Thursday, October 04, 2007

Cascais vai lançar concurso para forno crematório

In Público (4/10/2007)
Luís Filipe Sebastião

«O cemitério de Alcabideche vai receber um novo complexo funerário, que incluirá um forno crematório, a concessionar à iniciativa privada através de concurso público a lançar pela Câmara de Cascais.
A abertura de concurso para a concepção, construção e exploração de um forno crematório e complexo funerário de Cascais foi aprovada esta semana pelo executivo municipal. De acordo com a proposta camarária, além das cremações, o novo espaço terá salas de espera, para velórios e outros serviços de apoio, capela e parque de estacionamento, de forma a "minimizar as crescentes dificuldades registadas em velórios e funerais, bem como oferecer resposta aos pedidos de cremação".

"As listas de espera são de oito dias, em média, e as taxas de cremação, na ordem dos 20 por cento, sobem na região de Lisboa aos 42 por cento", adiantou o vereador Artur Ferreira, que tutela os cemitérios. Actualmente existem dois fornos crematórios em Lisboa (Alto de São João e Olivais), um no Porto e outro em Ferreira do Alentejo. A escolha de Alcabideche para a instalação do complexo ficou a dever-se à existência de condições adequadas, nomeadamente em termos de espaço, para a implantação do novo edifício junto à actual zona de estacionamento.
O direito de superfície para instalar o complexo será cedido por 20 anos. O prazo para a construção estima-se "entre oito a nove meses", pelo que Artur Ferreira admite que a nova estrutura esteja a funcionar "durante o próximo ano" e argumenta que a entrega da gestão a privados se deve ao facto "de a câmara não estar vocacionada para esta actividade".
A proposta mereceu a abstenção do PS, que manifestou dúvidas pela falta de localizações alternativas e eventual privatização do estacionamento junto ao cemitério. O vereador Pedro Mendonça (CDU) reconheceu a necessidade de responder à procura de cremações, mas votou contra a concessão a privados do complexo, por "não concordar com os monopólios no negócio da morte, que é mórbido".»

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