Thursday, September 03, 2009

Casa das Histórias Paula Rego abre em Cascais com obras-primas dos últimos 20 anos

In Sol Online (3/9/2009)

«Uma exposição temporária com obras-primas de Paula Rego, criadas pela conceituada pintora portuguesa ao longo dos últimos vinte anos, vai marcar a inauguração, a 18 de Setembro, em Cascais, da Casa das Histórias

«São obras-primas reunidas numa exposição imperdível, que reflecte duas décadas decisivas do trabalho da artista», definiu Dalila Rodrigues, directora da Casa das Histórias Paula Rego, em entrevista à Agência Lusa, sobre a abertura do espaço, localizado em Cascais, junto ao Museu do Mar.

Suspensas nas paredes das várias salas do edifício idealizado pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura, as «histórias» de Paula Rego relatam também o percurso artístico da pintora desde a primeira obra, intitulada Life Painting (1954), criada enquanto estudante da Slade School of Fine Art, em Londres, até à actualidade.

A Casa das Histórias Paula Rego, que apresentará duas exposições temporárias por ano - a inaugurar na Primavera e no Outono - abre com uma dedicada a trabalhos da artista, criados entre 1987 e 2008,«obras icónicas da sua poderosa linguagem figurativa», avaliou Dalila Rodrigues.

A Filha do Polícia, uma das obras mais emblemáticas de Paula Rego, exerce o primeiro impacto no visitante, assim que se entra na sala de exposições temporárias, preenchida com quadros de grandes dimensões, todos propriedade da Galeria Marlborough, em Londres.

Também foram colocados alguns desenhos da artista, preparatórios das pinturas, que, segundo a directora do museu, especialista em História da Arte, «têm uma forte marca autoral e uma qualidade que lhes conferem valor autónomo».

A mesma exposição oferece ainda a possibilidade de ver a série Avestruzes Bailarinas, mulheres cujo corpo e expressão grotescos contrastam com a elegância dos fatos e movimentos de ballet, e a célebre Mulher Cão (1994), «primeira obra a pastel realizada por Paula Rego, na origem do uso desta técnica na produção sequente».

As outras salas da Casa das Histórias mostram muitas obras representativas do extenso trabalho artístico da pintora realizado desde os anos 1960 e 2008, nas diversas disciplinas e técnicas: pintura, desenho, gravura e litografia.

Dalila Rodrigues observa - sobre a evolução do estilo da pintora - que já em Life Painting (1954) «se surpreende uma linguagem figurativa e realista que não foi continuada nos anos 1960, mas que emerge no final dos anos 1980».

Sobre a importância da Casa das Histórias, a directora é peremptória: «Este equipamento cultural permite fixar em Portugal, em permanência, um conjunto muito significativo da obra de Paula Rego, e representa um contributo fundamental para a cultura nacional».

Dalila Rodrigues enalteceu ainda a concepção arquitectónica do museu, assinada por Souto de Moura, «que dimensionou de forma exemplar as várias salas às características muito singulares da obra de Paula Rego», e também «o esforço financeiro e o empenho da Câmara Municipal de Cascais», presidida por António Capucho, na concretização do projecto.

A artista, de 73 anos, em Portugal desde há algum tempo para acompanhar a abertura da Casa das Histórias, está muito contente e emocionada com a inauguração e visita quase diariamente o museu, dando sugestões de montagem e colocação das suas «histórias».

Lusa / SOL

8 comments:

Anonymous said...

LOBO VILLA 3-9-09

Temos aqui mais uma notícia ficticio-eleitoralista : nem Paula Rego é uma artista de "obras primas"(a sua obra são meras historietas) , nem o edifício é um "museu"( é um mausoléu ou "crematório", como já o batizaram )muito escultórico e mal adaptado á função,e, sobretudo implantou-se num jardim muito arborizado(ex-Parada)dizimando/assassinando muitas dezenas de árvores que produziam muito oxigénio.
Paula Rego e as suas "histriónicas e psicóticas historietas" está já demasiado representada,p.ex. aqui ao lado,em Algés, na colecção do Palácio Anjos,já chegava e sobrava.
A Drª Dalila Rodrigues,vinda do maior Museu Nacional, ao aderir assim a estas historietas como "obras-de-arte" e a este malfadado "crematório" ,sem condições,elogiando o projecto e o autarca,está absolutamente vendida. Mais uma. Que pena !

António Muñoz Arq said...

Apoio o comentário anterior apenas no que respeita a ocupação de mais um jardim, com mais uma construção.
A ocupação de espaços-livres públicos com construções e o abate de árvores ,é a maior chaga actual das nossa cidades.
Em Cascais temos a recente re-ocupação do Parque Palmela (com aquelas indescritíveis torres)-que era um Parque público!-temos esta do jardim da Parada com aquele mausoléu,teremos a anunciada ocupação do espaço do Mercado,teremos a ocupação do jardim do Hotel Miramar e...assim por diante,sempre mais betão, sem qq construção de novos jardins,no centro da Vila.
Cascais continua a copiar o modelo suicida de Lisboa,de betão e mais betão e de menos árvores e de menos jardins,sempre contra a população .A favor dos patos-bravos.

Anonymous said...

Sem dúvida Sr Arq !
E que tal lembrar aqui o recente abate de MAIS DE 20 ÁRVORES seculares,algumas com mais de UM METRO DE DIÃMETRO ali mesmo em frente ao Museu do Mar no Jardim Costa Pinto ???
Estão lá os cepos para quem duvidar.Basta ir lá vê-los !
Foi anunciado ? Fomos consultados ? As árvores estavam "doentes" ? Se estavam doentes mesmo ,TRATAVAM-SE !
Mas não,não estavam, basta ver os cepos saudáveis que lá estão á vista.
Uma árvore é um ser vivo ; a facilidade com que se corta uma árvore em Portugal é pungente;as chamadas "podas camarárias" são uma doença da nossa ignorante "democracia".
Enquanto não houver uma responsabilização de um autarca por "assassinato arbóreo",não haverá segurança para os nossos jardins.

Paulo Ferrero said...

Ao anónimo recente, peço que fotografe os cotos dessas 20 árvores, pois eu vi no último fim-de-semana essa zona mas pareceram-me ser apenas 5. Essa passou-nos ao lado, peço perdão. Pode enviar-me esse rol?

Anonymous said...

LOBO VILLA 8-9-09
Subscrevo o anterior anónimo,sei da questão e partilho a preocupação do Sr Paulo Ferrero. Com efeito, fui ao local e verifiquei os cepos da VINTENA de árvores abatidas pela CMC ,estão mais visíveis atrás da estátua de Costa Pinto,a maior delas,com mais de UM METRO DE DIÃMETRO, mesmo atrás desta,bem visível ! Um gigantesco cedro,não aparentando doença !!!
As restantes estão sobretudo na periferia do jardim, junto á sebe,confundindo-se com o arvoredo existente das ruas anexas.
Fiz uma queixa á CMC (suponho que única ),responderam-me o costume:"que as árvores estavam doentes"...
A CMC deverá ter um Engº Agrónomo mas pelo menos tem um Arq. Pasagista ,Vitor Silva,(director de qq coisa do urbanismo),que "justificasse" este massacre público(...)
Como é possível então, no centro de Cascais, uma ordem de abate de duas dezenas de árvores seculares e sem ninguém mais dar por isso ???
Eu irei lá consigo ao local mostrar os cepos,se fôr preciso.
Cumprimentos.

Cidadania Cascais said...

Tem o meu mail: paulo.ferrero@gmail.com. Podemos ir lá este fds. Cumps. PF

Henrique Cimento e Lícito said...

É o chamado "azar dos Costa Pinto"...
Agora foram as árvores do Largo Costa Pinto, aqui há uns tempos foram TODAS as árvores da Av. Costa Pinto - vidé este post.

Que resposta daria a estes "atentados" o antigo presidente da Câmara, Jaime Artur Costa Pinto? A mesmo ou parecida à que deu ao Almirante Nunes da Mata a propósito dos chalets de S. João? "Que remédio, meu amigo, que remédio. As árvores têm os seus donos e os donos abatem as querem!" ? Não me parece, não me parece.

Mas que é estranho, lá isso é. E é ver na toponímia do concelho se há mais ruas, avenidas, largos, becos ou vielas "Costa Pinto". Há que ficar atentos. Um dias destes vem de lá o tal Engenheiro ou Arquitecto, ou lá o que é, que não gosta do Costa Pinto com árvores e... zás!, lá se vão mais umas quantas árvores, coitadas.

Nuno Alexandre Pinto said...

Tão mais barato seria lhe pagar uma psicoterapia vitalícia... Duvido que custasse €3.000.000! Aliás, para que este não seja mais um comentário inconsequente, voluntario-me desde já a fornecer essa psicoterapia vitalícia a preço de saldo: €40,00 por sessão de 2 horas. Escusado será dizer que sou Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta.