Tuesday, April 10, 2007

Ainda, e sempre, o novo Estoril-Sol,

Aqui fica o depoimento de Luís Geraldes:

«Boa tarde,

como me dou mal com blogs, aqui deixo o meu testemunho, que podem tornar público se o acharem assim como divulgar a fonte.

Conheço o projecto há já largos meses e nunca concordei com o mesmo, reconhecendo padecer da nossa falta de inércia, mas também altura em que não existia a facilidade de colocar petições com resultados, como vi pela primeira vez com a torre de vidro da Marina.

As ideias e opiniões, em prol do debate são sempre salutares... os gostos não se discutem, mas também por isso mesmo nem todos vão para intervinientes directos na paisagem, e daqueles que vão, nem a todos são dados ouvidos, face à falta de adequação das suas propostas ao que se pretende (umas vezes por claro mau gosto...)

Agora o design, a harmonia, as linhas e curvas, o enquadramento são tudo variáveis susceptíveis de contribuirem para uma óptima integração de um novo edifício num determinado local.

Eu olho para o Cascais Mirage, e vejo tudo isto muito bem conseguido, sobre o novo Estoril Sol???

Porque todos sempre o quiseram ver em baixo???

-Dimensão! Desenquadramento da linha estética do monte que tem por detrás, assim como das restantes habitações.
-Impacto sobre a paisagem normal da baía de Cascais, que não é por acaso que se dizem maravilhas, com um efeito crescente a partir da linha de água, até chegar ao edifícios mais altos na Gandarinha, Bairro do Rosário e J.Pimenta, bem lá para trás...

Será difícil perceber isto? Nada tem a ver com materiais utilizados, concentração de habitante por m2, tudo isso discursos políticos, pouco inteligentes a meu ver, dignos para serem apresentados à... oposição!

Agora quem de facto dá valor ao que Cascais ainda preserva, quem sempre quis que um "raio ou scud" caísse sobre o Estoril Sol (sem ninguém lá dentro claro, afinal somos amigos do ambiente...), de forma alguma pode concordar com tamanha aberração!


Cumprimentos,

Luis Giraldes
»

1 comment:

Anonymous said...

(...) tenha ou não resultados práticos, o facto de se ter lançado esta discussão, é um passo muito positivo, podendo vir, esperemos, a prevenir outras situações do género.

A minha argumentação, centra-se, não tanto na defesa da 'proposta', que até admiro, mas pela exiguidade de alternativas (!?) ou de referências (a propósito do mono ao lado, uma espécie de 'bolo de noiva' com muitas fontes e focos, qual versão aumentada, de moradia de emigrante ;)

É verdade, que o modelo, o tipo de partida, faz grande diferença (veja-se por ex.º, como resulta bem o Hotel do Mar, em Sesimbra) mas, obviamente, não (per)faz toda(!) porque há todo um outro rol de opções e de decisões...que, essas sim distinguem, devem ser avaliadas e ser determinantes do resultado final.

A ´proposta' em análise, é daquelas que se expõem (tal como o antigo Hotel), das que não temem pela sua afirmação, atendendo às suas qualidades formais (e de execução) podendo vir a constituir, elas próprias, futuros ícones urbanos.

Só lamento que (mais uma vez) se tenha perdido uma oportunidade única de, sob as mesmas regras de partida (ou será que até estas poderiam ser motivo de proposta?) confrontar diferentes soluções...dando possibilidade de escolha, ou mais sentido à discussão!

AB