Wednesday, April 04, 2007

Manobra de diversão?


Afinal, é no próprio site do atelier GB, em http://www.byrnearq.com/?lop=projectos&list_mode=5&id=6364d3f0f495b6ab9dcf8d3b5c6e0b01 , que encontramos a foto do projecto para o novo Estoril-Sol.

É do domínio público, portanto.

21 comments:

Anonymous said...

(...) e que visita, que surpresa, não é a experiência que se tem nesse site!?

- Paulo Ferrero: diga-me lá, e com toda a franqueza, se não é equivalente a...uma exposição retrospectiva de um...Amadeo Sousa Cardoso! é que o fenómeno que explica a 'resistência' (inicial) é exactamente o mesmo...

Aquilo que eu mais aprecio na proposta é o seu sentido lúdico, de composição ou combinação de volumes, conseguindo fazer variações à unidade (de três) mais a ousadia daqueles balanços a desafiar a gravidade, que visualmente 'cortam' aquele último terço superior, como se esses volumes estivessem simplesmente pousados!

E a alteração mais recente, de um deles, passar a 'apontar' para o interior (qual periscópio?) para o parque de Palmela, ainda vem acentuar mais a 'liberdade' desse jogo de composição!

AB

Paulo Ferrero said...

O projecto pode ter isso tudo, e mais tudo o mais. Só que ali, não. Não faz sentido nenhum.

Anonymous said...

(...) fazendo desta minha resposta duas (pq incluindo o post mais recente, que muito me satisfaz) diria que o argumento que apresenta foi precisamente o meu aquando da tal torre proposta para a marina -sem dúvida, uma peça de arquitectura (e escultural) lindíssima, mas totalmente desenquadrada, pq opressiva, pq sempre visível de todos os lados, justamente na direcção onde o olhar deve poder repousar...o horizonte do lado do mar que, naturalmente, deve permanecer livre!

AB

Paulo Ferrero said...

Pelo que concluo que acha que este projecto fica ali bem, lado a lado com o seu "arqui-inimigo" (seu, do AB, leia-se) Mirage(m), mais o lindo do Jumbo, o Titanix, o monstro defronte à estação da CP, o Hotel Eden, etc. Linda, portanto, esta Cascais cada vez menos romântica, cada vez mais refém do Casino Estoril. Não, ainda pensamos como dantes, deslumbrados com pouco; não, assim não dá, mesmo.

Anonymous said...

(...) tomara nós que o Jumbo ou o Cascais Villa (o Éden -no Monte Estoril?- Carlos Ramos? fica de fora ;) tivessem saído de um estirador do atelier do GB ;)

- para mim, qualquer um deles, são
ex.ºs de oportunidades perdidas, embora, sem dúvida 'equipamentos' úteis e necessários, mas que deveriam ter resultado de um estudo de enquadramento comum, de um debate alargado (de um concurso público?) e tirado partido do saber, da excelência dos melhores arquitectos...

AB

Pedro said...

Caro AB, a convocação do episódio exclusivamente sociológico da retrospectiva do Amadeo, é pôr o dedo numa ferida dolorosa!... só que o paciente (a sociedade portuguesa) não sente a dôr que o seu dedo provoca: o paciente está sedado.
O fenómeno (público a encher os corredores da FG por causa do Amadeo) não é reconhecimento nenhum de coisa nenhuma artística. O público foi à retrospectiva porque os media diziam que aquilo era importante. O público vai a filmes que os media divulgam, o público vai a concertos que os media dizem que estão "forrados" de intérpretes "bons", o público compra a música de que os media falam, o publico encomenda arquitectura aos nomes que os media anuncia...
A poucos foi possível "sentir" o interesse que o próprio Amadeo só começou a perceber nas (poucas) coisas que fez (pouco) antes de morrer e quando começou a perceber um pouco melhor para onde o seu trabalho estava a conduzir (mas ainda não o tinha feito chegar a lado nenhum... a não ser ao interesse pelo pitoresco de uns opinion-makers de fora).
O sensibilidade que todos temos à expressão artística, está adormecida em "banho-maria" pelos interesses que exploram a "publicidade" mediática e pela falta do despertar inicial no tempo de escola (Ensino Básico e Secundário).

Mas, (em oposição frontal à manobra de diversão a que assisti - e que muito me desiludiu - por parte dos colegas da GB arquitectos) não posso deixar de saudar a sua comparticipação neste debate, procurando fazer centrar (como sempre - noto) o assunto dentro dos seus reais focos de interesse. Neste caso: a arquitectura como facto arquitectónico-artístico. Compositivo.

Eu, pela minha parte, para além de ainda não ter percebido (ou aceite) o "pormenor" da adjacência ao Mirage, não consigo aceitar ainda à escala urbana, a lógica visual, formal e espacial da cidade-colecção (mesmo que seja uma colecção de preciosidades... se eles se ignorarem mútuamente).
A outra escala de observação, também me desconcerta (atendendo ao valor do atelier em causa) a forma como a inevitável presença das tensões estruturais diagonais (não) se inclui na determinação da coerência do sistema formal e espacial da obra... (ver imagem 6 http://www.byrnearq.com) para mim, esta obra não sendo uma mal intencionada, fica, por causa disso, longe da resolução dos problemas a que se propõe.
Nestes aspectos, vejo ainda - com grande pena - outras questões que associo mais à perseguição de objectivos retórico-estilísticos e menos arquitectónicos.

Anonymous said...

Caro PP, está na hora de emanciparmos e validarmos a opinião do público (ao qual pertencemos!) não a reduzindo a uma só conclusão e/ou tipologia de manifestação, sempre manipulada/ável e desinformada - embora haja razões objectivas para algumas reticências...

Por essa razão é que as discussões públicas são uma 'fantochada' de Verão (!) e os concursos de arquitectura outras que tal -como foi aquele para a Cidadela, com direito a anúncios de página inteira, onde, depois, os concorrentes teriam de ser tudo: projectistas, investidores, construtores, concessionários, etc - ridículo! se há dúvidas? procure-se avaliar (coisa que por cá nunca se faz) os resultados...

Se, reconheço a evidência de nos deixarmos conduzir pelos 'canais' pelos 'todo poderosos' media, pelas sentenças dos chamados 'opinion makers' mais dificilmente o farei acerca da (in)capacidade de um indivíduo, de um qualquer cidadão em conseguir 'ajuízar correctamente', ter 'gosto', nesta como noutra área - não dependendo de nenhuma licenciatura (!?)
veja-se, o exº, a lição do Delors, o que ele fez e significa na UE e...as suas habilitações...literárias, dizem ;)

- provavelmente, até vêm a beneficiar desse mesmo facto, por maior independência de espírito, por ser mais difícil caírem naquilo a que eu designo de 'posporrências' discursivas!?

e esta (à escorpião ;), hein?

AB

Pedro said...

Pois! "Emanciparmos e validarmos a opinião do público"... respeitá-la e considerá-la, claro que sim! É precisamente por isso que, no caso particular da Arquitectura (Arte-Pública) questiono se esta deve gerar-se sem que o "sentir público" faça parte da equação.

Quanto a uma certa "desqualidade" que justifica para alguns a fuga ao debate...não lanço "culpas" para cima do público evidentemente!
Neste aspecto, no que respeita ao público que somos realmente, imponho-me observar o "como" é que a MINHA/nossa opinião se forma e (des)informa e... esse "como" português (Escolas - Superiores incluídas - MInistérios da Educação e Cultura, Media e Mercado) levam-me a ter pudor (comigo mesmo primeiro)... garanto-lhe, se não acreditasse que o debate ME enriquece, não estaria aqui (à cautela).
Obrigado pelo debate.

Anonymous said...

(...) bolas! quis, queria dizer 'pesporrência'...se a Edite Estrela nos ouve/lê!?

errare humanum est

AB

Pedro said...

AB: ...deixe lá isso da pesporrência. Neste caso, até é um bom sinal ter-se enganado. É sinal de que usa poucas vezes a palavra... é que isto das palavras e dos discursos é uma coisa tramada: normalmente falam mais de quem as profere do que do objecto do discurso.
A este propósito, sabe?... o escorpião morre com seu próprio veneno.
Abraços... e obrigado pelo debate.

Anonymous said...

(...) bem visto, desta vez, reconheço, até achei piada!
- claro que não tanto como ao 'cartaz', sim, aquele inexplicavelmente censurado, e que acabou por ter vida efémera, ali para os lados do marquês, e que sempre animava as idas e vindas ao longo da 'metapolis'...

abraço,
AB

Anonymous said...

Humm esta imagem diz umas coisas...
Não está ali um "montinho" por detrás?
E porque razão "abafar" a skyline NATURAL existente?

Já me esquecia....a arquitectura (neste caso a altura da mesma), é mais nobre, mais pura, e mais bela que a própria natureza.....ou seja mais rentável.

JA

Anonymous said...

(...) "abafar"? mas como, se praticamente não ultrapassa a cota superior?

Na verdade, em teoria de arquitectura existe uma divisão conceptual, que se pode considerar fundamental, entre os 'orgânicos' e os...que defendem o 'objecto', a sua afirmação enquanto 'criação arquitectónica' que, e como tal, não visa imitar seja o que for, incluindo a Natureza, embora não a ignore, procure estabelecer relações (difíceis, pq não miméticas) com o contexto, da envolvente imediata ao território.

É claro que, como a arquitectura não é escultura, não tem a sua autonomia (?) ainda tem de responder a 'n' questões, entre elas as de investimento, as da 'natureza dos homens', das suas 'exigências', funcionamento e tal, a 'coisa' complica-se...

ABraço

Anonymous said...

"praticamente"? Ou ultrapassa ou não ultrapassa!
E se o ponto de observação se aproximar da costa 100-200 metros......???
A distância na montagem e o nível da mesma, diz-nos que esses edifícios deviam estar muito mais baixinhos.

JA

Pedro said...

"esses edifícios deviam estar muito mais baixinhos" porque... porquê? (mera e sincera curiosidade).

Anonymous said...

Talvez porque deve ser a arquitectura a adaptar-se ao que a rodeia.....mas essa é só a minha opinião.

JA

Pedro said...

Então... mas (?!) e a
Torre da Praça de S.Marcos em Veneza ( http://tinyurl.com/3c89d7 ) ,
a Torre inclinada de Pisa ( http://tinyurl.com/2floxm ),
a Eiffel em Paris ( http://tinyurl.com/2d9a99 ),
Aya Sofya em Istambul ( http://tinyurl.com/ywthmf ),
a Basílica de S.Pedro em Roma ( http://tinyurl.com/29o4nm ),
a "nossa" Torre de Belém ( http://tinyurl.com/2fv9vs )...
Ou o graaaannde e horizontal santuario de Nª Srª do Cabo no Cabo Espichel ( http://tinyurl.com/2g7p4u )?... a lista é infindável.
Para mim, estes não são "baixinhos" e impõe-se aos sítios onde estão... (sem os respeitarem? sem estarem adaptados?)... só se salvam da crítica por serem "do passado"?

Anonymous said...

(...) que os confrades de tertúlia me perdoem a ausência, que não tem a ver com despeito, mas só hoje voltei ao assunto!

O tema promete, porque pressupõe entrarmos nos princípios que levam à aceitação ou não de uma opção, não faltando, como se viu, exemplos concretos - para mim o de Manhantan (que ainda não visitei ;) seria suficiente, porém extremado...

Depois, concordo, há os casos onde a regra vigente deve perdurar, se corresponder às características da área, a par de outras, ditas de excepção, em que, e apenas por 'bons' motivos, se poderiam admitir casos particulares, até... para destacar a 'regra' predominante.

O Estoril Sol (refiro-me ao 'defunto' embora o novo também acabe por 'responder' a esse propósito) posiciona(va)-se claramente como um marco urbano, uma ruptura de escala, que pela sua localização única (à entrada da vila, não confrontando directamente c/ o seu núcleo e marginado pela rodo e ferrovia, portanto numa zona de passagem, em velocidade, etc) e em relação com a envolvente fronteira (nada mais nada menos do que a baía de Cascais) conformaria, justifica(va) a excepção!

Aliás, se há imagem mental que preservo (e por isso reproduzida nos postais dos correios que davam o 'rosto' ao Estoril) é a verticalidade (também nos edifícios pode ser sinónimo de virtude ;), é a monumentalidade, o objecto claro e distinto (by Descartes ;) da sua fachada, visto de longe, num fantástico contraponto ao espelho de água da baía...

Nota: também é verdade que os sucessivos sinais da marginal, ali a partir de S. Pedro, tornavam isso mais evidente!

AB

Anonymous said...

Bolas.....que cambada de maus exemplos Mr. Partidário. Torres e igrejas medievais ou renascentistas como exemplo de construção em altura!? Se era exactamente a altura um dos componentes chave da sua mensagem,
...E FUNÇÃO !
Hagia Sophia...e Estoril Sol...? Critérios de construção em altura e os seu impactos em 537 e 2007..?
Bolas....isso foi salto mortal com aterragem de cabeça.
Vá lá a Eiffel ainda compro, o resto....pense outra vez.

JA

Unknown said...

Bora todos pela mediocridade.!!
Assim vamos cantando e rindo...
Pela pátria marchar…

Por sorte, ao aniquilar final do património arquitectónico e símbolo máximo da marginal nos seus tempos de esplendor, se substitui por outra peça de enorme valor na requalificação desta área.

Amigos da marginal?

Coisa mesquinha, pindérica, medíocre do tipo: estética do regime.

Vocês são do tipo: Se o mandarmos abaixo somos os seus melhores amigos.
Foi com esta atitude medíocre que se cometeu mais um atentado em prol da estética dominante e massificadora própria de morangos e floribelas, borregos de opinião.

Já ouviram falar de património cultural ?

É mais ou menos isto:
Estamos habituados a ter um mamarracho em nossa casa. Um tareco que pouca gente gosta mas, como sempre lá o tivemos, preferimos ter porque tem valor estimativo, a nossa vida nunca será a mesma se o deitarmos para o lixo. - É património individual.

Se essa memória fizer parte de um colectivo de pessoas, então é património colectivo ou cultural, mesmo quando esse tareco não vale nada.

Não era o caso do Estoril Sol projecto erudito representativo da melhor arquitectura feita na época.

Convosco nem as catedrais góticas chegavam aos nossos tempos.
Nunca seriam construídas e se tal acontecesse sobreviveriam poucos anos para contar história.

Unknown said...

DÁ-LHES NA CABEÇA PEDRO QUE EU NEM TENHO PACIÊNCIA