Monday, December 17, 2007

Cascais Soviética? Descubra as diferenças! (*)


Proposta de El Lissitzky (1890-1941), ainda jovem com 35 anos de idade, edifício a Nuvem de Ferro (Wolkenbugel), para Moscovo em 1925.




Proposta de Rem Koolhaas (1944-), senilidade precoce, com 46 anos de idade, para Moscovo em 1990, projecto recusado!



Proposta de Gonçalo Byrne (1941-), à beira da reforma com 66 anos de idade, para Cascais em 2007.»

(*) Post colocado pelo meu amigo GCS, no Cidadania Lx.

4 comments:

Anonymous said...

Uma ideia bastante "original"! Só falta saber porque não foi este projecto recusado....

Anonymous said...

Assisti a uma recente conferencia de Gonçalo Byrne, na Ordem dos Arquitectos, onde explicou o Estoril-Sol. Falou da memória dos sítios e...pasme-se mostrou uns slides de edifícios russos !!!!!!!Seremos todos tolos?

Anonymous said...

Já está tudo explicado...ter necessidade de explicar um edíficio não faz muito sentido, e ir buscar exemplos de edificios da ex-uniao sovietica ou da russia, menos ainda. O egocentrismo de alguns profissionais desta área deixam mal toda uma classe de arquitectos. É pena!

Anonymous said...

O novo edifício proposto pelo Arqto. G.Byrne é, antes de mais, um corte radical com o discurso prepositivo e ideológico produzido por este arquitecto ao longo de toda a sua carreira. Nas intervenções de G. Byrne, mais do que grandes linhas de reflexão sobre a pertinência e adequação dos programas de intervenção ao tempo social e politico que lhes deu origem, sempre se "leu" uma doutrina formal e estética de linhagem moderna, abstracta, contida, branca, seca de meios e raras vezes iconográfica.
Este formalismo doutrinal, suave e muito apreciado pelas elites bem pensantes, e bem colocadas no aparelho do Estado - não por acaso a maioria da obra de G.Byrne é de encomenda pública - fez escola em todo o país socialista e sobreviveu os últimos 30 anos à margem das iniciativas impuras do mercado.

Como é costume por aqui, os que mexeram no fogo do mercado...queimaram os dedos.

Vivemos agora num tempo de novas elites (!!) Que, ao que consta, nunca leram os manuais que ensinavam o caminho para a felicidade do mundo. Com elas veio também o discurso politico assente nas maravilhas do neoliberalismo, do mercado global, das consultoras imobiliárias, da artilharia dos fundos de investimento fechado, etc. etc..

Com a chegada deste manancial de oportunidades dá-se o corte ideológico que antes referi.

A arquitectura chã, delicada, que dá continuidade, que olha em volta ou se afirma na correspondência com a singularidade do lugar, já está tão gasta que ninguém lhe pega.
A arquitectura de hoje faz-se com assertividade.
Coloca-se em frente ao mar, e, perante tal cenário, deve ser peremptória, iconográfica e destemida.
Deve ainda revelar a experiência de quem a produz.

Para o promotor e para o poder, central ou autárquico, a melhor experiência profissional está certamente com quem nunca mexeu no lume e, por isso, nunca se queimou.

A formulação ideológica que foi o plinto para tanto projecto, devidamente reciclada, serve de legitimação para os aspectos mais polémicos da proposta que se quer - e todos querem - concretizar.



Voltando ao edifício do Arqtº. G. Byrne. Por mim, preferiria os MVRDV ou o Rem Koolhas.Para além da originalidade, que aqui me parece cópia, são genuínos e não estão com rodriguinhos acerca do dinheiro. Sempre disseram ao que vinham.
Business as usual

O resto é arquitectura. E Estoril ao sol.