Thursday, July 05, 2007

Cascais quer privados a gerir aeródromo de Tires

In Público (5/7/2007)

«A Câmara Municipal de Cascais pretende lançar este mês um concurso público para concessão da exploração do aeródromo de Tires, alegando não ter "vocação" para continuar a gerir aquele que é o segundo aeroporto mais movimentado do país.
O Aeródromo Municipal de Cascais, em Tires (freguesia de São Domingos de Rana), esteve sempre sob responsabilidade da autarquia, apesar de já ter sido lançado há alguns anos um concurso público para cedência da exploração, que não chegou a ter concorrentes. Em 2005, a infra-estrutura aeronáutica passou para as mãos de uma nova empresa municipal, a ArCascais, mas o executivo camarário quer agora privatizar a sua exploração e o respectivo serviço público de apoio à aviação civil, tendo aprovado segunda-feira o lançamento de um concurso público internacional.
"A câmara decidiu abrir a concessão, porque não tem propriamente uma vocação própria para gerir aeroportos, sobretudo com esta dimensão", explicou o vereador responsável pela ArCascais, Manuel Ferreira de Andrade, citado pela Lusa, sublinhando que o aeródromo municipal regista uma média anual de 70 mil movimentos de aeronaves e foi alvo de investimentos de 35 milhões de euros nos últimos 20 anos.
O vereador Manuel Andrade, eleito pelo CDS-PP, adiantou que a medida, prevista na campanha eleitoral do actual executivo, foi também motivada pelos indícios de deslocalização do Aeroporto da Portela e de privatização da ANA-Aeroportos de Portugal. "Penso que este contexto poderá criar oportunidades para as empresas concorrerem a Cascais. Aliás, já fomos contactados por mais de três que estarão interessadas. Na altura do outro concurso a questão da Portela ainda só estava no ar, mas a realidade de hoje é muito diferente", adiantou o vereador.
Para o autarca, as verbas que o novo concessionário terá de aplicar no aeródromo - cerca de dez milhões de euros, para construção de barreiras acústicas e hangares, aquisição de terrenos, entre outros - serão um bom investimento, na medida em que o movimento da estrutura, vocacionada sobretudo para a aviação particular de negócios e turística, está "em enormíssimo crescimento".
Ao executivo camarário resta agora esperar pelo parecer da assembleia municipal, que deve votar a abertura do concurso ainda este mês. Assim que os deputados derem a sua aprovação, garante Manuel Andrade, a autarquia avançará com a abertura do aeródromo à gestão privada.
35 milhões de euros foi o investimento total da autarquia na infra-estrutura nos últimos 20 anos
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