In Público (7/3/2103)
Por Inês Boaventura
«A partir de dia 1 de Abril a empresa Vimeca, que opera fundamentalmente nos concelhos de Amadora, Cascais, Odivelas, Oeiras e Sintra, vai deixar de aceitar os passes intermodais a bordo dos seus autocarros. Os autarcas destes cinco municípios dizem que “milhares de utentes” serão prejudicados por aquela medida, que acarretará um acréscimo de custos para os utilizadores de transportes públicos.
No seu site, a transportadora avisa que denunciou, a 5 de Dezembro de 2012, “a sua participação nos passes intermodais, em todos os seus tipos e modalidades, com efeitos a partir do dia 1 de Abril de 2013”. A partir dessa data, explica a empresa, os passes L1, L12, L123, L123SX, L123MA, L123FS, 012, 023 e 123 “deixam de ser válidos nas carreiras regulares operadas pela empresa”.
A transportadora publicou também uma informação com o que diz serem “todas as alternativas dispo Vimeca deixa de aceitar passes intermodais a partir de 1 de Abril níveis para os passes combinados com os demais operadores”. A título de exemplo, a Vimeca explica que quem antes adquiria o passe L1 por 48,85 euros tem agora três opções: comprar um passe Vimeca/CP por 43,35 euros, comprar um passe Vimeca/Carris por 43,6 euros ou comprar um passe Vimeca/Metropolitano de Lisboa também por 43,6 euros. Com isto a empresa conclui que os passageiros poderão poupar mensalmente um valor entre os 5,25 e os 5,5 euros.
Acontece que os títulos que a Vimeca apresenta como alternativa aos passes intermodais permitem utilizar apenas dois operadores de transportes. Já o L1, mencionado no exemplo anterior, permitia viajar na Vimeca, na Carris, no Metro, nalgumas ligações da Transtejo, na CP e na Rodoviária de Lisboa, nos percursos até ao limite exterior da chamada coroa 1. Na prática isto significa que a partir de Abril quem quiser viajar na Vimeca e em dois outros operadores terá de comprar não um, mas dois passes, com custos totais muito superiores.
[...] Anteontem as câmaras de Amadora, Cascais, Odivelas, Oeiras e Sintra emitiram um comunicado conjunto onde dizem estar “totalmente contra” a decisão da Vimeca, por esta “acarretar um prejuízo incomensurável para os milhares de utentes do transporte público regular de passageiros”.
Na origem do abandono do passe social terão estado atrasos do Estado no pagamento de verbas respeitantes à repartição das receitas do passe social e o desacordo da Vimeca quanto à forma como essa repartição é feita entre os diferentes operadores de transporte. O PÚBLICO pediu esclarecimentos sobre essas duas questões à Secretaria de Estado dos Transportes, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição. »
1 comment:
A VIMECA, mas sobretudo a SCOTTURB, são o piorio. Razão tem o presidente da Câmara em querer acabar com a concessão.
João Fragoso
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