Tuesday, July 06, 2010

PSP mais atenta após incidentes de domingo na praia do TamarizPSP mais atenta após incidentes de domingo na praia do Tamariz

In Público (6/7/2010)
Por Marisa Soares

«Empresários da restauração preocupados com clima de insegurança na praia e nos comboios. Nem todos os banhistas partilham dos receios

Menos denúncias
MAI garante reforço policial mas não avança com números

De olhos postos no areal, dois agentes da PSP vigiavam ontem, por volta das 14h, os banhistas que aproveitaram as temperaturas altas para um mergulho na praia do Tamariz, no Estoril. Pouco depois, mais três polícias passavam no paredão. Foi um início de tarde calmo, pelo menos até às 15h30, quando chegou uma das duas equipas de intervenção rápida destacadas para as praias da linha de Cascais, no âmbito da operação Verão Seguro, para prevenir um desacato que parecia tomar forma entre grupos de jovens banhistas.

O cenário contrasta com o que se passou anteontem. "No domingo, antes dos incidentes, não vi cá a polícia", critica António Lopes, proprietário do restaurante onde se refugiou um dos grupos envolvidos em confrontos, entre a praia do Tamariz e a de São João. Segundo a PSP, os desacatos ocorreram entre as 13h30 e as 14h, e envolveram dois grupos com "cerca de dez cidadãos". Terá havido um "desentendimento entre alguns membros de ambos os grupos", que acabaram em agressões físicas e com recurso a facas e a uma arma de fogo.

Os disparos e todo o aparato assustaram não só os clientes do restaurante, maioritariamente estrangeiros, mas também os banhistas que anteontem encheram o areal. "Passei o resto da tarde sem ninguém", diz o comerciante.

"As praias do Estoril estão a perder qualidade", lamenta, referindo-se ao "género" de pessoas que agora frequentam a zona. "Falta vigilância permanente. Só a presença dos agentes já é um elemento dissuasor", afirma António Lopes.

O desabafo é partilhado pelos responsáveis de dois restaurantes do Tamariz, que reclamam mais policiamento. "Ainda não vi cá este ano o corpo de intervenção, e isso é fundamental", refere um deles, que pediu para não ser identificado. Os empresários temem que a insegurança - na praia e nos comboios da Linha de Cascais -, aliada à crise, possa afastar os banhistas habituais e os turistas.

"Não quero dramatizar, mas estou preocupado", diz Carlos Vagos, que aproveitou o sol e as férias para um passeio na praia do Tamariz. "Não me sinto inseguro nem tive qualquer problema", diz, por seu lado, um jovem que ontem foi pela primeira vez àquela praia. De passagem no paredão, após um banho de mar, Amélia Baptista também está descontraída. "Não costumo frequentar esta praia, prefiro a Costa da Caparica. Mas os problemas acontecem em todo o lado", lembra.»

6 comments:

MnelVP said...

E será que nos sentimos mais seguros ao ver tanto aparato policial na praia ??
Não digo que seja melhor não haver policiamento, mas acho que o problema tem de ser resolvido mais de raiz.

Gonçalo said...

Assim vai o poder político matando uma zona de excelência como é a linha de Cascais. Escrevi um pequeno texto no meu blog. Quem quiser é bem vindo: http://iso1975.blogspot.com/

Anonymous said...

LOBO VILLA
Óbviamente que não nos sentimos mais seguros com mais polícia(nem com menos...)
MVP disse-o e Gonçalo acrescenta , "matar uma zona de excelência" e é disso mesmo que se trata !
A coesão social só existe se houver coesão territorial; e estas só existem se existirem VALORES disciplinadores: havendo especulação imobiliária flagrante no território de Cascais(ex: monstro do Estoril-Sol que destruiu a Paisagem da mais bela Baía portuguesa),a coesão social fica igual- se eles podem destruír também eu posso...- e não há polícia que lhe valha,quando o mau exemplo vem de "cima".
O território de Cascais está a saque,dia após dia.
Os "incluídos" sabem-no , os "excluídos" também.
Precisamos urgentemente de alguém decente que fale com os munícipes,independente do lóbi do BETÂO e que fale verdade(!) para gerir a CMC !.
(E dispensamos a polícia...).

Gonçalo said...

Caro Lobo Villa, Não me parece que a escumalha criminosa faça essa ligação entre a especulação imobiliária e destruição da paisagem com betão e os assaltos, agressões, tiroteios, etc que eles fazem. A solução não é a coesão, porque a mesma não existe. O que existe muito claramente é o ELES e NÒS, sendo que o eles representa aqueles que se sentem excluídos por considerarem que não têm as mesmas oportunidades que NÓS, e por isso sentem-se no direito de roubar, matar, agredir, etc o NÓS. Mas depois há o resto... É que o ELES não querem de facto trabalhar, querem é realmente roubar e receber o Rendimento Social de Inserção e as casinhas sociais de graça. Para mim o grande atentado imobiliário é a construção desses bairros sociais junto de casas de gente que trabalha e é honesta (não estou com isto a dizer que TODA a gente que vive nesses bairros seja criminosa).
Como acabar com isto? Penas pesadas que sejam efectivamente cumpridas e que os "putos" a partir dos 13 anos possam ser julgados como adultos. Trabalhos forçados nas cadeias e risco de acabar com os subsídios em caso de actividade criminosa (o Estado ia logo poupar um dinheirão).

Anonymous said...

LOBO VILLA
Caro Gonçalo : vai pela via da repressão e eu não vou por aí ( haverá casos sim...mas não generalizo..) .
Cada vez que a polícia(portugesa) intervém nestas situações,não só não constrói nada como destrói algo.
A nossa polícia é sempre "de choque" ,não tem formação nem educação cívica senão para "remediar" uma altercação pon tual.(Pobre dela ,não me queixo dela,mas sim dos seus MAI's...).
Voltando ao tema, a desagregação social de Cascais, a "perda de qualidade" de Cascais que é um tema NOVO(apesar de o tentarem passar como "velho"...)nasceu com Judas e tem directamente a ver com a especulação imobiliária insana nesta pobre Vila. Tem mais a ver com a destruição do AMBIENTE ( e da Paisagem!) do que com a falta de polícia.
A falta de coesão social/territorial , a falta de valores que aqui reinam estão á vista de todos menos dos autarcas !Os quais,depois de destruirem a harmonia social que é a expressão da Paisagem ,chamam a polícia...

Anonymous said...

Sr. Paulo Ferrero, informo-o que o Paredão e as praias são área da responsabilidade da Autoridade Marítima.
É injusto quer para os Agentes da PSP, asacar-lhes a responsabilidade que não têm e é injusto para os Agentes da Polícia Marítima, pois toda a gente faz de conta que eles nem existem.
Há que decidir, se a Polícia Marítima só existe para as inaugurações de restaurantes então, coragem e acabe-se com ela, atribuindo-se a responsabilidade da sua área a outras forças de segurança.
Se não, há que apetrechar a Polícia Marítima com os meios humanos e materiais necessários para assumirem o controlo do policiamento da sua área de jurisdição.