Monday, July 30, 2007

Pour Elise




Foi há sete anos, num dia de Inverno. Para a casa da Condessa d’Edla na Quinta da Bafureira começava o princípio do fim. A sua lenta agonia faria deste um dos mais chocantes crimes de lesa-património de que há memória em tempos recentes, mas não foi por falta de aviso que ele se consumou: sucessivas vezes, cidadãos e especialistas, entre os quais Raquel Henriques da Silva, José d’Encarnação e Vítor Serrão, alertaram a Câmara de Cascais para a importância daquela casa e para a urgência de lhe acudir. Em vão: entre a inoperância das instituições e as “justificações” dadas pelo novo proprietário e promotor da urbanização dos terrenos de que ela ruíra sozinha, vários anos se passaram sem que ninguém a salvasse: reduzida a dois terços num primeiro momento, acabaria, por fim, por ficar reduzida a uma parede.

Elise Hensler (1836-1929), segunda mulher de D. Fernando II, dedicara grande parte dos seus anos de viuvez a essa propriedade, reconstituindo nela, e da forma possível, os dias felizes que vivera na Pena. Em 1901, encomendava ao arquitecto veneziano Nicola Bigaglia o projecto da sua nova casa. Elise rapidamente a rodeou de um jardim e de árvores que ela própria plantou, incluindo os famosos cedros que, a partir daí, se disseminariam pelos Estoris. No mesmo lugar e rodeado de construção nova, está hoje um clone dessa casa, “seguindo a traça original” e, tanto quanto é possível ver do exterior, a obra estará já concluída.

Poderá sempre dizer-se que, sendo igual à anterior, tudo acabou em bem. Há, no entanto, um problema: é que Elise Hensler nunca viveu na casa que ali vemos hoje. E a questão não é de somenos importância à luz do entendimento que a cultura ocidental faz do seu património construído: ele é matéria e também o tempo que passa por ela. É essa a sua essência e a sua verdade. E o que se vê hoje na Quinta da Bafureira é que o promotor construiu o mais que pôde e, uma vez intimado a seguir a via da reposição, reconstruiu a casa da Condessa como quis. De origem, ali, apenas restam as cantarias ornamentais. Tudo o mais foi reposto com materiais dos dias de hoje, a começar pelas coberturas, agora de betão.

No local, encontra-se afixado um painel onde se pode ler “No comments”. Não sendo “No comments” nome de construtora nem de imobiliária, é-se levado a concluir que a expressão significa ali outra coisa que o seu autor tem evidente orgulho em exibir publicamente. De facto, o que se passou na Bafureira dispensa comentários, mas não pelas razões que quem afixou esse painel julga ter a seu favor.


Créditos da primeira imagem: Casa da Condessa d’Edla na Bafureira fotografada nos seus primeiros anos por Paulo Guedes (1886-1947); Arquivo Fotográfico da CML

Saturday, July 28, 2007

Partir a loiça



Rezam as crónicas que a Rainha D. Maria Pia tinha por hábito deixar cair um copo com grande estrépito quando algo lhe desagradava profundamente. Podia ser numa ocasião informal, como uma festa no Paço, ou em privado. Poderia não dizer uma palavra, mas o statement estava feito. Puro capricho? Gesto infantil? Talvez, mas não necessariamente. D. Maria Pia, que após a morte de D. Luís manteve laços com Cascais, certamente que não se ficaria quando abrisse de par em par as janelas do seu chalet (nas imagens) e, olhando para o horizonte à sua direita, visse aquilo que sabemos que aí vem.

Ao invés de um copo, partiria muito provavelmente toda a sua loiça, porque o que aí vem - essa “obra de ruptura” de ainda mais duvidosa inserção no lugar que substituirá o velho Estoril-Sol - é, a par de mais um atentado ao delicado sistema de vistas de Cascais, mais um atentado a uma outra coisa: a arquitectura de veraneio de finais de Oitocentos, princípios de Novecentos que, apesar de todas as perdas e adulterações que tem sofrido, poderia ainda ser a sua marca distintiva. Na envolvente próxima da “obra de ruptura” que aí vem estão “só” duas das mais importantes peças desse legado: o Palacete Palmela e a casa de D. Maria Pia, que por uma daquelas ironias do destino se chamou originalmente Chalet da Vista Longa. Mais "obras de ruptura"? Às vezes, quando a paciência começa a esgotar-se, partir a loiça é mesmo o último recurso...


Créditos da primeira imagem: Inventário do Património Arquitectónico da extinta Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN)

Inaugurado o Farol-Museu de Cascais

"Primeiro farol-museu do país inaugurado em Cascais

O Farol de Santa Marta, em Cascais, tornou-se ontem o primeiro farol-museu nacional em resultado de um projecto do Estado-Maior da Armada e da autarquia, que pretende desvendar um ofício com cinco séculos de história em Portugal.
[...]
No ano passado, a Câmara de Cascais e a Marinha, que ainda hoje apoia a navegação a partir da torre de 20 metros do farol, iniciaram a remodelação do espaço para dar a conhecer as antigas residências dos faroleiros, os seus instrumentos de trabalho e modo de vida. O resultado do investimento - 1,5 milhões de euros provenientes das contrapartidas da concessão do casino do Estoril - é um espaço de exposição de peças recuperadas pela Marinha, amplas plataformas com vista para o mar, um centro de documentação e uma cafetaria ontem inaugurados".

Extracto de notícia da Agência Lusa publicada no Público de 28 de Julho de 2007

Cascais

Meus amigos...
desculpem esta ausência , muito prolongada, tenho lido os diversos posts deste nosso blog... de Cascais , claro, e não posso de deixar de salientar que estou triste. Desculpem não triste...mas antes admirado que só se fale de arquitectura ( monos e menos monos não vem ao caso).
As aventuras e desventuras de Cascais têm mais episódios...querem ver...
venham passear pelo paredão ao fim de semana á tarde e vejam se conseguem passar incolumes por este vosso passeio, nas ruas evitem os buracos, os vendedores ambulantes, os eventos milionarios que não conseguem criar empregos... vitalidade empresarial... rios de dinheiro gasto em prol da visibilidade internacional desta nossa vila ... para depois os visitantes « internacionais» pisarem cócós dos cães na rua e serem chateados pelos vendedores ambulantes ás dezenas nas nossas ruas, os transportes deficientes em Cascais, a falta de informação rodoviaria em Cascais, a deficiente e caótica informação turistica, a falta de coordenação de eventos em Cascais, as obras inacabadas ( a esquadra, o hotel Nau esse para demorar visto estarem a preparar uma estrutura que aposto vai albergar publicidade), a A5 repleta de obras sem liberar portagens, tiraram o autocarro que ia para o aeroporto e ninguem se apercebeu...e ja agora a própia Portela nem ninguem se questionou se nos afecta????, o jardim Visconde da Luz não tinha de ter baloiços ????? foi dado a CMC para isso ou não????, a praia do peixe com o milagre do tratamento das aguas... ja se toma banho, a falta de capacidade de atracção de investimento, etc...
Mas pelo menos temos a relva verdinha e a fachada do mercado pintada pena ser só a fachada porque se virarmos a esquina....

e.f.

Monday, July 23, 2007

Obstáculo inútil (6 meses depois... ainda).

Em Fevereiro, aqui , o J.N Barbosa "chocou" com esta "coisa". Imaginámos, com gozo, e de imediato, a miserável teia kafkiana de pequeníssimos poderes que "justifica" o querido mamarrachinho... seis meses depois, ficamos com a certeza que a "dona de casa" (a CMC), de vassoura na mão, e genuinamente desejosa de se ver livre do mono no hall de entrada, não tem força para a vassourada... 
Coisas menores.

As "novas" Termas do Estoril

...má antevisão do que vai ser. É pena (mais uma vez).
Desta vez, um acto pretensioso ou... ingénuo. Uma coisa que quer ser tudo, sem, pelos vistos, saber ser alguma coisa.
Pretensioso (ou ingénuo) porque quer fazer-se, com "piscadelas de olho" a coisas (ideias de arquitecturas) anteriores sem, pelo menos, ter conseguido aproximar-se disso, por incompreensão do "anterior", ou preguiça de estudar!!!... mas também quer "afirmar-se" moderno... Perca de tempo: Quem desenhou isto, ficou longe de conseguir lidar com algum dos caminhos que a contemporaneidade da arquitectura vem apontando, e com o que essa arquitectura contemporânea, traz de bom às cidades e à paisagem.

Resta a esperança (provavelmente vã) que seja a imagem a parte incompetente desta história, e que o trabalho no projeto de execução, tenha melhorado a má promessa que se vê. Se assim fôr, que se retire a imagem (que não ajuda nem dignifica coisa nenhuma) e eu retiro o que disse (com agrado).

Mas, não há muitos "finais felizes" nestas histórias, porque os projectos de execução... não dão lucro aos projectistas e são "chatos" de fazer.

Mais um desrespeito, por incompetência contemporânea, pela zona "nobre" do Estoril?

Friday, July 20, 2007

Comentários à petição:

«Vocês são do tipo: Se o mandarmos abaixo somos os seus melhores amigos.
Já ouviram falar de património cultural ?
É mais ou menos isto:
Estamos habituados a ter um mamarracho em nossa casa. Um tareco que pouca gente gosta mas, como sempre lá o tivemos, preferimos ter porque tem valor estimativo, a nossa vida nunca será a mesma se o deitarmos para o lixo.
É patrimonio individual.
Se essa memória fizer parte de um colectivo de pessoas, então é património colectivo ou cultural, mesmo quando esse tareco não vale nada.
Não era o caso do estoril sol» (Jorge Palma)

«Estoril Sol era de facto um mamarracho,o novo projecto é inovador,atrevido e bonito,finalmente cascais tem o que merece.Esta petiçao é de uma falta de actualidade,vivemos no sec.XXI,somos cidadaos do planeta terra,queremos cidades modernas praticas e com infraestruturas,onde os nossos,tenho 6, filhos possam viver c qualidade,nao queremos cidades desertas.Volumetria esta bem distribuida,tem bonitos espaços verdes,projeto arrojado,estao de parabensos promotores e o arquitecto....este é um pais onde ainda existem muitos saloios invejosos sem mundo.Peguem numa mochila e vao ver mundo fazia vos bem a v. e a nós que nao nos faziam perder tempo com petiçoes tardias e absurdas» (Maria Garcia)


«Caros amigos do ambiente e vizinhos da Marginal,

Foi com bastante surpresa que observei este novo projecto inovador que é o Novo Estoril Sol, no entanto foi ainda com maior surpresa que tomei conhecimento desta petição que , no meu entender não faz qualquer sentido pelas razões que passarei a enunciar:
1) O mundo em que vivemos está num processo intenso e de uma pura e inimaginável inovação, Portugal tem tentado "apanhar o rasto" que os restantes países do mundo e em particular os Europeus têm deixado, deste modo o projecto segue este sentido;
2) Nós Portugueses somos tão avessos à mudança que este tipo de petições vem ao encontro desta forma de estar e viver nacional que tem de mudar;
3) Pergunto às pessoas que têm aquelas fotos de viagens ao lado daqueles edificios enormes, muito bonitos e inovadores se não gostariam de ter uma foto dessas mas tirada em Portugal, ou só aquelas fotos tiradas no estrangeiro é que são bonitas e tem valor.

Não querendo aprofundar mais, me despeço com o sentido de dever cívico cumprido que é o apoio a projectos inovadores que consolidem a imagem de localidades/vilas/cidades etc... que carecem de crescimento e desenvolvimento que este tipo de projecto traz aquando a sua existência.Melhores cumprimentos» (João Rebelo)

Wednesday, July 18, 2007

Obras do hospital de Cascais arrancam no fim de Dezembro

In Público (18/7/2007)

«A menos que haja algum percalço, o contrato será assinado a 15 de Dezembro e as obras começarão a seguir

O novo hospital de Cascais, a construir no quadro de uma parceria público-privado projectada há três anos, deverá entrar em obras no final do ano, podendo ficar concluído em 2009, anunciaram ontem, em comunicados distintos, o Ministério da Saúde e a Câmara de Cascais.
O Acordo Estratégico de Colaboração entre a autarquia e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que prevê a construção daquela unidade hospitalar em Alcabideche, junto ao nó da A5-IC30, foi assinado em 2004, mas só este ano foram conhecidos os parceiros responsáveis pela execução da obra e futura gestão do hospital - as empresas Teixeira Duarte e Hospitais Privados de Portugal.
De acordo com um comunicado enviado à agência Lusa pelo Ministério da Saúde, após uma reunião realizada ontem entre o ministro Correia de Campos e o presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, o projecto final de execução do empreendimento será apresentado até 17 de Setembro e o contrato de parceria será assinado a 15 de Dezembro, permitindo, "de imediato", o arranque das obras. "O prazo de construção é de dois anos, pelo que o hospital poderá ser inaugurado ainda no ano de 2009", acrescenta o documento.
O ministério refere ainda que o hospital - com 251 camas e uma maternidade que servirá também a zona norte do concelho de Sintra - estará inserido na Rede de Referenciação Integrada de Oncologia e assegurará cuidados aos portadores de VIH/sida.
Durante a reunião foi ainda abordada a situação dos novos centros de saúde de São João do Estoril (que já está a funcionar parcialmente), de Alcabideche e São Domingos de Rana, construídos pela câmara de com financiamento estatal. A unidade de São João do Estoril deverá funcionar em pleno até finais de Outubro, servindo 17.500 utentes, 1.300 dos quais não tinham médico de família até à sua abertura. No mesmo mês abrirá a de Alcabideche, prevendo-se que a de São Domingos de Rana entre em serviço até ao fim do ano.
De acordo com a Câmara de Cascais, os aspectos técnicos referentes às especialidades de oncologia e ao tratamento da VIH/sida no futuro hospital serão aprofundados em reunião da comissão especializada da assembleia municipal, a realizar durante o mês de Setembro.
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Céus, mais promessas! Já vai em 3 anos e meio. Até quando?

Tuesday, July 17, 2007

Assombrações


Em S. João do Estoril, numa modesta casa à beira da Marginal, apontada como palco de assombrações, funcionou um dia uma das principais instituições de apoio a invisuais em Portugal: foi em 1912 que o Instituto de Cegos Branco Rodrigues aí se instalou a título definitivo, após doação de um terreno privado para esse fim. Essa casa, que ainda existe, é hoje uma sombra do que foi, não obstante o trabalho que o seu patrono, José Cândido Branco Rodrigues, desenvolveu como professor e pedagogo em prol da dignificação dos cegos, em particular dos de menores recursos, na transição dos séculos XIX para XX.

Nas várias escolas que fundou - escreve José Salgado Baptista, em A invenção do Braille e a sua Importância na Vida dos Cegos -, Branco Rodrigues procurou sempre dotá-las de “bibliotecas braille, literárias e musicais, quer adquirindo livros impressos no estrangeiro, quer promovendo a sua produção por transcritores e copistas voluntários”. O seu trabalho acabaria por ir mais longe: “Com a colaboração de um habilidoso funcionário da Imprensa Nacional, fez as primeiras impressões em braille que apareceram em Portugal. A primeira impressão foi em 1898, de um número especial do Jornal dos Cegos, comemorativo do IV Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia”.

No nosso País, como se sabe, nada disto importa. E se, como é usual dizer-se, as casas vão construindo a sua própria alma à medida que o tempo passa por elas, não é de todo improvável que elas próprias se rebelem quando um destino inglório lhes é imposto: após vários anos de abandono, um incêndio fragilizou ainda mais aquela que tem sido apontada como uma das “casas assombradas” de Cascais. Assombrada pelos vivos foi-o certamente ou não estaria em estado precário, vazia e sem uso. Uma nota de esperança, apesar de tudo: a cobertura, que ardera por completo, foi entretanto recuperada.

Nascido em Lisboa, em 1861, José Cândido Branco Rodrigues faleceu em S. João do Estoril, em 1926.



Imagem da casa antes do incêndio que a atingiu

Capucho e Correia de Campos discutem construção do novo hospital

In Sol / Lusa (17/7/2007)

«O presidente da Câmara de Cascais, António Capucho (PSD), reúne-se hoje com o ministro da Saúde, Correia de Campos, para discutir a construção do novo hospital do concelho, uma parceria público-privada com inauguração prevista para 2009

O Acordo Estratégico de Colaboração entre a autarquia e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que prevê a construção da unidade hospitalar em Alcabideche, junto ao nó da A5/IC30, foi assinado em 2004, mas só este ano foram conhecidos os parceiros responsáveis pela obra e gestão dos serviços - a construtora Teixeira Duarte e o grupo Hospitais Privados de Portugal.

Segundo disse à Lusa fonte da Câmara de Cascais, o empreendimento vai disponibilizar 251 camas e 750 lugares de estacionamento e a maternidade vai abranger toda a zona norte do concelho de Sintra.

Apesar dos atrasos no projecto, o executivo iniciou em Fevereiro os trabalhos de construção dos acessos, avaliados em sete milhões de euros, que incluem o alargamento da 3ª Circular para duas vias em cada sentido, a construção de um nó desnivelado na mesma estrada, o aumento da capacidade da rotunda de Alcabideche e a beneficiação das vias de acesso ao Cabreiro e ao Pisão. (...)

Da agenda da reunião entre António Capucho e Correia de Campos consta também a entrada em funcionamento dos centros de saúde de Alcabideche e São Domingos de Rana, concluídos pela autarquia em Fevereiro e Março, respectivamente, mas ainda sem todos os equipamentos necessários, da responsabilidade do governo.

As duas unidades servem cerca de 200 mil habitantes e, em conjunto com o centro de saúde de São João, representam um investimento de 13 milhões de euros, 4,5 dos quais suportados pela Câmara.»

Monday, July 16, 2007

Chegado por email:

«Afinal, até somos dos países mais avançados… no papel, claro…

Aqui vai mais uma pérola do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (DL 555/99, na sua redacção actual):

Artigo 24.º, n.º 4:

«[O pedido de licenciamento] pode ainda ser indeferido quando a obra seja susceptível de manifestamente afectar a estética das povoações, a sua adequada inserção no ambiente urbano ou a beleza das paisagens, designadamente em resultado da desconformidade com as cérceas dominantes, a volumetria das edificações e outras prescrições expressamente previstas em regulamento.»

Um abraço

Pedro»

In Público (17/7/2007)

Friday, July 13, 2007


In Público (13/7/2007)

Tuesday, July 10, 2007

Att. Dr. António Capucho

1. A moda lisboeta de cepos, cotos e caldeiras sem árvores não pode pegar em Cascais. A coisa começa a ser vergonhosa nas ruas das traseiras da Igreja dos Navegantes até à antiga Parada.

2. Temo que os arranjos à superfície do novo estacionamento subterrâneo da Cidadela sejam difíceis de executar, tal o deserto de ideias que parece ter havido em termos de enquadramento do que já está feito (aquela boca imensa defronte à Gandarinha, o nivelamento no sítio onde estavam os muros de azulejos e aquelas caixas - serão elevadores? quiosques? w.c.?). Aquilo vai ser muito difícil de corrigir!!

Monday, July 09, 2007


Está prevista para o dia 18, a partir das 18.30 h., no Centro Cultural de Cascais, a apresentação, pelo Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, do livro Recantos de Cascais. No sábado seguinte, dia 21, das 17 às 19 h., haverá sessão de autógrafos na Feira do Livro, em Cascais.

É uma edição da Câmara Municipal de Cascais e de Edições Colibri, que teve o apoio do Jornal da Região, da Sociedade Estoril-Sol e das juntas de freguesia de Carcavelos, Cascais, Estoril, Parede e S. Domingos de Rana.

Tomo a liberdade de enviar, em anexo, imagem da capa (que reproduz fotografia, da autoria de Filipe Guerra, de um recanto por descobrir...) ...

J. d'E.

Thursday, July 05, 2007

Praia ali? Moita, carrasco!


Confesso que não andava no Paredão ao fim-de-semana há algum tempo, demasiado talvez, mas tão cedo lá voltarei, a esses dias, muito menos de Verão, passo a explicar:

O «meu» Paredão está agora reduzido a dois segmentos: Praia das Moitas (exclusive)-Piscina do Tamariz (exclusive) e Tamariz (exclusive)-Azarujinha, o resto é demasiadamente alérgico para me recordar seja do que for. O resto, aliás, é Costa da Caparica II, sem a Ponte, ou Carcavelos II, se se quiser, sem São Julião.

A zona a evitar é, contudo, aquela que dá para a Praia da Rata (o seu nome oficial, Praia das Moitas, semi-pomposo, nunca pegou!), por debaixo do que resta do Estoril-Sol, e que agora dá cartas como «praia da moda» para quem é avesso ao vento do Guincho ... vá-se lá a saber porquê, em ambos os casos.

Ali, é ver-se aquelas 2 baiúcas, armadas em pseudo-burguesas, pejadinhas de oiro de fazer inveja aos ciganos que por lá passavam há 20-30 anos e que impingiam aos miúdos relógios roubados ou haxe em tablete. É ver-se as esplanadas anárquicas, ocupando demasiado Paredão, é ver-se os clientes virados para o sol, como otários que são, é respirar-se o cheiro a grelhados, e sentir rebentarem-se os tímpanos com os decibéis não de tijolo mas de colunas de hi-fi. É ver-se os tugas exercitando-se naqueles aparelhómetros ridículos para desbaste dos «pneus»; as palmeiritas mirradas e semi-mortas, os apalermados chapéus piramidais de revista de ambientalista (alguém é capaz de explicar porquê esta recente aversão ao toldo de pano listado?). Ele são as excursões familiares, dos arredores e de intramuros, a que só falta o gato; ele são os pescadores que pescam as taínhas que resistem ao esgoto. Ele é o comboio que teima em ser feio e barulhento. Ele é o corrimão metálico.

Depois, volta a ser o Paredão a que me habituei, que passa à frente do condenado Hotel Atlântico (mais um inovador edifício de vidros na calha...), apesar daquela rampa e dos w.c. idiotas por debaixo da estação do Monte, e que vai até ao Tamariz, onde se interrompe novamente; sim, porque onde estavam os solários e as camas das bailarinas do Casino está agora a «batucada da vida». Regressa de novo, e em força, a partir do castelinho devoluto, e prossegue, sem parar mais, até à Poça e à Azarujinha, resistentes, ainda ao «pugresso», apesar daquele soalho à «Calçadão» que, indubitavelmente, foi o golpe de misericórdia num Paredão que era castiço, genuíno, agreste e «meu».

Foto: Praia das Moitas

Cascais quer privados a gerir aeródromo de Tires

In Público (5/7/2007)

«A Câmara Municipal de Cascais pretende lançar este mês um concurso público para concessão da exploração do aeródromo de Tires, alegando não ter "vocação" para continuar a gerir aquele que é o segundo aeroporto mais movimentado do país.
O Aeródromo Municipal de Cascais, em Tires (freguesia de São Domingos de Rana), esteve sempre sob responsabilidade da autarquia, apesar de já ter sido lançado há alguns anos um concurso público para cedência da exploração, que não chegou a ter concorrentes. Em 2005, a infra-estrutura aeronáutica passou para as mãos de uma nova empresa municipal, a ArCascais, mas o executivo camarário quer agora privatizar a sua exploração e o respectivo serviço público de apoio à aviação civil, tendo aprovado segunda-feira o lançamento de um concurso público internacional.
"A câmara decidiu abrir a concessão, porque não tem propriamente uma vocação própria para gerir aeroportos, sobretudo com esta dimensão", explicou o vereador responsável pela ArCascais, Manuel Ferreira de Andrade, citado pela Lusa, sublinhando que o aeródromo municipal regista uma média anual de 70 mil movimentos de aeronaves e foi alvo de investimentos de 35 milhões de euros nos últimos 20 anos.
O vereador Manuel Andrade, eleito pelo CDS-PP, adiantou que a medida, prevista na campanha eleitoral do actual executivo, foi também motivada pelos indícios de deslocalização do Aeroporto da Portela e de privatização da ANA-Aeroportos de Portugal. "Penso que este contexto poderá criar oportunidades para as empresas concorrerem a Cascais. Aliás, já fomos contactados por mais de três que estarão interessadas. Na altura do outro concurso a questão da Portela ainda só estava no ar, mas a realidade de hoje é muito diferente", adiantou o vereador.
Para o autarca, as verbas que o novo concessionário terá de aplicar no aeródromo - cerca de dez milhões de euros, para construção de barreiras acústicas e hangares, aquisição de terrenos, entre outros - serão um bom investimento, na medida em que o movimento da estrutura, vocacionada sobretudo para a aviação particular de negócios e turística, está "em enormíssimo crescimento".
Ao executivo camarário resta agora esperar pelo parecer da assembleia municipal, que deve votar a abertura do concurso ainda este mês. Assim que os deputados derem a sua aprovação, garante Manuel Andrade, a autarquia avançará com a abertura do aeródromo à gestão privada.
35 milhões de euros foi o investimento total da autarquia na infra-estrutura nos últimos 20 anos
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Monday, July 02, 2007

Isto é verdade ou estão a brincar?




Foi com este título que me chegou uma mensagem de mão amiga, dando-me conta do dépliant promocional do empreendimento «Estoril-Sol Residence».

Respondi-lhe que era verdade, sim, que tínhamos lançado uma petição há uns quantos meses, mas que nada conseguimos até agora, salvo algumas manobras de diversão patéticas. É, realmente, VER PARA CRER.

Ou, como dizia alguém noutro blogue (Arquitontices): "é mau demais... o que aconteceu ao grande byrne? "

Nota: no caso de não conseguir fazer o download do dépliant, click AQUI!