Friday, March 06, 2009

Rua da Olivença - Estoril







Chegado por e-mail:

«Exmos Senhores,

É com grande pesar que vejo como a Câmara de Cascais negligência o seu património.

Na Rua de Olivença com n.º 14 no Estoril, foram realizadas obras num muro dando cabo do património. Junto ao portão de acesso ao jardim, deitaram abaixo, por questões de segurança, parte do muro (lado direito) que tinha a forma de um tronco de uma árvore, tendo construído uma "aberração", uma viga e vários pilares em betão, colocando um gradeamento em ferro, dando cabo de um muro lindíssimo. Parte do muro do lado esquerdo desse portão, "ruíu", logo a seguir ao nº2, está um edifício classificado, a antiga garagem, cocheira e cavalariça da casa de António Santos Jorge, (planta em anexo).

Enviei para a Câmara Municipal de Cascais e para o IGESPAR um email a informar que a cocheira e cavalariça da casa de António Santos Jorge é um Imóvel de Interesse Público e, de acordo com o Decreto Lei 555/99 de 16 de Dezembro com a nova redação, o IGESPAR deveria ter dado parecer das obras realizadas numa área de 50 metros de um edifício classificado.

Informei também da existência de uma fenda vertical localizada no muro do lado direito junto às escadas de acesso ao jardim, e que o muro deveria ser consolidado, pressupondo que o problema terá origem na vegetação ali existente, na falta de escoamento e possivelmente nas obras ali realizadas. Nesse muro observa-se uns "favos", e quando os proprietários forem realizar obras nesse muro concerteza que o rebocarão, tornando o paramento liso, dando cabo da arquitectura, história e beleza do muro.

A Câmara Municipal de Cascais limitou-se a enviar um email a dizer que as obras foram executadas por questões de segurança, não existindo elementos sobre a natureza dos materiais ou forma do muro, tendo sido arquivado a questão colocada por mim, email esse que junto em anexo.»

4 comments:

Anonymous said...

De aberração a aberração vai a Câmara coleccionando atentados ao seu património, seja ele construído ou natural, sendo talvez o mais absurdo o que se refere aos espaços verdes, o que tem vindo a acontecer no cimo da R.do Viveiro / Dias Valente, a caminho da Amoreira, na zona onde o atelier de Conceição Silva projectou os apartamentos Vale do Sol.

Primeiro, no tempo do Judas e reflexo das pressões imobiliárias, ousou-se construir nas faixas verdes desse conjunto, perfeitamente consolidado, aproveitando todos os interstícios, mesmo se ocupados por pinheiros mansos, numa lógica pura de especulação, que continuaria Estoril Praia acima, onde antes era pinhal, sem a mínima preocupação arquitectónica.

Depois, e já numa segunda fase, e como que confirmando a máxima de que para fazer asneira o melhor é mesmo deixarem as coisas como estão, vieram os paisagistas, com os seus clichés, os seus estereótipos, a sua incultura mais uma pandilha de madeireiros, viveiristas e jardineiros desocupados…

Assim, de um dia para o outro e sem quaisquer avisos aos moradores, dá-se uma rasia nas folhosas que ali existiam, plantadas ao longo dos passeios, refrescando pessoas e automóveis. Poderíamos pensar que teria havido alguma razão especial, doenças ou outras, mas não. Afinal, foi a pretexto de recuperar as faixas ajardinadas e, espanto maior, plantar uns cepos de oliveiras, mutiladas, tristes e desenquadradas!

A seguir, a asneirada continuaria. Não sei se para ocupar todo aquele pessoal, eis que se viram para os pinheiros. Sim, seguem para o pinhal cerrado que existe nas traseiras. Tarefa útil e justificada, admite-se que sim, mas…porquê cortarem árvores sãs e deixar em pé as que estão mortas? E faz algum sentido, em pleno pinhal, cortar os troncos a 1 m do solo, deixando-os a apodrecer?

Mas um mal nunca vem só e, mais recentemente, a estupidez teria o seu clímax. Um dos últimos pinheiros, são, cinquentenário, implantado a meio de uma escada exterior, símbolo dos valores e princípios de outra época, de outras gerações, de outras pessoas, foi… simplesmente cortado!

André Bernardes

Anonymous said...

JOÃO FRAGOSO

Caro André Bernardes
Tem toda a razaão.Já por lá passei e o que vi é bem revelador da incultura que grassa no nosso país. É o normal. Quem elaborou o projecto, e quem o encomendou) deslumbra-se com umas quantas perspectivas giras feitas no computador. O sitio é apenas uma realidade geométrica que serve de base para a execução virtual de imagens. Quanto ao resto uns e outros olham, olham... mas não vêem NADA, NADA, DE NADA.

Anonymous said...

Caro João Fragoso,

não vêem mas, qual elefante em loja de porcelana, estragam, com total irresponsabilidade e impunidade, ainda que admita candura ou as melhores intenções do técnico que foi chamado para fazer o 'arranjinho', às avessas dos ensinamentos de um Gonçalo Ribeiro Telles !

O corte deste pinheiro, perfeitamente são, com décadas e que era a árvore de estimação de muitos dos moradores foi apenas mais um dos muitos actos bárbaros que frequentemente assistimos, suportados pelos argumentos mais absurdos e gratuitos - ou nem tanto... porque era uma árvore com valor comercial!

Se fosse outro o móbil da diligente equipa então teriam limpo devidamente o pinhal no logradouro, imediatamente atrás, abatendo as árvores mortas ou demasiado densas, recolhendo a seguir todo o material lenhoso, para evitar pragas e incêndios.

Enfim NADA que os responsáveis máximos pelos espaços exteriores, pela dita operação não possam ir verificar com os seus próprios olhos ;)

AB

Anonymous said...

(...) se outras manifestações não houvessem, como aquela que se pode observar no forte do Estoril, para quem sai, ou quem chega, pouco antes do cruzamento para S. João.

Como é que é possível, como é que se autoriza aquela rasia, aquele corte brutal, deixando cepos à toa, grosseiramente, num pinhal de filigrana, com décadas e décadas de crescimento - obra do tempo «esse grande escultor», parafrasenado Yourcenar -, inseparável da paisagem, da imagem da fortificação!?

AB