Thursday, February 01, 2007

Vila de Cascais eleita a melhor de Portugal em mobilidade

In Sol (1/2/2007)

«Distinção europeia

As acções de promoção da qualidade do ambiente e da segurança rodoviária implementadas pelo município de Cascais garantiram-lhe o prémio de melhor vila de Portugal

A criação de Zonas Sem Tráfego Automóvel em todas as freguesias do concelho de Cascais foi uma das iniciativas desenvolvidas pelo município durante a Semana Europeia da Mobilidade. A construção de alternativas aos transportes poluentes como a ciclovia e vias cicláveis foi outra das medidas adoptadas. A Semana Europeia da Mobilidade subordinada à temática das alterações climáticas faz parte de uma campanha da Comissão Europeia que pretende alertar os cidadãos para esta problemática. Cascais foi o palco nacional desta iniciativa, que decorreu de 16 a 22 de Setembro de 2006.

Elblag (Polonia), Nantes Metrópole (França), Östersund (Suécia), Glasgow (Reino Unido), León (Espanha), Budapeste (Hungria) e Bolonha (Itália) foram as outras cidades distinguidas pela Comissão Europeia

2 comments:

Anonymous said...

Parabéns! ... mas parabéns assim como os que se desejam a um bébé (e aos pais) logo quando ele nasce: parabéns por causa de um COMEÇO de vida que, num bébé - queremos acreditar - é sempre auspicioso mas é sempre, apenas, os parabéns por um começo, e nunca por uma coisa já (bem) concretizada.
Entendamo-nos:
1º) Espero que a implementação de sistemas urbanos que facilitem a mobilidade, se concretize para além das iniciativas circunscritas ao tempo de uma semana por ano (a Semana Europeia da Mobilidade);

2º) A mobilidade eficaz tem de integrar - repito "integrar" - a mobilidade automóvel (que esperemos que no futuro muito próximo seja menos-poluente), a ciclista (que não é só cicloturismo) e a pedonal (e outros processos preferencialmente não poluentes). Não quero ser injusto para quem está a governar mas, esta integração de mobilidade hoje, NÃO EXISTE com efeito. Apenas existe o desejo dela, e, talvez, algumas iniciativas avulsas, embora não totalmente destituídas de sentido;

3º Essa integração das mobilidades tem de ter lógica geográfica e funcional. Têm de se perceber os fluxos diversos, e trabalhá-los urbanísticamente para que se tornem confortáveis e convidativos do seu uso efectivo. Suponho que a equipa do PDM trabalhará este aspecto. Mas, depois da escala do PDM, há que fazer planos à escala do cidadão.

Alguns exemplos de "deficiências" no terreno:
1º Quem mora no Estoril (por exemplo) e queira passear de bicicleta, não tem onde. Tem de ir de automóvel até à Guia, atravessando Cascais, e aí (no extremo do Concelho) tem uma ciclovia (turística apenas). De resto, entre Carcavelos/Parede e Cascais, bicicletas (formalmente), só no meio do trânsito automóvel, o que limita a integração de crianças neste meio de circulação.
No paredão (que é suficientemente largo e é o "passeio público" por natureza, no Concelho) só se circula de bicicleta com a "simpatia" e tolerância da polícia. Percebe-se porquê (!?) mas há lá condições suficientes para integrar a circulação turística em bicicleta. ...ou então, se se pensa o contrário, diga-se corajosa e frontalmente, que bicicletas só mesmo nas ciclovias demarcadas e, portanto, fora dali, uma vez que a recente intervenção no paredão não formalizou este tipo de circulação.

2º NÃO SÃO PASSEIOS, os "passeios" de 1,25m (mínimo legal) a 1,5m de largura. Nestes casos, duas pessoas não conseguem ir lado a lado, confortávelmente, a conversar, a "passear" em companhia uma da outra. Muito menos consegue uma família com crianças. Aqui saúda-se - naturalmente - as ruas e zonas que podem ser fechadas ao trânsito e transformadas em ruas pedonais.
A este propósito (o dos "passeios" pedonais), em contrapartida (por exemplo), torna-se ilógica a intervenção recente - na praia de Carcavelos - onde se estão a "recuperar" passeios entre a Marginal e o estacionamento. Estes "passeios" não fazem sentido! Suponho que me dirão que aquela é uma obra de (princípio de) reordenamento do estacionamento e de manutenção das infraestruturas existentes. Suponho (e espero) que me venham dizer que, num "futuro próximo", será feito um projecto mais aprofundado de reordenamento e qualificação do desenho urbano daquela frente, dotando-a de um plano funcional de circulação e estacionamento, automóvel e pedonal e com valor paisagístico compatível com o sítio. É que as "vistas" na direcção do mar, hoje, a partir da cota da Marginal, são miseráveis (coberturas, máquinas de ar condicionados, chaminés, automóveis e automóveis... tudo menos as vistas que se querem num passeio. Aliás o mesmo se passa com a miserável frente do Casino do Estoril).
E mais: como um "passeio" tem de ser algo muito mais (mas mesmo muito mais) do que uma faixa de 1,5m de calçada, basta dar atenção à grande maioria das nossas ruas, e veremos que há um grande trabalho a ser feito para que os cidadão possam sair "a pé" de casa e chegar a um sítio de interesse, passeando pela cidade. Aqui Cascais só ganha o prémio porque a concorrência em Portugal, nem sequer existe! Em Portugal e em Cascais, há tantos "passeios" com menos do mínimo legal! E é quando os há! E, tantas vezes, nas mesmas ruas, as faixas de rodagem têm largura superior à largura necessária, para a velocidade de circulação automóvel admissível nesses sítios.

(Uns Desejos) Se as iniciativas na semana da mobilidade que valeram o prémio, significam uma vontade política genuína, estrutural (e não pontual), então desejo que o bébé cresça saudável, e tenha uma longa vida. E desejo que os "pais" que souberam fazer nascer este bébé da mobilidade, tenham tempo suficiente para acompanhar o seu crescimento e para o integrarem na vida (da cidade).

Anonymous said...

Tem toda a razão. Mais, acho que só com melhores transportes colectivos (e incluo aqui o serviço de BusCas, cujo trajecto me parece curioso, e a não coincidência de sentidos uma aberração) é que haverá melhor mobilidade de facto e para além de menções honrosas ou declarações de princípios. Os transportes colectivos fora do centro da vila de Cascais estão mal planeados (circuitos, periodicidade), a oferta é má em termos de conforto (autocarros, paragens), modernidade e proximidade com o morador, e só mesmo quem mora perto da estação pode dizer que dispõe de uma vila com mobilidade excelente. Também fazem falta mais espaços pedonais, e há que retomar essa tendência. Por fim, falando do Paredão, seria melhor que diminuissem os bares e afins e aumentasse o espaço para peões e ciclistas: não faz sentido proibir o acesso de bicicletas àquele local, mas é preciso corrigir perigos.
Paulo Ferrero