Wednesday, April 16, 2008

UMA NOVA CASA DA MÚSICA NO MONTE ESTORIL


In Imprensa Cascais:

«Antiga Pensão Boaventura vocacionada para o ensino da música–

Em pleno no coração do centro histórico do Monte Estoril, a curta distância do Museu da Música Portuguesa, a Câmara Municipal de Cascais inaugura no próximo dia 19 de Abril, pelas 18H00, o Conservatório de Música de Cascais, um novo equipamento cultural que nasce a partir do reabilitado chalet Madalena.


A partir de um complexo projecto de reabilitação, que significou um investimento municipal de 1,4 milhões de euros, o emblemático edifício do antigo chalet Madalena, também conhecido por Pensão Boaventura, foi adaptado para sediar a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, bem como o seu novíssimo projecto no domínio da formação musical: o Conservatório de Música de Cascais.

Foram realizados profundos trabalhos de intervenção num edifício originariamente construído em finais do século XIX, transformado já na década de 30 do século XX em pensão de hóspedes, sendo que, além da recuperação do edifício antigo, o projecto, da autoria do ateliê ARX Portugal, integrou também uma nova volumetria que se traduziu na construção de um auditório de 120 lugares.

Na definição dos espaços interiores deste edifício com relevante valor histórico/arquitectónico foram criadas várias salas de aula, as quais, tal como o auditório, respondem às mais modernas recomendações de acondicionamento acústico, de modo a servir adequadamente o ensino da música e a receber a orquestra dirigida pelo Maestro Nikolai Lalov e os seus mais recentes projectos.

Uma programação regular de concertos, simpósios, conferências e diversas iniciativas na área da investigação musical e cultural neste novíssimo espaço vem contribuir para uma abertura permanente do Conservatório de Música de Cascais a vários tipos de públicos.


Fotos: Ateliê FG+SG


Como refere António Capucho, Presidente da Câmara Municipal de Cascais, na brochura que será apresentada ao público no momento da inauguração
: “É assim que, neste início de século, volvidos mais de cem anos, o antigo chalet Madalena, depois Pensão Boaventura, renasce para desenhar uma nova centralidade cultural e artística no Monte Estoril”.»

O problema é que aquilo que ali está é tudo - e não duvido que tenha todas mais valias acústicas e dernier cri a nível técnico - menos a Pensão Boaventura ou um chalet do séc. XIX, princípio do XX. Bolas, porque tiveram que lhe fazer aquela 'cirurgia plástica'? Como se não bastasse todo aquele lifting hollywoodesco, ainda a pintaram de cinzento-morto.

Foto: CML

4 comments:

Anonymous said...

A intervenção neste antigo chalet é, em minha opinião, exemplar e revela uma profunda vontade da CMC em promover acções qualificadas de reabilitação do património municipal.
Esta obra, assumidamente contemporânea, coloca mais uma vez Cascais nos roteiros da arquitectura mundial.
Pena é que certas mentes conservadoras, na pior acepção da palavra, não compreendam a importância destas acções e critiquem, apenas por questões de "gosto", projectos exemplares como este.

Miguel Brito said...

As boas obras de arquitectura deveriam ter o bom senso de respeitar a integridade arquitectónica de quem as concebeu no passado. Novo é novo, e antigo é antigo. Querer sempre "intervir", inventando e desvirtuando, na desculpa de "modernizar e actualizar", numa tentativa "mista" de passado+presente, destrói o que sobrou do passado e apenas acrescenta arquitontices à paisagem construída do presente.
De facto, a coisa ficou negra...

Cruz said...

Tambem eu moro no Monte Estoril e numa casa um pouco mais antiga que esta, mas não me choca nada esta intervençãoo, bem pelo contrário.
Aliás há pelo menos duas casas no Monte Estoril que levaram um retoque deste género. Gosto, se fosse eu a decidir não a pintava de cinzento mas não se pode ter tudo....

Anonymous said...

Miguel Brito:
Está cheio de razão! O que é antigo devia ser respeitado como tal, sem ter que "intervir" sempre,"inventando e desvirtuando".
Mas sabe,aqui como em qualquer outra "intervenção" pós-moderna no antigo é sempre mais ocupação e mais betão,e mais caixilhos e mais candeeiros...sempre MAIS TRALHA!
Sempre a gastar mais dinheiro!Mais percentagens e comissões para a "clientela"(técnicos, autarcas,etc).
A lógica da nossa liberal-corrupta
-democracia de mercado não permite recuperar um edifício "tal como estava"...É lamentável,num país pobre como o nosso,mas é verdade,poupar é para os estúpidos que não entendem de "política"...


24.4.08 LObo Villa