Wednesday, April 11, 2007

Capucho admite privatização da linha

In Público (11/4/2007)

«A privatização da exploração da Linha de Cascais pode ser a solução para resolver os principais problemas desta via ferroviária e de a rentabilizar, defendeu ontem o presidente da câmara municipal, António Capucho.
No final de uma visita de deputados do PSD à Linha de Cascais, o autarca considerou: "Caso nada mude na Linha de Cascais, a câmara pode sugerir ao Governo a privatização da linha, na qual estaríamos interessados".
A falta de investimento na Linha de Cascais, onde "todo o sistema de segurança é obsoleto" e o problema do estacionamento "nas diversas estações" são algumas das lacunas apontadas pelo autarca durante a conferência de imprensa conjunta com os deputados do PSD, realizada nos paços do concelho.
No entanto, António Capucho mostra-se optimista, em virtude da última reunião que teve com a administração da Refer, na qual lhe foi garantido que "no dia 12 deste mês iria ser apresentado um estudo à exploradora ferroviária com uma solução global para a Linha de Cascais".
Para o deputado Luís Rodrigues, coordenador do PSD na comissão de obras públicas, "tem que haver uma decisão política do Governo quanto ao sistema de tracção da Linha de Cascais que é diferente da da restante rede ferroviária". Este deputado refere que "o menor investimento nesta linha também tem a ver com esta decisão".
Luís Rodrigues sublinhou também os "diversos problemas de segurança nas passagens pedonais que já resultaram em diversos acidentes" para os passageiros. Durante a visita, os deputados do PSD confirmaram junto da CP que "a redução do número de comboios verificada desde 1 de Março último ocorreu devido à falta de material circulante", sublinhou este parlamentar. Lusa
»

Efectivamente, os comboios nunca como agora foram tão inimigos do cascalense em termos de horários. A segurança é um outro ponto importante. Se isso se resolve com a privatização, já tenho as minhas dúvidas, basta ver o que se passa no Reino Unido.

Em termos de comboios, porque não juntar esforços e começar-se, já, a planear o abaixamento da linha ferroviária, desde a estação de Cascais até São João do Estoril, por exemplo?

3 comments:

Pedro said...

Ora aqui está um assunto estruturante que - talvez (mas não fiando) - tenha sido "apanhado" de início pela cidadania.
O alto custo urbanístico (e em contraponto, o potencial retorno) desta infraestrutura de forte impacto, justificam atenção e uma tomada de posição com um conjunto de "reclamações" que - via petição (ou outra) - devem ser comunicadas por nós cidadãos, para que sejam integradas num caderno de encargos ao concessionário (qualquer que seja).

...não sei se "enterrar" a linha toda (desde Cascais até S.João) não será eliminar, algum interesse paisagístico para quem nela circula. Acho que lhe retira alguns argumentos de atracção e, o seu uso pode ainda ser promovido e qualificado também enquanto viagem turística para além da seu indispensável serviço de ligação urbana quotidiano... um transporte alternativo (ao automóvel privado) a promover ainda muito mais!

(Voltando ao turismo) Se Cascais constituir mais alguns núcleos de forte atracção de turismo (como por exemplo o museu Paula Rego) o comboio talvez seja uma forma de atrair (e trazer) ainda mais visitantes-turistas e habitantes de outros municípios em visitas ocasionais.
...se calhar basta "enterrar" a zona da Estação de Cascais. Neste ponto, essa infraestrutura tem um impacto forte, de facto. A seguir, ao longo de Monte-Estoril, o seu impacto (parece-me) bastante diluído pelas próprias condições topográficas. ...aqui permite "vistas" interessantes a quem viaja, não interfere com o "passeio" do Paredão e estão criados os atravessamentos pedonais desnivelados.
Em S. João o seu impacto reflete-se em zona habitacional... talvez se justifique enterrá-lo nesta zona.

Pedro said...

Espero que se a REFER não responder, não se caia na tentação de um daqueles concursos fantástico-mágicos (e pouco públicos) onde (como referia o AB sobre o caso da cidadela) se procuram concorrentes-maravilha que são, ao mesmo tempo, promotores, administradores, gestores, projectistas, construtores e sócios (em parceria) da Administração Pública.

Paulo Ferrero said...

Sim, tem razão. A linha deve ser enterrada em Cascais, até ao Palácio Palmela, por exemplo, e depois novamente enterrada desde o morro do Estoril até à saída de São João. Liberte-se o espaço à superfície ... mas NÃO se construa!! Em São João, por exemplo, há umforte estrangulamento urbanístico e de circulação automóvel nas ruas imediatamente paralelas à estação, e na estrada que une o lado de lá da linha ao lado de cá, da Marginal. Aquilo precisa de uma mexida, urgente! Para ja não falar nas passadeiras, etc.

Parece-me que é tempo de, aí sim, sermos modernos!!!