Monday, November 23, 2015

Um hotel é um teatro


in Público Online
ALEXANDRA PRADO COELHO (texto) e ENRIC VIVES-RUBIO (Fotografia)

«O Palácio Estoril comemora os 85 anos de uma vida que já é histórica. E durante grande parte deles houve um homem que criou cada espaço, cada candeeiro, decidiu a cor de cada toalha e o lugar de cada cadeira: Lucien Donnat

Entravam reis, saíam príncipes, chegavam presidentes, desfilavam cabeças coroadas e estrelas de cinema, políticos e empresários, aristocratas e artistas. O Hotel Palácio Estoril, inaugurado em 1930, foi sempre uma passadeira. E por detrás deste desfile de famosos esteve durante várias décadas um homem de teatro, cenógrafo e com um notável sentido do espectáculo: o decorador Lucien Donnat (1920-2013).

Os 85 anos que o hotel acaba de comemorar são um pretexto tão bom como qualquer outro para recordar aquele que ofereceu um palco a todos os que um dia atravessaram a porta do Palácio. Quem sabe todas essas histórias — mesmo as que não viveu pessoalmente — é Francisco Corrêa de Barros, o director, que nos recebe no hotel no fim-de-semana em que se está a preparar o segundo Baile da Riviera. Na sala do buffet estão já, incógnitos e descontraídos, vários príncipes que vieram para o baile no Casino, uma iniciativa do príncipe Charles-Philippe D’Orléans, de origem francesa, mas residente em Cascais.

O ambiente que nos rodeia oferece o clima ideal para ouvir as histórias de Francisco Corrêa de Barros. Afinal, foi a Riviera, neste caso a francesa, que inspirou o fundador do Palácio, Fausto de Figueiredo. “Quando o Fausto de Figueiredo comprou este terreno, chamava-se Quinta do Viana e era uma mata de cedros e pinheiro-manso, que ia até à água”, conta. [...]»

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