Friday, September 12, 2008
Câmara de Cascais não chega a acordo sobre autódromo
In Público (12/9/2008)
Ana Nunes
«O período de negocições entre a autarquia de Cascais e a empresa gestora da exploração do Autódromo do Estoril arrastava-se desde 2007
A Câmara de Cascais revelou ontem que "não foi possível chegar a acordo" sobre a exploração do Autódromo do Estoril com a empresa gestora daquele circuito automóvel, a Parpública, encontrando-se neste momento a aguardar pela requalificação do equipamento, na qual diz que terá uma "participação activa". Este desfecho surge passado mais de um ano sobre o início das negociações.
Em Julho de 2007, a empresa exigiu 35 milhões de euros pela participação totalitária que detém no capital social do CE - Circuito do Estoril, proprietária do equipamento, um valor que a autarquia sempre recusou oferecer.
A holding estatal, tutelada pelo Ministério das Finanças, lançou então um concurso público, mas a falta de propostas levou-a a retomar as negociações com o município no início deste ano. Apesar da extensão do processo, a Parpública acabou, no entanto, por não aceitar a alternativa proposta pela câmara, que previa a concessão "por um período razoável e mediante contrapartidas aceitáveis", segundo o presidente da câmara, António Capucho.
"Não foi possível chegar a acordo, essencialmente por entendermos que o período de concessão proposto é insuficiente e algumas das contrapartidas pretendidas inaceitáveis", revelou o presidente da câmara em comunicado enviado à agência Lusa.
Questionado acerca da possibilidade desta conclusão implicar a desistência da câmara em obter a gestão da pista, António Capucho explicou que "a concessão não é um fim em si mesmo", mas que o mais importante é que o modelo de gestão do autódromo sirva o "correcto aproveitamento turístico-desportivo".
"Se a requalificação prevista proporcionar essa possibilidade, não é necessária a concessão ou a aquisição, bastando que a câmara tenha capacidade efectiva de acompanhamento da gestão do equipamento, como está previsto", afirmou, referindo-se a uma "disponibilidade reafirmada da Parpública" em manter o autódromo ao serviço da Costa do Estoril e do desporto motorizado. E ainda de "proceder à requalificação inadiável do circuito".
O projecto, actualmente a ser preparado pela administração do autódromo, englobará o alargamento das instalações e a construção de um kartódromo (uma ideia já com alguns anos) e não vai motivar uma intervenção directa do orçamento ca-
marário. António Capucho não exclui, no entanto, a possibilidade de canalizar para as obras verbas provenientes da concessão do jogo do Casino Estoril.
O autarca apelou ainda ao Ministério da Economia e à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto para "não privilegiarem" o projecto privado do futuro Autódromo do Algarve "em detrimento" do circuito público do Estoril. com Lusa
35
milhões de euros foi o montante exigido à Câmara de Cascais, em Julho de 2007, pela participação totalitária no capital social do Circuito do Estoril.»
Ana Nunes
«O período de negocições entre a autarquia de Cascais e a empresa gestora da exploração do Autódromo do Estoril arrastava-se desde 2007
A Câmara de Cascais revelou ontem que "não foi possível chegar a acordo" sobre a exploração do Autódromo do Estoril com a empresa gestora daquele circuito automóvel, a Parpública, encontrando-se neste momento a aguardar pela requalificação do equipamento, na qual diz que terá uma "participação activa". Este desfecho surge passado mais de um ano sobre o início das negociações.
Em Julho de 2007, a empresa exigiu 35 milhões de euros pela participação totalitária que detém no capital social do CE - Circuito do Estoril, proprietária do equipamento, um valor que a autarquia sempre recusou oferecer.
A holding estatal, tutelada pelo Ministério das Finanças, lançou então um concurso público, mas a falta de propostas levou-a a retomar as negociações com o município no início deste ano. Apesar da extensão do processo, a Parpública acabou, no entanto, por não aceitar a alternativa proposta pela câmara, que previa a concessão "por um período razoável e mediante contrapartidas aceitáveis", segundo o presidente da câmara, António Capucho.
"Não foi possível chegar a acordo, essencialmente por entendermos que o período de concessão proposto é insuficiente e algumas das contrapartidas pretendidas inaceitáveis", revelou o presidente da câmara em comunicado enviado à agência Lusa.
Questionado acerca da possibilidade desta conclusão implicar a desistência da câmara em obter a gestão da pista, António Capucho explicou que "a concessão não é um fim em si mesmo", mas que o mais importante é que o modelo de gestão do autódromo sirva o "correcto aproveitamento turístico-desportivo".
"Se a requalificação prevista proporcionar essa possibilidade, não é necessária a concessão ou a aquisição, bastando que a câmara tenha capacidade efectiva de acompanhamento da gestão do equipamento, como está previsto", afirmou, referindo-se a uma "disponibilidade reafirmada da Parpública" em manter o autódromo ao serviço da Costa do Estoril e do desporto motorizado. E ainda de "proceder à requalificação inadiável do circuito".
O projecto, actualmente a ser preparado pela administração do autódromo, englobará o alargamento das instalações e a construção de um kartódromo (uma ideia já com alguns anos) e não vai motivar uma intervenção directa do orçamento ca-
marário. António Capucho não exclui, no entanto, a possibilidade de canalizar para as obras verbas provenientes da concessão do jogo do Casino Estoril.
O autarca apelou ainda ao Ministério da Economia e à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto para "não privilegiarem" o projecto privado do futuro Autódromo do Algarve "em detrimento" do circuito público do Estoril. com Lusa
35
milhões de euros foi o montante exigido à Câmara de Cascais, em Julho de 2007, pela participação totalitária no capital social do Circuito do Estoril.»
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2 comments:
Hummmm... Não conheço os detalhes desta negociação, mas foi por causa de uma "casmurrice" deste tipo e da falta de visão conjunta, que o Estoril (e Portugal) perdeu o campeonato de Formula1.
Viajo muito e muitas vezes as pessoas conhecem o nome "Estoril" por causa da F1.
De um ponto de vista de eficiência capitalista, acho bem que o Algarve construa uma alternativa. E como Português prefiro que seja o Algarve que Valência (que já nos "roubou" a Taça América... mas pelo menos nesta Cascais deu muita luta).
Manuel VP
LOBO VILLA 26-9-08
Este pseudo braço-de-ferro entre o Ministério das Finanças(Parpública)e a CM Cascais(longamente mediatizado) destina-se a chegar á "conclusão" de que não há "solução" para um autódromo PÙBLICO e portanto tem que se PRIVATIZAR aquele óptimo terreno bem dentro (e em cima de) do Parque Natural Sintra-Cascais...
Com quê ?
Chama-se um Byrne ou um Ghery,depois se vê... quem tiver mais betão ganha.
Com a benção da Ordem dos Arquitectos e certamente dos Engenheiros !
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