que prevê a ampliação da antiga unidade "de charme" para uma centena de quartos, foi ontem desvalorizada pelos responsáveis municipais. Carlos Carreiras qualificou as críticas do movimento Cidadania Cascais como "terrorismo urbano" que não serve a requalificação do património histórico.
Um grupo de cidadãos promoveu, no blogue Cidadania Cascais, um apelo para que a câmara "ponha termo aos "planos de pormenor" que mais parecem feitos à medida dos interesses dos promotores do que para salvaguardar seja o que for". Em causa está a projectada ampliação do Hotel Miramar, em ruína desde 1975, ocupando um dos últimos jardins históricos do Monte Estoril. O imóvel de 40 quartos, muito degradado, enquadra-se na típica arquitectura de veraneio de finais do século XIX. A construção, notam moradores, não respeita os índices de baixa densidade previstos no PDM para a zona.
"Os 100 quartos foram impostos pela câmara", explicou António Capucho. O presidente da autarquia acrescentou que aquela capacidade hoteleira visa compensar a demolição do Estoril-Sol e que o plano de pormenor foi aprovado pela câmara e assembleia municipal. Carlos Carreiras questionou onde estavam os críticos, quando foram cometidos anteriores "atentados urbanísticos" no concelho e lamentou que "terroristas urbanos" pretendam travar a requalificação do património. "Terrorismo urbano é o que temos assistido nos últimos 30 anos em Cascais", comentou Paulo Ferrero, do movimento. E rematou: "Ficam muito contentes em tirar um terço da volumetria do Estoril-Sol, mas depois querem multiplicar por três no Miramar." L.F.S.
Um fogo destruiu, em 1975, o Miramar, onde funcionou, em 1890, o Casino Internacional, e mais tarde o Royal Hotel»

Cascais bateu recorde de menos fogos licenciados

In Público (31/1/2008)
Luís Filipe Sebastião

«Executivo social-democrata prestou contas da política de urbanismo, assumindo prioridade na legalização de bairros clandestinos

O número de licenças para construção de novos fogos no concelho de Cascais foi, no ano passado, o mais baixo desde 1991, informaram ontem os responsáveis municipais pela área do Urbanismo. O vice-presidente da autarquia, Carlos Carreiras, justificou a redução de alvarás com o "esforço de contenção da expansão urbana" promovido pela actual maioria.
De acordo com os dados revelados pelo responsável do Urbanismo, a câmara licenciou no ano passado 960 fogos, contra as 1227 licenças emitidas em 2006. Estes números foram os mais baixos registados pelos serviços camarários desde 1991, no mandato do social-democrata Georges d"Argent, então com 2670 licenças emitidas. Nos primeiros anos do mandato seguinte, do socialista José Luís Judas, os valores abrandaram um pouco, mas subiram de forma acentuada na transição para o segundo mandato do ex-sindicalista, com o licenciamento de 3837 fogos em 1999. Curiosamente, o maior salto nos licenciamentos começou em 1997, com 2328 fogos, ano em que foi publicado o actual Plano Director Municipal (PDM).
Nos dois primeiros anos da gestão do social-democrata António Capucho, em 2002 e 2003, foram emitidas, respectivamente, 2574 e 2583 licenças, muitas das quais decorrentes de compromissos assumidos pelo anterior executivo. Mas, com a publicação das medidas preventivas à construção nos principais aglomerados urbanos - em vigor desde Fevereiro de 2003 e durante três anos -, uma das principais bandeiras eleitorais da nova maioria, o número de fogos caiu nos anos seguintes para 1501 (em 2004) e 1766 (em 2005).
As freguesias onde se registaram maior número de licenciamentos, no ano passado, foram Alcabideche (256), São Domingos de Rana (220) e Cascais (132). Nas Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI) foram emitidos 56 alvarás durante os oito anos de maioria socialista, muito abaixo dos 72 passados pelo executivo de maioria social-democrata nos últimos seis anos.
"Um mau PDM"
O vice-presidente da câmara, Carlos Carreiras, salientou que a redução de licenças de construção visou "um esforço de contenção da expansão urbana e melhorar a requalificação dos aglomerados tradicionais". O autarca frisou que, "mesmo com um mau PDM, como o que está em vigor, é possível fazer uma gestão urbana" como a aquela a que se propôs a maioria PSD/CDS-PP, quando conquistou a câmara aos socialistas.
O vereador adiantou que a prioridade da câmara vai para a legalização de fogos nas AUGI, estimando que, no corrente ano, sejam emitidos 40 novos alvarás para este tipo de habitações clandestinas, mas que, entretanto, foram objecto de planos específicos de requalificação urbanística. Carlos Carreiras defendeu, a propósito, que não é possível cumprir a coesão social e o desenvolvimento económico, "se o território estiver ilegal".»

Triste sina ...

A de não se saber distinguir o trigo do joio.

O «terrorismo urbano» (e a designação diz tudo sobre quem diz o quê) tem sido feito por quem tem o poder em Cascais desde há 30 anos e tudo tem permitido, em favor de um «progresso» completamente falso, utilizando as falhas de instrumentos pensados com fins bons (PDM) como janelas de oportunidade para as mais variadas aberrações urbanísticas.

O Cidadania Cascais é genuíno, é movido pela mais sã das cidadanias, e assim se manterá enquanto no lo permitirem as oportunidades decorrentes de um outro século que não aquele a que alguns (já poucos) estão habituados (mal). Chegou tarde, é verdade, mas chegou e isso é que interessa.

Pena é que não estejamos todos no mesmo barco. Talvez um dia...

Wednesday, January 30, 2008

«O poder local pode ser um monstro»

Quem o diz, e com razão, é o Arqº Ribeiro Teles em sábia entrevista à edição de Dezembro da «Oeiras em Revista».

Fala dos jardins da celeste que grassam por Lisboa, a começar pelo da Avenida da Liberdade, ou seja, «os canteirinhos com o relvado de escalracho, a palmeira e tal (...) nos anúncios que propagandeiam os grandes empreendimentos imobiliários, tudo quanto desenham nos espaços livres é de gargalhada. São os jardins da celeste com uma piscina e uma menina com a mão na cabeça.»

E das câmaras municipais «a retirarem áreas da reserva agrícola e da reserva ecológica (...) porque querem um efémero crescimento de um edifício que dê nas vistas, um equipamento absolutamente desligado de todo o contexto social. Quer coisa mais pavorasosa do que aquilo que se está a passar?»

Monday, January 28, 2008

Cascais põe em marcha Museu Paula Rego

In Público (28/1/2008)
Luís Filipe Sebastião


«Novo Museu da História de Cascais vai reunir acervo do actual Museu do Mar Rei D. Carlos e património que estava previsto mostrar num futuro museu de arqueologia

A construção da Casa das Histórias e Desenhos Paula Rego arranca hoje na vila de Cascais com a consignação da empreitada, adjudicada pela autarquia por cerca de 3,9 milhões de euros. Nas imediações, a câmara conta arrancar, em meados do próximo ano, com o novo Museu da História de Cascais, que juntará o espólio municipal de arqueologia e do Museu do Mar.
Segundo uma fonte próxima do presidente da autarquia, António Capucho, no acto de consignação da obra da casa-museu de Paula Rego devem estar presentes os três filhos da pintora, ausente por causa da preparação de uma nova exposição em Washington. O novo espaço museológico terá como principal núcleo expositivo as pinturas e gravuras de Paula Rego e de Victor Willing, falecido marido da artista. Entre o valioso acervo doado ao município, por aquela que é uma das mais importantes artistas da pintura figurativa contemporânea, encontra-se uma rara tapeçaria que tem por base a obra Alcácer Quibir.
O projecto do arquitecto Eduardo Souto de Moura, que se caracteriza por vários volumes arquitectónicos de escalas e formas distintas, a construir junto ao actual Museu do Mar, terá cerca de 750 metros quadrados para áreas de exposição permanente e temporária, auditório para 200 pessoas, cafetaria, biblioteca e livraria e espaços técnicos, depósitos e oficina de restauro. As fachadas em betão pigmentado a vermelho dissimulam-se por entre o arvoredo.
A construção deverá ficar concluída no final do corrente ano. A fase de montagem dos conteúdos estima-se que leve cerca de quatro meses, prevendo-se que a inauguração decorra ainda durante o primeiro semestre de 2009.
Arqueologia e o mar
Em meados do próximo ano, a câmara espera também arrancar com a obra do novo Museu da História de Cascais, no terreno do demolido pavilhão do Dramático. O projecto de Carlos Bessa prevê um edifício que, como nota o arquitecto, "procura dialogar com o Parque Marechal Carmona". O novo museu, com uma área de 1200 m2 de exposição, terá dois pisos acima do solo e uma cave, para depósitos e estacionamento. A cafetaria dará apoio ao museu e ao parque. O estacionamento, salienta o autor do projecto, permitirá dar resposta à "pressão na zona da Parada" prevista pelos visitantes dos novos espaços , nomeadamente da Casa das Histórias e Desenhos Paula Rego, no lado oposto da Av. da República.
O Museu da História de Cascais vai expor o importante acervo arqueológico municipal e o espólio do actual Museu do Mar Rei D. Carlos, actualmente a funcionar no antigo edifício do Sporting Club de Cascais. A existência de uma ligação entre os dois acervos, através dos artefactos de arqueologia subaquática que integram o museu marítimo, vão permitir, de acordo com Carlos Bessa, "não contar só a história através da arqueologia e do mar, mas também de personagens ligadas à vila". O próprio rei D. Carlos I, monarca que criou no Palácio da Cidadela o primeiro laboratório de Biologia Marinha no país, poderá ver-se representado num espaço do novo museu, pelo seu contributo no desenvolvimento da vila piscatória.
O projecto de execução do novo Museu da História de Cascais - que substituirá a projectada construção de um museu de arqueologia na Cidadela - deverá ficar concluído até ao final deste ano, para um investimento previsto de cinco milhões de euros. »

Friday, January 25, 2008

Plano de Pormenor Hotel Miramar / Tomada de posição:


Caro(a) Amigo(a)

Em relação ao anunciado "Plano de Pormenor de Reestruturação e Urbanização do Terreno do Hotel Miramar", e porque aquela zona representa o muito pouco que ainda resta do Monte Estoril original, e não queremos que o futuro Miramar se torne na sua machada final, vimos por este meio solicitar a sua melhor ajuda na divulgação da nossa posição em relação a este assunto, imbuídos, como estamos, da mais sincera das cidadanias:



1. O Hotel Miramar encontra-se em ruínas desde 1975, altura em que ardeu na sua quase totalidade, embora muito do seu estado actual em ruínas se deva à progressiva degradação, ao vandalismo e ao abandono a que foi votado pelos seus proprietários e pela CMC, ao longo de mais de 30 anos (!), sem que quem de direito interviesse a fim de fazer cumprir a lei. Como foi isso possível?




2. O Miramar foi sempre considerado um dos hotéis mais míticos da Linha, não só por força da popularidade que gozou ao tempo do Casino Internacional, como pelo palacete e jardins de típica arquitectura de veraneio de finais do séc. XIX , da responsabilidade do Eng. Almeida Pinheiro, e de que os registos à época e as fotos em anexo (das actuais ruínas) são a melhor prova. Portanto, não compreendemos nem aceitamos as declarações do Sr. Arqº Gonçalo Byrne, quando diz "não encontro valor no que está ali".




Imóvel que, recorde-se, está incluído no inventário da Direcção Geral do Monumentos Nacionais e Edifícios e no Catálogo-Inventário do actual PDM. Para além disso, é menção obrigatória em todos os trabalhos académicos e culturais sobre a zona. Dado o estado de degradação do imóvel, presume-se que grande parte do edifício terá de ser demolido para posteriormente ser reconstruído, mas apenas isso: reconstrução!



3. Entendemos, por isso, que o que deve ser promovido é a reconstrução do Hotel Miramar, tal como era em 1975 , e não o "Plano de Pormenor de Reestruturação e Urbanização do Terreno do Hotel Miramar", cuja designação, em si mesmo, apresenta duas contradições significativas, a saber:


a) "Plano de Pormenor"

É do conhecimento geral que sob este instrumento, designadamente na modalidade de "regime simplificado", se tem vindo a permitir as mais variadas barbaridades do ponto de vista urbanístico, ambiental, etc., servindo este instrumento apenas de expediente legal para se contornar o PDM, sobretudo naquilo que ele comporta em termos de interdição de ocupação de logradouros com construções ou pavimentos permeáveis, inclusive estacionamento subterrâneo.

Ora, de acordo com o PDM actualmente em vigor, e antes de ter sido criado o Plano de Pormenor para o local, o lote em questão estava classificado como zona urbana de baixa densidade e o logradouro como zona urbanizável de baixa densidade (referência altamente discutível, aliás). A construção de um hotel com 100 camas não respeita esse indicie de baixa densidade.

b) "Urbanização do Terreno"

Não compreendemos, por isso, como tem vindo a CMC a congratular-se com a "recuperação do Miramar" (havendo até declarações emotivas de parte a parte, aquando da assinatura do protocolo CMC/Casino nº 1117/2005 - protocolo altamente discutível), para, depois, a "recuperação" ser, tão somente, a construção de raiz de um novo edifício, ainda para mais ocupando a totalidade dos cerca de 0,6 ha da propriedade (ver maquete em anexo), demolindo-se o que resta do Miramar (?) .



4. Parece-nos também abusivo que um hotel que tinha 40 quartos à altura do seu incêndio, se transforme agora, à luz de um protocolo, num empreendimento hoteleiro com 100 quartos (!), transvazando o conceito internacional de "hotel de charme"; e 400 empregos directos, o que significa que, mais uma vez e à semelhança da Vila Montrose, não só estamos perante um atentado ao equilíbrio urbanístico (hotel com 100 quartos em 0,6 ha?) em zona extremamente sensível, como teremos um forte impacto a nível:

a) Ambiental - O Hotel Miramar tem hoje, aproximadamente, 5.000 m2 de logradouro. Nesse logradouro existem palmeiras centenárias, um enorme pinheiro manso e várias outras árvores de grande porte. O logradouro do Hotel Miramar, juntamente com o enorme jardim da Vila Abamonte e os jardins das outras moradias tornam aquela zona num espaço verde considerável que é visível não só da Avenida Marginal mas também para quem entra no Monte-Estoril vindo da Av. D. Nuno Álvares Pereira.

Existem vários reclames publicados pelo Hotel Miramar no inicio do século XX, que salientam o facto do hotel ter um grande jardim - "Surrounded by a large Garden, Beautiful view over the Sea". Ora, o hotel já perdeu a "beautiful view" por causa da ampliação ocorrida no Hotel Atlântico em frente, e agora vai perder o seu outro atractivo, o "large garden". Parece-nos que o hotel teria muito mais "charme" com jardim do que sem ele.




b) Trânsito e estacionamento - Com a criação de 440 empregados e uma estimativa de ocupação de centenas de hóspedes, passariam a circular nas ruas estreitas que circundam o Miramar (ruas que, atente-se, deviam ser pedonais!) mais automóveis e, inclusive, autocarros. Há algum estudo fiável de impacte sobre este assunto?



c) Visual – É de prever que o futuro complexo hoteleiro imponha um corte radical com as pré-existências vizinhas, deitando a perder o que resta da sua coerência. Entre elas está um dos edifícios mais notáveis da arquitectura de veraneio dos Estoris, cuja importância extravasa o próprio concelho: o chalet que originalmente pertenceu a Manuel Duarte, um dos primeiros no País nos quais se utilizou ferro e vidro em portas e janelas. O seu desenho, fortemente influenciado pela arquitectura cemiterial da época, faz dele também um exemplo raríssimo da sua aplicação a usos residenciais.

d) E, eventualmente, sobre as estruturas dos prédios vizinhos (há algum estudo de impacte?).


5. Estranhamos que, para a CMC, pareça ser mais importante a viabilidade económica de um projecto de um promotor particular, cedendo aos argumentos do promotor (é usual os hoteleiros apontarem como meta os 100 quartos de ocupação como garantia da viabilidade de hotel em zona central), do que pugnar pela preservação do equilíbrio urbanístico do Monte Estoril e com a imagem romântica que, paradoxalmente, utiliza como argumento turístico.

Porque não aplica a CMC, finalmente (!), o Plano Integrado de Requalificação do Monte Estoril, de 2002?

Porque não segue a CMC as recomendações do PIRME nos pontos 4.c.3 , "seja impedido todo e qualquer abate de árvores" e ponto 4.c.6, "se estabeleçam regras de circulação automóvel"? A necessidade de se combater a "massificação construtiva"?


Mais, porque não suspende a revisão em curso do PDM para nela incluir um verdadeiro Plano de Urbanização de todo o Monte Estoril, que salvaguarde de facto o que resta do Monte Estoril (as massas arbóreas centenárias, o património edificado), condicione o trânsito, discipline o estacionamento; abrindo caminho, até, à futura demolição dos variadíssimos elementos dissonantes que têm vindo a adultar, ano após ano, o Monte?


Queremos que a CMC ponha termo aos «planos de pormenor» que mais parecem feitos à medida dos interesses dos promotores do que para salvaguardar seja o que for!

Na expectativa de que esta exposição sirva de alerta aos males que advirão para o Monte Estoril, para os que lá moram e os que visitam o nosso concelho, no caso do supracitado plano de pormenor ir avante conforme tem vindo a público, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Vasco Stillwell d'Andrade, Diogo Pacheco de Amorim, Maria Amorim Morais, Maria José Ravara e Teresa Sampaio



Fotos: TS

Hotel Miramar, uns acham-lhe valor, outros não





No site da ex-DGEMN, o Hotel Miramar é descrito desta maneira:

«Hotel Miramar / Antigo Casino Internacional

IPA
Monumento

Nº IPA
PT031105040036

Designação
Hotel Miramar / Antigo Casino Internacional

Localização
Lisboa, Cascais, Estoril

Acesso
R. do Pinheiro, nº 1 / R. Vitorino Vaz / Avª das Acácias

Protecção
Em estudo

Enquadramento
Urbano, destacado. Integrado na malha urbana do Monte do Estoril, na proximidade da Av. Marginal, o edifício implanta-se numa extensa propriedade murada de configuração irregular, com quatro frentes, a E. e O. descrevendo um traçado próximo de um "S". Está construído ao centro do terreno e dispõe de amplo logradouro a N. e a S.. A envolvente urbana é marcada pela existência de lotes de dimensões distintas, orientados para as ruas do Pinheiro (E.) e Vitorino Vaz (O.) e Avª das Acácias (N.), mas na sua maioria com habitações unifamiliares da transição do séc. 19 para o séc. 20 ou dos primeiros anos da centúria de noceventos. Contam-se entre estas as Casas de Miguel Henriques dos Santos ( v. PT031105040047 ) e a Casa do Dr. Manuel Duarte ( v. PT031105040055 ).

Descrição
De planta rectangular irregular composta pela articulação de corpo rectangular com corpos poligonais, quadrados e circulares nos extremos, o edifício apresenta volumetria escalonada, sendo a cobertura efectuada por telhados em coruchéu. (*1). O edifício exibe alçado principal a S., com jorramento em cantaria de aparelho ciclópico e restante pano de muro em reboco pintado. Composto por 3 corpos, apresenta corpo central de 4 pisos, marcado por módulo saliente poligonal a eixo, reconhecendo-se 1º e 2º pisos organizados em alpendre suportado por arcaria de volta perfeita e em arcos quebrados, ao nível do módulo axial. Acima do 2º andar eleva-se um último piso com janelas de peito e remate ao centro em pano de muro contracurvado acentuado por cornija. Delimitam o alçado, 2 corpos poligonais de 3 pisos e cobertura em coruchéu piramidal. No extremo NE. do edifício, reconhece-se torre adossada, com pano de muro integralmente revestido a aparelho de cantaria ciclópico e abertura de vãos de verga recta a ritmo regular: de 4 pisos animados por porta e janelas de peito, a torre é superiormente rematada por cornija destacada suportada por mísulas de cantaria e blocos de pedra a sugerirem merlões. Ainda no alçado posterior, torre de planta circular com tratamento da superfície murária análoga à da torre, e abertura de frestas de iluminação.

Descrição Complementar
Não definido

Utilização Inicial
Residencial: casa / Comercial e turística: hotel

Utilização Actual
Devoluto

Propriedade
Privada : pessoa singular

Afectação
Sem afectação

Época Construção
Sécs. 19 / 20

Arquitecto | Construtor | Autor
Arq.to Almeida Pinheiro

Cronologia
Séc. 19 - edificação de uma casa de veraneio pelo Arq.to Almeida Pinheiro para uma família "africanista", a qual importa em 70 contos de reis; 1890 - já funcionava no edifício o Casino Internacional; Séc. 20, início - no edifício instala-se o Royal Hotel; 1914 - inauguração do Hotel Miramar no imóvel ( mais tarde regista-se o acrescento de um andar); 1975 - um incêndio danifica profundamente o hotel; 1989 - o imóvel já se encontrava completamente em ruínas

Tipologia
Arquitectura civil residencial, ecléctica. Habitação unifamiliar, posteriormente adaptada a hotel.

Características Particulares
Não definido

Dados Técnicos
Paredes autoportantes

Materiais
Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira

Bibliografia
ARCHER, Maria, COLAÇO, Branca Gonta de, Memórias da Linha de Cascais, Lisboa, 1943; FRANÇA, José Augusto, A Arte em Portugal no Século XIX, Vol. II, Lisboa, 1966; SILVA, Raquel Henriques da, Sobre a Arquitectura do Monte Estoril 1880 - 1920, in Arquivo de Cascais. Boletim Cultural do Município, Nº 5, 1984; BRIZ, Maria da Graça Gonzalez, A Arquitectura de Veraneio. Os Estoris 1880 - 1930, Lisboa, 1989 (Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa); MOUZINHO, Teresa, A Colecção de Postais Ilustrados de Monsenhor Elviro dos Santos : Cascais, Monte Estoril, São João do Estoril, in Arquivo de Cascais. Boletim Cultural do Município, Nº 8, 1989

Documentação Gráfica
DGEMN: DSID

Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID

Documentação Administrativa
Não definido

Intervenção Realizada
Não definido

Observações
* 1 : actualmente já só é possível reconhecer a cobertura de um dos corpos.

Autor e Data
Teresa Vale / Maria Ferreira 2000

Actualização
Não definido »








Fotos: JAHenriques e Guia da Cidade


Mas o Arq. Gonçalo Byrne «não encontrou valor no que está ali»

Cascais inaugura estátua de D. Carlos I no centenário do seu assassinato

In Público (25/1/2008)

«A autarquia de Cascais vai assinalar, no dia 1 de Fevereiro, a passagem de um século sobre a morte do rei D. Carlos I, assassinado em Lisboa, com a inauguração de uma estátua do escultor Luís Valadares.
O monumento, que será instalado à entrada do Passeio de D. Maria Pia, junto à Cidadela e num dos acessos à marina, representa o monarca em pé, à beira da amurada do iate Amélia, a olhar a baía. Segundo uma nota da autarquia, a figura do rei, trajado com uniforme da Marinha, foi fundida em bronze e assenta numa base em pedra "azulino de Cascais", bujardada "de modo a simbolizar o mar". A borda da embarcação é em aço, ferro, latão e madeira. D. Carlos de Bragança, que desenvolveu intensa actividade artística e desportiva, promoveu uma dúzia de campanhas oceanográficas entre 1896 e 1907 e montou no Palácio da Cidadela o primeiro laboratório de biologia marítima do país. Aliás, como nota a câmara, viria a ser a instalação no recinto fortificado da residência oficial de veraneio da família real que "catalisa o desenvolvimento da pequena vila piscatória, projectando-a como destino turístico da moda". Na inauguração da estátua, a partir das 15h00, será lançada uma brochura alusiva aos principais momentos da vida do rei no concelho. L.F.S.»

Thursday, January 24, 2008

“CASA DAS HISTÓRIAS E DESENHOS PAULA REGO” ADJUDICADA

« Obra arranca dia 28 de Janeiro

Arranca no próximo dia 28 de Janeiro a construção da “Casa das Histórias e Desenhos Paula Rego, no terreno anexo ao Museu do Mar, em Cascais. Com um prazo de 300 dias, este importante equipamento cultural deverá estar concluído até ao final do ano.

A “Casa das Histórias e Desenhos Paula Rego”, um dos nomes mais importantes da pintura figurativa do panorama artístico contemporâneo, constituirá um marco na oferta cultural de Cascais a nacionais e estrangeiros, reforçando a identidade e vocação de um perímetro pontuado por outras importantes unidades museológicas, de recreio ou investigação como a Cidadela, Centro Cultural de Cascais, Museu Conde de Castro Guimarães, Casa de Santa Maria, Farol-Museu de Santa Marta e Casa Henrique Sommer, futuro Arquivo Histórico Municipal.

Terá como principal núcleo expositivo o importante acervo de pinturas e gravuras da autoria de Paula Rego e Victor Willing doado em Agosto de 2006 pela autora à Câmara Municipal de Cascais, entre outras peças elaboradas em suportes mais originais no conjunto da obra da pintora, como a tapeçaria de grandes dimensões que tem por base a obra “Alcácer Quibir”, um dos raros trabalhos de Paula Rego que passou a suporte têxtil.

A obra arranca dia 28 de Janeiro, prevendo-se que a “Casa das Histórias e Desenhos Paula Rego” esteja concluída até ao final de 2008. Fruto de um projecto do arquitecto Eduardo Souto de Moura, virá dotar Cascais de 750 metros quadrados de novas áreas de exposição permanente e temporária, a que se juntam um auditório com capacidade para 200 pessoas, uma biblioteca e livraria, bem como diversas áreas de apoio técnico e científico. A empreitada foi adjudicada pela Câmara Municipal de Cascais ainda em 2007, à empresa Empreiteiros de Cascais, S.A, pelo valor de 3.986.654,18 Euros.
»

In Imprensa Cascais

Wednesday, January 23, 2008

Deliberações da Reunião Ordinária de Câmara de 21 de Janeiro de 2008

«A Câmara Municipal de Cascais, em reunião ordinária de 21 de Janeiro, entre outras matérias, deliberou:

1. Aprovar o Plano Pormenor de Reestruturação Urbanística e Valorização Patrimonial da Área Envolvente à Villa Romana de Freiria (PPVRF). Esta decisão camarária permite agora submeter este documento de gestão e ordenamento do território que à apreciação de diversas entidades entre as quais a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Segue-se o envio de proposta de revisão da delimitação da Rede Ecológica Nacional na área afecta ao PPVRF para aprovação em Conselho de Ministros. Em simultâneo, o presente processo será remetido à Assembleia Municipal para conhecimento e análise. Com esta aprovação dá-se um importante passo no processo de legalização de vários bairros que integram a área do Plano Pormenor de Reestruturação Urbanística e Valorização Patrimonial da Área Envolvente à Villa Romana de Freiria, propondo-se a respectiva reconversão/recuperação e a valorização patrimonial e cultural daquele importante núcleo arqueológico, declarado Imóvel de Interesse Público em 1997.

2. Aprovar um subsídio no valor de 42.371,00 Euros para apoio ao funcionamento da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), de acordo com protocolo celebrado em Abril de 1991 entre a Câmara Municipal de Cascais, o INEM — Instituto Nacional de Emergência Médica e o Hospital Distrital de Cascais. A VMER encontra-se em funcionamento naquele Hospital e está equipada com material técnico sofisticado que permite deslocar, com rapidez, ao local do sinistro uma equipa médica com as condições mínimas indispensáveis à prestação de primeiros socorros, aumentando, desta forma, as probabilidades de sobrevivência das vítimas.

3. Aprovar a atribuição de um subsídio no valor de 150.000,00 Euros à Actecas – Promoção de Comércio Artístico Lda., para apoio anual ao Teatro Experimental de Cascais. O Teatro Experimental de Cascais constitui-se como um dos pilares culturais da Concelho de Cascais por todo o trabalho que tem desenvolvido na divulgação do teatro e na formação dos mais jovens, revelando-se muito importante apoiar a sua actividade regular, no sentido de garantir a oferta da qualidade a que já nos habituou.

Tuesday, January 22, 2008

Chegado por email:


Estoril Sol - O Monstro 2

Estimados companheiros e amigos de Cascais,


Tenho acompanhado com apreensão o desenvolvimento da vossa petição em relação ao atentado que pretendem fazer com a construção do novo Estoril Sol....fui inclusivamente subscritor da referida petição.


Penso que embora a iniciativa tenha fundamento e a causa seja absolutamente justa o timing faz prever um desenlace auspicioso pois de facto move interesses de lobbys económicos muito poderosos na região que dificilmente se conseguem contornar.


Infelizmente não existe massa critica na opinião publica para gerar um movimento verdadeiramente importante que possa alterar esta realidade...é uma questão cultural e mesmo genética. O povo português é preguiçoso, timido e culturalmente pouco evoluido.


Ora sendo a construção do dito monstro práticamente um dado adquirido existe num entanto um conceito emergente que poderá fazer repensar não o edificio no seu formato mas numa revisão de postura socialmente e ambientalmente mais responsável e correcta.


Como se sabe recentemente a região sofreu profundas alterações no ambito da sua organização institucional Publica no que toca à promoção do destino e da marca Estoril ( ex Região ), tendo a autarquia em função da extinção por decreto da Junta de Turismo atribuido novas responsabilidades à empresa municipal DTCE Desenvolvimento Turistico da Costa do Estoril, empresa que é responsável actualmente pela gestão do Centro de Congressos do Estoril e pelo Hipódromo de Cascais.


O seu Presidente, Duarte Nobre Guedes, anunciou recentemente a intenção de reposicionar o CCE de acordo com as novas tendências de uma politica de Sustentabilidade mais responsável em termos ambientais no mercado de Turismo de Negócios, alargando pouco a pouco o conceito à própria comunidade, propondo o reposicionamento do Estoril como Green Destination numa nova visão estrégica para região, associando a prática a outras infraestruturas de prestigio no turismo da região e capitalizando sobre uma nova visão global e uma nova postura de responsabilidade que se tem vindo a manifestar na sociedades e nas instituições e grandes corporações.


Ora sendo, pela sua dimensão e situação, o novo edifico do Estoril Sol um novo "icon" na região será pertinente questionar que estudos e que investimentos em tecnologia foram efectuados para garantir que este edificio futurista, quase espacial, que reveste de um conteúdo tecnológicamente responsável em matéria de impacto ambiental, consumo de energia, emissão de CO2 e arquitectura sustentável...tanto na adopção de sistemas de gestão e optimização de consumos energéticos como tambem em energias alternativas. Será possivel que o gabinete de arquitectura do Arq. Gonçalo Byrne tenha ignorado tudo o que em matéria de tendencias arquitectónicas e de design estipulam as grandes correntes globais na construção moderna e sustentável.


Será possivel que além de da agressividade visual o projecto seja tambem uma agressividade e um desrespeito ambiental ?????


Meus caros amigos penso que aqui teremos uma nova exigência a efectuar e o vosso Blog poderá dar continuidade a um excelente trabalho em prol da comunidade e da preservação de um direito de intervenção que todos os que aqui vivemos devemos exercer.


Se já chegámos ao ponto sem retorno no processo de parir um novo monstro então que pelo menos ele seja amigo do ambiente....pode ser que as novas gerações nos ganhem algum respeito por termos trabalhado por um mal menor.


Quanto aos promotores do projecto cabe sem duvida alguma questionarem-se sobre a sua responsabilidade social e ambiental .... nós certamente ajudaremos no processo alertando-os para tamanha distração e falta de respeito.


Investir sim mas com respeito pelo cidadão e pelas gerações futuras, pela nossa história, tradição e costumes que são na realidade as unicas caracteristicas diferenciadoras numa oferta global de destinos cada vez mais competitiva.


Um grande abraço


de um Cascalense de gema


XXX (*)

POR UM MONSTRO AMIGO DO AMBIENTE - POR UM ICON À MODERNIDADE SUSTENTÀVEL



(*) Foi solicitado anonimato pelo autor.

Demolições no bairro do Fim do Mundo iniciaram-se sob clima de indignação

In Sol Online (22/1/2008)

«Demolições no bairro do Fim do Mundo iniciaram-se sob clima de indignação
Os trabalhos de demolição de 12 barracas no Bairro do Fim do Mundo, em Cascais, começaram hoje às 09h00, perante a indignação das 26 pessoas que afirmam que irão ficar desalojadas (...)»

Verdade seja dita, este protesto parece-me manobra política ou, melhor, politiquice barata. Parece-me, também, que a Acção Social da CMC é das áreas melhores da sua governação.

Sunday, January 20, 2008

Hospital de Cascais vai ser entregue à HPP

In Público (19/1/2008)

«O contrato para o início das obras de construção do novo hospital de Cascais, em Alcabideche, deverá ser assinado em breve, segundo anunciaram ontem em comunicado a autarquia e a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo. A nova unidade hospitalar vai ser construída e gerida pelo consórcio Teixeira Duarte/HPP-Hospitais Privados de Portugal, do grupo CGD.
António Capucho, presidente da autarquia, e António Branco, presidente da ARS, anunciaram que "estão encerradas as negociações entre o Governo e o consórcio vencedor do concurso", aguardando-se pelo "início das obras nos próximos dias". Das quatro propostas apresentadas a concurso para a nova unidade, em regime de parceria público-privada, apenas a HPP não ultrapassou o valor definido pelo Estado de 409 milhões de euros, calculado a partir de estimativas caso fossem entidades públicas a construir e gerir o hospital»

Friday, January 18, 2008

Chalet Barros: quando o dia chegar, não estraguem, por favor



Pode uma casa ter valor votivo? No plano da fé ou noutro, como testemunho de gratidão por algo que se conseguiu? Nas suas Memórias da Linha de Cascais (1943), Branca de Gonta Colaço e Maria Archer falam de uma casa que nasceu assim, do cumprimento de um voto. Foi sensivelmente “pelo ano de 1886”. Um “rico capitalista lisboeta, de seu nome João Martins de Barros, foi habitar, em São João do Estoril, uma casa em frente da Poça”. “Adoecera-lhe uma filha e esperava vê-la curada pelo ar do pinhal e do mar”, o que veio a acontecer, dispondo-se o pai a “fazer uma casa no local onde se operara a maravilha”.

Não a podendo construir junto à praia da Poça, João Martins de Barros escolheria “para ela um poiso deslumbrante”, um pouco mais à frente na linha de costa: o “antigo forte de Santo António do Estoril, muralhas quasi ruídas, mas ainda alcandoradas sobre os rochedos que afloram, à esquerda de quem olha o mar, no areal do Estoril”. Adquirido o imóvel ao Estado, aí nasceria um palacete, sob o risco do italiano César Ianze, um dos primeiros da arquitectura de veraneio de Cascais. E um dos mais belos também.

Mais de cem anos depois, o Chalet Barros está felizmente de pé e livre de acrescentos e “inovações”. Mas será demasiado ingénuo pensar-se que ele ficará imune para sempre a tentativas de o "modernizar". Mais cedo ou mais tarde, também ele ficará na mira de um qualquer projecto que - a experiência o demonstra - muito possivelmente deitará tudo a perder. Para destruir uma casa, não é preciso demoli-la: basta que, ao invés de se dizer não, se viabilizem “soluções de compromisso” entre o antigo e o novo, regra geral com resultados desastrosos. Não é preciso ir muito longe, aliás, para os ver: mesmo ao lado está o resultado de uma dessas “soluções de compromisso”, pairando sobre as Cocheiras Santos Jorge.

O que se espera das autarquias como entidades responsáveis pelo licenciamento de obras é que não se limitem a processar administrativamente os pedidos que lhes chegam: uma casa é sempre mais que quatro paredes. No caso de Cascais, foram casas como o Chalet Barros, com a história que existe dentro delas, que deram prestígio ao concelho e fizeram dele o que, de alguma maneira, e apesar de tudo, é ainda hoje. Por isso, e quando o dia chegar - i. e., quando alguém se lembrar de intervir na casa que foi de João Martins de Barros -, não estraguem, por favor. Ela é perfeita como é.


Créditos imagem: No início do século XX, em fotografia de Paulo Guedes (1886-1947)/Arquivo Fotográfico de Lisboa; imagem dos primeiros anos em postal, s/data

Monday, January 14, 2008

Cascais quer criar nova entidade para o turismo

In Público (12/1/2008)
Luís Filipe Sebastião


«O presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, contesta o diploma governamental que extingue os órgãos regionais de turismo, como a Junta de Turismo da Costa do Estoril. O autarca social-democrata vai propor aos vizinhos municípios de Mafra, Oeiras e Sintra a criação de uma entidade vocacionada para o desenvolvimento turístico da zona e a aplicação das verbas das contrapartidas da concessão do jogo.
O novo diploma, de acordo com um comunicado do autarca de Cascais, cria cinco áreas regionais de turismo, coincidentes com as actuais regiões administrativas - Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve -, acabando com as actuais cinco dezenas de órgãos regionais e locais, como as regiões e zonas de turismo. Assim, quando o diploma for publicado, será extinta a Junta de Turismo da Costa do Estoril, ficando o município de Cascais integrado na entidade correspondente à região de Lisboa e Vale do Tejo. As três dezenas de trabalhadores da junta de turismo transitam para o novo organismo.
"Discordamos frontalmente desta decisão do Governo", sublinhou António Capucho, considerando que a iniciativa não levou em conta "as características próprias" da Costa do Estoril, criada há 70 anos e que representa "o quarto destino turístico do país em volume de receitas e dormidas hoteleiras". Lamentando que a câmara não tenha sido contactada acerca da decisão tomada em Conselho de Ministros, em declarações ao PÚBLICO o autarca acusou o Governo de estar a fazer "regionalização por decreto".
A nova legislação não afecta as contrapartidas da concessão de jogo do Estoril, quer nas destinadas a Cascais, quer nas dos restantes três concelhos que também beneficiam dessas verbas. Por isso, Capucho vai propor às outras autarquias a criação de uma entidade, aberta à participação da Associação dos Hoteleiros da Costa do Estoril, destinada ao "desenvolvimento turístico na zona" e a coordenar a aplicação dos fundos do jogo através de protocolo com o Instituto de Turismo de Portugal.
O autarca vai também propor ao executivo a alteração do nome da empresa municipal DTCE - Desenvolvimento Turístico da Costa do Estoril, que gere o Centro de Congressos. A nova "Turismo Estoril" e.m. visa alargar o âmbito de acção ao desenvolvimento das políticas municipais de turismo e articulação com os órgãos regionais e nacionais do sector, mantendo na presidência da empresa Duarte Nobre Guedes. »

Thursday, January 10, 2008

«Estoril-Sol. A falácia»

Retirado do blogue Cidadania Lx:

«Estoril-Sol. A falácia

O Hotel Estoril Sol foi demolido porque começou a destoar na paisagem e a renovação era demasiado cara.

Agora, como já se sabia, o edifício que vai substituir o hotel Estoril Sol, tem quase o mesmo tamanho do prédio anterior mas uma volumetria e impacto visual bastante superiores.

Para o presidente da câmara de Cascais, é uma gestão de gostos, que de início pode parecer estranho, mas quando ficar pronto as opiniões vão mudar.
O autor do projecto do novo bloco de apartamentos, arquitecto Gonçalo Byrne, admite que não é habitual encontrar edifícios assim em Portugal, mas que ao resto, diz que criticar é um direito de cidadania.

O Estoril Residence será provavelmente o edifício mais caro de Portugal.
As obras ainda nem sequer começaram e o apartamento mais caro já foi vendido, por 3,7 milhões de euros. Os mais baratos, do tipo T1, fica em 900 mil euros, mas o dinheiro não parece ser problema, já que 65% dos apartamentos foram vendidos.

Mais uma vez a história repete-se, como em tantas outras, onde Câmaras Municipais, empreiteiros e outros quer tais, quando se preparam para destruir o nosso património, prometem sempre projectos amigos do ambiente e integrados na paisagem.....

Tanto se falou na defesa da paisagem da Baía de Cascais (inclusive fala-se em substituir o hipermerfcado à entrada de Cascais porque destoa da paisagem) e permite-se a construção deste monstro....»

Wednesday, January 09, 2008

«Grosse côte de cochon noir d'Alentejo rôtie, morcela fondante et gros lardons, légumes glacés au jus de cozido»

Ou seja, um dos melhores programas da TV5, dedicado à gastronomia, pela mão do jornalista-gastrónomo Jean-Luc Petitrenaud, «Les escapades de Petitrenaud», filmado num dos melhores restaurantes da Linha, senão o melhor, o da Fortaleza do Guincho. Parabéns!

Tuesday, January 08, 2008

Chegado por email:

Deliberações da Reunião Ordinária de Câmara de 7 de Janeiro de 2008

A Câmara Municipal de Cascais, em reunião ordinária de 7 de Janeiro, entre outras matérias, deliberou:

1. Aprovar a afectação de 570.000,00 euros para reabilitação da Igreja da Misericórdia de Cascais. As verbas são provenientes da Comissão de Obras (Concessão do Jogo do Estoril), e repartem-se por 450.000,00 euros para obras de requalificação e beneficiação e 120.000,00 euros para o restauro da Capela-Mor e património móvel. Esta intervenção permitirá a abertura ao público da igreja, designadamente para visita dos turistas que demandam o Centro da Vila de Cascais.

2. Aprovar a abertura de concurso público para a execução do troço entre a Variante E.N. 6-7 e a Estrada da Rebelva, da Via Longitudinal Sul no valor de 1.370.819,94 euros. Via estruturante para a rede viária concelhia, a Via Longitudinal Sul estender-se-á, quando concluída integralmente, de Cascais a Oeiras, desenvolvendo-se a sul da Auto-Estrada A5.

Monday, January 07, 2008

A desertificação de Cascais

In Público (7/1/2008)

«O nosso presidente da câmara anda a esquecer-se da Baixa que já tem os seus dias contados. Estão a fechar lojas atrás de lojas e só abrem lojas chinesas. Está de tal maneira desertificada que a partir das 16h00 Cascais não tem ninguém. Está a começar a haver graffiti nas montras e paredes mesmo no centro.
No centro de Cascais não há nada que chame os turistas e os poucos que cá aparecem só compram em lojas chinesas, ou são todos encaminhados para Sintra. Em tempos, em frente à câmara municipal via-se gente aos montes. Hoje não há ninguém, e mesmo no Verão são poucos os que ali circulam. É de tal maneira que a associação empresarial tem tido muito boa vontade em ajudar, mas sinceramente nem sabem o que fazer.
Tenho muitas reclamações a fazer, eu e todos os lojistas de Cascais. O trânsito é a principal causa da desertificação. Fizeram uma via de escoamento da Marginal e realmente entra muito carro, mas não pára cá ninguém. Até alguns moradores do centro têm medo de sair pois não há lá ninguém à noite. É que o senhor presidente da Câmara esqueceu que o pequeno comércio não vive só do turismo. É uma vergonha o que se está a passar. É de louvar, porém, o que o presidente da câmara está a fazer com a recuperação dos edifícios antigos; só que, quando acabar, o comércio já era.

Ana Cornélio
Cascais»

Ciclistas exigiram civismo ao volante

In Jornal de Notícias (7/1/2008)

«Cerca de cem pessoas, incluindo atletas de alta competição, participaram ontem, na Avenida Marginal de Cascais, num passeio de bicicleta destinado a reivindicar o "direito à estrada" dos ciclistas, vítimas frequentes de atropelamentos. Apoiado pela Federação Triatlo de Portugal e pela Câmara, o "Encontro pela Segurança" foi a forma encontrada por Paulo Passos Leite, munícipe e praticante da modalidade, de mostrar a "indignação" de profissionais e amadores pelo acidente que deixou Marcelino Nunes em coma. O triatleta do Clube de Futebol Andorinha foi atropelado no passado dia 1 de Dezembro, durante um treino de ciclismo em Santana, na Madeira.

"O atropelamento deveu-se, como quase sempre, à falta de respeito e civismo e foi isso que me motivou a fazer este protesto. Não tinha expectativas em relação ao número de participantes, mas temos sempre esperança que cause algum impacto junto do público", afirmou Paulo Leite durante a concentração, junto ao recinto da Feira de Carcavelos.

À voz de Paulo Leite juntaram-se, entre outras, as de Sérgio Marques, atleta de referência no triatlo de longa distância a nível nacional e internacional, Anais Moniz, campeã mundial de triatlo júnior em 2006, e Sónia Lopes, vencedora de diversas maratonas de BTT, que trocou os treinos na Marginal pelas estradas da Arrábida após "vários sustos".

Em 2006, na véspera da uma competição nacional, a atleta foi atropelada por uma viatura conduzida por um ex-ciclista. "A Marginal é um dos melhores locais para treinar, porque o nosso treino exige 'fazer estrada', mas é também muito perigoso. Os carros circulam em excesso de velocidade e passam os sinais vermelhos", explicou à Lusa após o passeio, que durou cerca de uma hora. »

Passeio Dª. Maria Pia

Hoje ao passar pelo passeio de Dª. Maria Pia, verifiquei que a Águia que lá estava, desapareceu!
Alguem sabe para onde "voou"? Vi que estão lá a fazer umas "obras", mas informação não existe. Neste momento só lá restam umas pedras e muita terra lavrada. Será que a Águia vai demorar tanto ou mais que o busto de D. Luis a voltar para o seu lugar? Se alguém souber, agradeço!

Thursday, January 03, 2008

Falta de donativos compromete continuidade de programa educativo em bairros carenciados

In Sol Online (3/1/2008)

«Sessenta crianças e jovens dos carenciados bairros do Fim do Mundo e Novo do Pinhal, em Cascais, poderão deixar de receber, em Janeiro, o acompanhamento escolar do centro social local, devido à falta de apoios financeiros

O programa educativo desenvolvido pelo Centro Social Nossa Senhora de Fátima junto de alunos do primeiro ciclo ao secundário arrancou, há quase um ano, com várias ofertas de material escolar e um donativo monetário destinado a pagar o salário da coordenadora, uma psicopedagoga que procura incutir métodos e hábitos de estudo e trabalhar as dificuldades de aprendizagem.

Segundo a especialista, Patrícia Ferreira, as actividades são também orientadas em turnos por técnicos voluntários, entre as 09H00 e as 19H00, e incluem desde o apoio nos trabalhos escolares a jogos e peças de teatro na ludoteca da instituição.

«Já deu os seus frutos - raro foi aquele aluno que chumbou no ano passado, os professores da zona conhecem o nosso trabalho e o sucesso está a começar a notar-se, o que é muito gratificante», explica a responsável, lembrando que a maioria de crianças e jovens pertence a famílias de origem africana ou cigana que não podem acompanhá-los durante grande parte do dia.

«Muitos pais não têm formação ou não têm tempo, por trabalharem longe, e deixam as crianças entregues a si próprias ou a um irmão mais velho. Por vezes não há regras e determinados valores, pelo que o nosso apoio psicológico é muito importante», refere.

Apesar dos esforços, o programa educativo da instituição está agora em risco de ser extinguido, uma vez que o donativo monetário utilizado para pagar a coordenadora, essencial ao projecto, acaba no fim de Dezembro.

O Centro Social teme que o fim do apoio motive um grande insucesso escolar entre os alunos com histórias familiares «mais complicadas» e tem pedido o auxílio de várias organizações e empresas, mas «muitas portas se têm fechado».

«Algumas famílias estão 'encaminhadas', mas noutros casos as crianças vão ficar bastante desacompanhadas e com o seu direito ao sucesso comprometido», sublinha.

Lusa/SOL»

Uma delas com gravidade. Incêndio em prédio no Estoril fere duas pessoas

In Sol Online (3/1/2008)

«Duas pessoas ficaram quarta-feira feridas, uma delas com gravidade, num incêndio num prédio de três andares no Estoril, informaram hoje os bombeiros

O alerta foi dado às 21h26, tendo as chamas ficado confinadas a uma sala de um segundo piso do edifício, situado na Rua das Tílias.

No interior do andar apenas se encontrava um casal: uma jovem de 24 anos, grávida de dois meses, que sofreu queimaduras em várias partes do corpo e foi transportada para o Hospital de Santa Maria e um homem de 31 anos com queimaduras ligeiras que seguiu para o Hospital São Francisco Xavier.

No combate às chamas, cujas causas são ainda desconhecidas, estiveram 14 bombeiros dos Voluntários do Estoril, apoiados por cinco viaturas.

Acorreram ainda ao local agentes da PSP do Estoril, Protecção Civil Municipal de Cascais, duas brigadas da Polícia Judiciária e uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Lusa / SOL»

Wednesday, January 02, 2008

Entregue petição "Queremos um novo Estoril-Sol amigo da Marginal"


Exmo. Sr. Dr. António d'Orey Capucho,
Presidente da Câmara Municipal de Cascais


Conforme oportunamente anunciado, comprometemo-nos a encerrar a petição "Queremos um novo Estoril-Sol amigo da Marginal" no dia em que o último piso do hotel Estoril-Sol fosse demolido.

Assim, junto remetemos a V.Exa. e demais Vereação a referida petição que contém 1459 assinaturas de cidadãos nacionais e estrangeiros cujo gosto por Cascais não se caduna, obviamente, com o projecto aprovado pela CMC para aquele local.

Não concordam, também, os signatários com a forma como o processo do dito "plano de pormenor" se desenvolveu (o embargo do MP à obra, cremos, é sinal disso mesmo), o que poderá V.Exa. comprovar lendo os comentários feitos a esse respeito no texto em anexo.

Esperamos, sinceramente, que o que ali vier a ser construído não agrida o Parque Palmela, e que não se traduza numa pesada herança para as gerações actuais e vindouras que terão que com ele conviver e decidir o futuro, muito provavelmente o mesmo porque passou o Hotel Estoril-Sol, a sua demolição.

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Maria Amorim Morais, António Cristóvão, João Nuno Barbosa, Ricardo S.Reis dos Santos e Fernando Boaventura